A campanha épica do Atlético na Libertadores de 2013 jamais será esquecida pelo torcedor. A bandeira alvinegra foi fincada no continente americano há onze anos, quando o Galo bateu o Olímpia nos pênaltis e ficou com a taça. Apesar de comemorar o dia 24 de julho como a data do título, o relógio já marcava 0h35 do dia 25 quando o clube alvinegro se consagrou campeão.

Cada torcedor carrega na memória uma lembrança especial daquela trajetória inesquecível. Os 14 jogos da campanha reservam histórias únicas como a ‘água benta’ de Ronaldinho; a frase eternizada pelo craque ‘quando tá valendo, tá valendo’; as máscaras do pânico no Independência; a invasão atleticana em Sarandí; entre outras. 

Em comemoração aos onze anos da conquista, a reportagem de O Tempo Sports selecionou 11 curiosidades da campanha histórica de 2013:


1 - Maior renda do futebol brasileiro

A final da Libertadores entre Galo e Olimpia, disputada no Mineirão, teve a maior renda do futebol brasileiro à época: R$ 14.176.146, com 56.557 pagantes no Gigante da Pampulha.

O valor absoluto só foi superado em 2023, na partida de ida da final da Copa do Brasil entre Flamengo e São Paulo, no Maracanã, quando a bilheteria do estádio registrou uma renda de R$ 26.343.300.

O levantamento inclui apenas jogos entre clubes. Partidas de seleções não foram consideradas.

2 – Último brasileiro a vencer o Strongest na Bolívia

A temida altitude de quase 4.000 m da cidade de La Paz não conteve o Galo em 2013. Apesar da falta de ar, da mudança de velocidade da bola e outros efeitos do ambiente local, os comandados do técnico Cuca venceram o Strongest por 2 a 1, com gols de Diego Tardelli e Luis Méndez (contra).

O Atlético foi o último time brasileiro a vencer o Strongest dentro de seus domínios pela Libertadores. De lá para cá, o time boliviano disputou nove partidas contra brasileiros pela principal competição continental. Foram sete vitórias e dois empates.

3 – Invasão atleticana na Argentina

Os atleticanos transformaram o estádio Julio Grondona, em Avellaneda, na Argentina, em um ambiente completamente favorável ao Galo. Quase três mil torcedores alvinegros empurraram o time na vitória por 5 a 2, de virada. Os gols da equipe mineira foram marcados por Bernard (3), Diego Tardelli e Jô. 

À época, o site Pasion Libertadores, dedicado a mostrar o lado dos torcedores dos clubes que disputam o torneio continental, destacou a ‘invasão’ atleticana em solo argentino.

Foto: Mauro Alfieri/Pasión Libertadores
Foto: Mauro Alfieri/Pasión Libertadores

4 – Goleada histórica

A vitória por 5 a 2 sobre o Arsenal de Sarandí fora de casa rendeu outra marca histórica. O Atlético foi o primeiro time estrangeiro a fazer cinco gols em um time argentino, na Argentina, pela Copa Libertadores. Também foi a primeira vez que uma equipe de outro país fez três gols no primeiro tempo sobre um adversário argentino no território do país vizinho, pela competição continental.

5 – Lembra deles?

O Atlético inscreveu 33 jogadores ao longo da campanha vitoriosa. Naquela época, eram exigidos 30 nomes por clube na competição, com possibilidade de alterações em momentos determinados pela Conmebol, que foi aproveitada pelo então técnico Cuca.

Confira alguns nomes pouco lembrados pelo torcedor, mas que fizeram parte da lista de inscritos em algum momento:

- Lee (goleiro)
- Carlos César (lateral)
- Sidimar (zagueiro)
- Serginho (volante)
- Cláudio Leleu (meia)
- Morais (meia)
- Nikão (meia)
- Neto Berola (atacante)
- Araújo (atacante)
- Paulo Henrique (atacante)

6 – Chuteira society contra o Tijuana

Além da viagem de mais de 20 horas de duração, o gramado sintético do Estádio Caliente, em Tijuana-MEX, foi um desafio para o Atlético. O tapete era totalmente diferente do encontrado no futebol brasileiro e os jogadores atleticanos decidiram usar chuteira society. O empate em 2 a 2 após o time da casa abrir dois gols de vantagem foi considerado um excelente resultado para o Galo. Tardelli e Luan marcaram para o Alvinegro.

À época o técnico Cuca comentou sobre a dificuldade do gramado: "Nunca treinamos em campo sintético. Tivemos de jogar de tênis (chuteira society)".

7 – Pancadaria no Horto

O Galo havia goleado o Arsenal de Sarandí por 5 a 2 fora de casa e os argentinos queriam a revanche no Brasil. Mas o que se viu no Independência foi outro amasso atleticano, com mais um show de Ronaldinho e o mesmo placar do primeiro jogo: 5 a 2, fora o baile.

Atordoados em campo, os argentinos partiram para cima do trio de arbitragem, agrediram policiais e jornalistas com socos, pontapés e cadeiradas e ainda pegaram o quepe da comandante do policiamento de Belo Horizonte à época, a coronel Cláudia Romualdo. Alguns atletas foram detidos e só houve a liberação no meio da madrugada, com o Galo emprestando dinheiro aos hermanos para que pagassem os prejuízos.

8 - 'Arapuca'

Dos sete jogos disputados em casa naquela edição da Libertadores, o estádio Independência recebeu o Atlético em seis oportunidades. Apenas a final foi jogada no Mineirão, devido a maior capacidade de público exigida pela Conmebol. 

O Independência ganhou o apelido de 'caldeirão' devido a forte pressão da torcida contra os jogadores adversários e foi até chamado de 'arapuca' pelo então presidente do São Paulo Juvenal Juvêncio.  

"É uma arapuca, com barulho fantástico. Você tem que atravessar no meio da torcida adversária, uma coisa maluca. Não se pode nem chamar de estádio. Aquilo foi uma emergência ao Mineirão. O Mineirão está pronto, mas não se joga lá", questionou à época o dirigente, falecido em dezembro de 2015 em decorrência de um câncer de próstata.

O Atlético venceu o São Paulo duas vezes no Horto naquela edição: 2 a 1, pela fase de grupos; e 4 a 1 pelo segundo jogo das oitivas de final da competição. 

Foto: Bruno Cantini
Foto: Bruno Cantini

 

9 - Maior garçom

O artilheiro da Libertadores de 2013 está na memória do torcedor. O atacante Jô, com sete gols, liderou a lista. E o ranking de assistências, você se lembra de quem esteve no topo? Acertou quem falou Ronaldinho. O craque atleticano deu sete es para gol em 14 partidas disputadas.

O número de assistências do R10 foi mais do que o dobro dos segundos colocados na lista. Emerson Sheik (Corinthians), Cabrera (San José Oruro), Vinícius (Palmeiras), Barcos (Grêmio), Fábio Ramos (Cusco), Alejandro Silva (Olimpia), Figueroa (Newell's Old Boys), Pérez (Santa Fe), Salgueiro (Olimpia) e Jô (Atlético) empataram com três es decisivos cada. 

10 - Dupla de zaga reserva

O Atlético não pôde contar com a dupla de zaga titular no duelo de ida contra o Newell's Old Boys, pela semifinal da Libertadores. Réver, suspenso, e Leonardo Silva, lesionado, não puderam atuar. Com isso, o técnico Cuca escalou Rafael Marques e Gilberto Silva naquela partida. 

A defesa acabou ando a pressão do time da casa no primeiro tempo, mas na segunda etapa a casa caiu com a derrota pelo placar de 2 a 0, com gols de Maxi Rodríguez, aos 17, e Scocco, aos 35 minutos.

Foto: Bruno Cantini

 

11 - Disputa pelo terço

Na disputa de pênaltis contra o Olimpia, Victor contou com uma ajuda para além das quatro linhas. O lendário massagista Belmiro recebeu um terço de uma torcedora e reou ao goleiro atleticano. O ídolo alvinegro colocava o amuleto sobre a linha do gol, enquanto Martín Silva, goleiro adversário, tirava o objeto de perto. 

Victor defendeu com o pé esquerdo a primeira batida de Miranda. Os quatro batedores atleticanos converteram, e Giménez acertou a trave, culminando com a conquista alvinegra.