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Dia Mundial Sem Tabaco: do cigarro ao vape, veja os reflexos do hábito de fumar na saúde
Prática está diretamente ligada a diversos tipos de câncer, especialmente os que afetam pulmão, cabeça e pescoço
Neste 31 de maio, Dia Mundial Sem Tabaco, especialistas reforçam o alerta para os inúmeros riscos do tabagismo — hábito responsável por milhões de mortes evitáveis todos os anos. A data, instituída em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tem como objetivo conscientizar a população sobre os danos causados pelo uso do tabaco, tanto para os fumantes ativos quanto para os ivos, além de discutir as novas formas de consumo, como os cigarros eletrônicos, que ganham popularidade principalmente entre os jovens.
De acordo com o oncologista Paulo Henrique Costa Diniz, coordenador do Registro Hospitalar de Câncer (RHC) do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG), o fumo está diretamente ligado a diversos tipos de câncer, especialmente os que afetam pulmão, cabeça e pescoço. O médico afirma que o cigarro é a principal causa de morte evitável no mundo, responsável por cerca de 7 milhões de óbitos por ano, além de outros 1,2 milhão relacionados ao tabagismo ivo.
“O cigarro contém mais de 4.700 substâncias tóxicas, sendo 43 reconhecidamente cancerígenas. Além de câncer, fumar provoca doenças cardiovasculares como AVC e infarto, doença renal crônica e pulmonares como DPOC e enfisema.” Diniz também reforça que até mesmo quem ainda não nasceu pode ser afetado: o tabagismo na gestação está relacionado a abortos, partos prematuros e morte súbita infantil.
O RHC do HC-UFMG registrou, em 2023, 1,9 mil novos casos de vários tipos de câncer, dos quais 360 eram fumantes. O dado chama atenção também para o aumento da incidência da doença em adultos jovens, o que, segundo Paulo, pode ser associado a fatores como sedentarismo, má alimentação, obesidade e o consumo de cigarros — inclusive os eletrônicos.
O perigo do vape
A oncologista Daiana Ferraz, da Cetus Oncologia, destaca que o cigarro eletrônico, embora vendido como alternativa mais “segura” ou recreativa, é igualmente nocivo à saúde. “O vape contém substâncias como formaldeído, acetaldeído e acroleína, além da nicotina, que atinge o cérebro em segundos e gera uma falsa sensação de prazer. Esse consumo contínuo pode provocar doenças respiratórias graves, como a Evali — lesão pulmonar associada ao uso de cigarros eletrônicos —, além de aumentar os riscos de infarto, hipertensão e vários tipos de câncer, incluindo pulmão, mama, boca e pâncreas.”
Ferraz também chama atenção para a popularidade dos cigarros eletrônicos entre adolescentes e jovens. “Eles são pequenos, funcionam com bateria, vêm em formatos como pen-drive e caneta, e ainda são saborizados. Isso os torna mais atrativos e fáceis de esconder, o que dificulta o controle por pais e responsáveis”, alerta.
Cenário em BH
O cenário em Belo Horizonte reforça a urgência das campanhas de conscientização: segundo dados do Vigitel 2023 (Ministério da Saúde), 12% dos homens e 8% das mulheres da capital mineira são fumantes, o que coloca a cidade entre as dez capitais brasileiras com maiores índices de tabagismo.
Daiana enfatiza que parar de fumar, independentemente do tempo de consumo, traz benefícios imediatos e significativos. “Conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca), após 20 minutos sem cigarro, a pressão e a pulsação já se normalizam. Em 12 horas, os pulmões funcionam melhor. Em um ano, o risco de doença coronariana cai pela metade e, em dez anos, as chances de câncer de pulmão diminuem em 50%”, evidencia.
Tratamento gratuito
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para quem deseja parar de fumar. O programa inclui consultas com médicos, psicólogos e terapeutas, além de fornecimento de medicamentos e adesivos de nicotina, quando necessário. O tratamento é realizado por meio de grupos de apoio ou atendimento individualizado nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
Políticas públicas
O Brasil é reconhecido internacionalmente por adotar políticas públicas eficazes de controle do tabagismo, alinhadas às diretrizes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da Organização Mundial da Saúde (CQCT/OMS), da qual o país é signatário desde 2005. As principais políticas públicas brasileiras contra o cigarro envolvem ações legislativas, regulatórias, educativas e assistenciais. Veja a seguir os principais destaques:
- Proibição da propaganda de cigarros em rádios, TVs, outdoors e outros meios de comunicação (Lei nº 10.167/2000);
- Proibição do fumo em ambientes fechados de uso coletivo, públicos e privados (Lei Antifumo Federal – Lei nº 12.546/2011);
- Obrigatoriedade de imagens de advertência com mensagens de impacto nas embalagens dos produtos derivados do tabaco;
- Venda proibida para menores de 18 anos e obrigatoriedade de aviso nas embalagens;
- Proibição do uso de aditivos aromatizantes nos cigarros (Resolução da Anvisa nº 14/2012, ainda judicialmente contestada por fabricantes).