Após uma entrevista recente de Julio Casares, presidente do São Paulo, sobre a possibilidade de o clube do Morumbis se tornar uma SAF, o assunto ganhou grande repercussão e chegou a provocar comentários de Augusto Melo, presidente afastado do Corinthians, rival do clube.

Durante participação no programa Arena SBT, Augusto Melo citou a categoria de base e a grandeza do clube como alguns dos fatores contrários à adoção do modelo de Sociedade Anônima do Futebol.

— É pelo tamanho do São Paulo que eu falo também. Poderia falar pelo Corinthians, que eu falo que sou completamente contra. O Corinthians tem um poder de reação enorme, né? E a nossa dívida não é tão grande em relação às receitas que tem. Então, o São Paulo também é um time grande, é um time revelador, é um time que era a melhor categoria de base que tinha, de um tempo aí, era o São Paulo. Eu acho que é um absurdo o São Paulo, desse tamanho, pensar em SAF — disse Augusto Melo. 

Julio Casares, presidente do São Paulo, em coletiva no MorumBis
Julio Casares, presidente do São Paulo (Foto: Divulgação/SPFC)

Presidente do São Paulo

A entrevista aconteceu no programa ‘Alt Tabet’. Casares afirmou que enxerga a SAF como um modelo que prioriza o futebol, embora não a considere uma solução milagrosa. Segundo ele, gosta da proposta e acompanha de perto seus resultados.

- A SAF não é um milagre, mas acredito que o melhor modelo é algo que priorize a gestão do futebol. Não posso dizer que o São Paulo vai virar uma SAF pura, mas é uma tendência que se o São Paulo não tiver algum acordo empresarial, ele vai competir menos. Os clubes, mesmo os que não item SAF, e o São Paulo tem essa resistência, tem que pensar no modelo empresarial se não vai ficar para trás - disse Casares.

Para explicar seu argumento, falou sobre o acordo que está tentando fechar com Marinakis, que tem a intenção de investir em Cotia. Perto de chegar a um acordo, a negociação entre o São Paulo e o magnata grego é visando um investimento principalmente em Cotia, base do clube.

Ou seja, para começar a ter direito no e dos jovens atletas formados nas categorias de base, vistos como ativos valiosos pelo empresário, e ajudar no investimento das categorias de base do Tricolor. Porém, não é baseada em "comprar a base". 

- Eu acredito que o São Paulo e qualquer outro clube tem que ter parcerias cada vez mais empresarias. Se é SAF ou outro modelo, vamos pensar. Hoje existe um novo mercado que precisa ter dinheiro: o jogador que vale muito hoje é aquele garoto de 17 a 22 anos, é o mercado prioritário - explicou Casares.