Em sua primeira entrevista neste retorno ao Atlético, o técnico Cuca 'quebrou o protocolo' para elogiar o trabalho feito pelo seu antecessor, Gabriel Milito. O novo comandante do Galo disse entender o sentimento do torcedor, mas avalia como positivo o trabalho feito pelo argentino no clube.
"Lógico que o torcedor está dentro do processo do Atlético dia e noite, dia e noite. Eu, como estava fora é um pouco diferente. Eu vejo o torcedor um pouco machucado, sentido, mas, numa boa, eu acho que ele tem que estar muito orgulhoso também", destacou Cuca em entrevista divulgada pela Galo TV, diretamente da Cidade do Galo.
Cuca ressaltou o mérito de Milito em ter conseguido levar o Atlético à decisões importantes na temporada, mesmo que os títulos não tenham vindo. "Claro que pode ter esse sentimento (do torcedor) pelas perdas também, mas chegou a duas finais. Não é fácil. O trabalho do Milito foi bom", acrescentou.
Experiente, Cuca entende a tênue linha que às vezes separa o que é considerado como sucesso ou 'fracasso' no futebol brasileiro.
"Uma bola que entra, um gol que perdeu, que entrasse na final de uma Libertadores, ia para uma prorrogação, era campeão da Libertadores, então não foi um trabalho ruim (de Milito)".
Cuca entende que na final da Copa do Brasil, algo semelhante também se ou. "Com o Flamengo, em uma final também, que são jogos duríssimos, também ocorreu. Num gol que perdeu, numa bola (no contra ataque) tomou (o gol). Também, se uma bola entra... Foram campanhas boas, com finais ruins. Tem que ser separados", defendeu o técnico.
Contratado pelo Atlético no final de março, Gabriel Milito teve início avassalador pelo clube, tendo conquistado logo de cara o título Mineiro diante do arquirrival Cruzeiro, além de manter longa sequência de invencibilidade.
Entretanto, no decorrer da temporada, o rendimento da equipe apresentou uma queda, também em função de questões como lesões, suspensões e ausências de atletas que serviam às suas respectivas seleções.
De toda forma, o técnico argentino era questionado por parte da torcida atleticana pelo fato de insistir em improvisações. Parte das críticas estava direcionada, por exemplo, à utilização de Gustavo Scarpa praticamente como um ala.
Por outro lado, Milito deslocou o volante Battaglia para atuar como zagueiro e seu compatriota teve grande desempenho na função.
No total, Milito comandou o Atlético em 62 partidas, com 23 vitórias, 20 empates e 19 derrotas, o que corresponde a um aproveitamento de 47,08%. Neste período, o Galo marcou 85 gols, mas sofreu 77.