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Corinthians: Augusto Melo evita renúncia e mira apoio dos sócios

Conselho Deliberativo do Timão decidiu pelo afastamento do ex-presidente

Por Lance
Publicado em 27 de maio de 2025 | 07:09

O discurso de Augusto Melo às vésperas votação de impeachment surpreendeu. Com um tom pessimista, o presidente do Corinthians declarou que sai de cabeça erguida, entretanto, evitou a qualquer custo falar em renúncia.

A postura não era uma esperança em vencer no Conselho Deliberativo do Corinthians (CD), que nesta segunda-feira (26), decidiu pelo seu afastamento por 176 votos contra 57. Em caso de renúncia, perderia a chance de manter o cargo na assembleia-geral de sócios, último rito do impeachment, que ainda pode mantê-lo no posto máximo do Timão.

Em caso de aprovação do afastamento, Romeu Tuma Jr. tem cinco dias para convocar a sessão com todos os sócios. Inicialmente, a etapa era vista como uma vantagem de Augusto Melo, que tinha aprovação massiva dos sócios, mas isso mudou.

Augusto Melo foi afastado da presidência (Foto: Marcello Zambrana/AGIF)

Desgaste

Dois episódios recentes fizeram Augusto Melo perder popularidade entre os sócios do clube social do Corinthians. O maior deles foi o indiciamento por lavagem de dinheiro, furto qualificado e associação criminosa no inquérito da Polícia Civil que investiga irregularidades no contrato de patrocínio com a casa de apostas "Vai de Bet".

A decisão que consta no relatório final do delegado Tiago Correia prejudicou a popularidade que Augusto Melo tinha entre os sócios. Além disso, a recente manifestação da Gaviões da Fiel, maior torcida organizada do Corinthians, a favor da renúncia do ex-presidente o desgastou com os torcedores.

O apoio da organizada, que compareceu em peso nas duas últimas votações de impeachment, em dezembro do ano ado, e em janeiro, era um pilar de sustentação de Augusto Melo com a torcida, dentro e fora do clube alvinegro. O foco se tornou ganhar votos no dia a dia do Parque São Jorge.

Vias legais

A defesa do ex-presidente, comandada pelo advogado Ricardo Cury, ganhou o reforço de José Eduardo Cardozo, ex-Ministro da Justiça no governo de Dilma Rousseff. A ideia é insistir em meios legais para interromper o prosseguimento do processo de impeachment. Em caso de renúncia isso não seria possível.