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Clima leve e acompanhamento: como os jogadores do Sada Cruzeiro cuidam da saúde mental
Rotina intensa de treinos, viagens e jogos é desgastante para o psicológico do elenco
Ser um atleta de alto nível exige muita técnica e, também, muita preparação física. Quando se joga em uma equipe que disputa muitas competições em uma única temporada, essa exigência aumenta, e junto com ela chega a pressão pelos resultados. Para se blindar, é preciso ter a cabeça no lugar, estar com a saúde mental em dia.
Este é um dilema vivido pelos jogadores do Sada Cruzeiro, que na última temporada tiveram uma maratona de jogos. Foram seis competições disputadas, o que significou inúmeras viagens, noites sem ver a família, momentos de lazer e descanso deixados de lado. Naturalmente, surge a preocupação com o bem-estar mental dos atletas, que no caso do Sada Cruzeiro, fazem acompanhamento psicológico.
O treinador do time, Filipe Ferraz, frisa que é fundamental não se esquecer do cuidado com a parte psicológica no esporte. Filipe inclusive cita atletas que sucumbiram diante da pressão.
“Hoje está muito em evidência a questão da saúde mental e o quão é importante, a gente já viu atletas olímpicos desistindo de competir justamente por causa da pressão. Não estavam se sentindo bem”, colocou.
Ao citar o Sada Cruzeiro, Filipe diz que o clube não tem um psicólogo próprio para este trabalho junto aos atletas, mas explica que boa parte disso se deve ao fato de os próprios jogadores já buscarem profissionais da área de forma independente. Cada membro do elenco, diz o técnico, tem uma preferência de ‘perfil’ do profissional que o vai acompanhar.
“Quase 70% dos atletas têm em particular um trabalho específico, seus mentores, seja psicólogo, seja seus coachings, voltados para essa atitude positiva. Eu os vejo conversando muito, cada um respeitando até mesmo a ideologia. Uns gostam que seja (um tratamento) mais pesado, outros que seja (um tratamento) mais brando, então acho que se eu colocar uma pessoa que abrange de uma maneira geral, isso não seria interessante para o time todo”, esclareceu.
Um dos atletas que faz acompanhamento particular é o central Cledenilson. E ele precisou rever conceitos para começar a cuidar de sua saúde mental. O meio-de-rede entende que o acompanhamento psicológico colaborou para ele lidar melhor com a rotina intensa de jogos e dá um conselho para a nova geração de atletas.
“Como atleta profissional, quatro anos atrás eu não tinha essa visão de ter um acompanhamento tão aprofundado. É sempre importante ter o meu próprio acompanhamento, eu acredito que vocês que estão começando no voleibol agora precisam ter. Eu senti que me ajudou bastante, principalmente em momentos decisivos, que você sempre tem que estar escutando a torcida, xingando, falando outras coisas no seu ouvido para você errar, então isso ajuda bastante”, aconselha.
No Sada Cruzeiro, apesar de não haver um trabalho específico para a saúde mental dos jogadores, sempre se busca manter um clima bom, exatamente para reduzir o estresse causado pela agenda cheia. O levantador Matheus Brasília menciona o esforço diário para manter o ambiente o mais saudável e leve possível.
“Precisa ter momentos de descontração, não é de irresponsabilidade, pelo contrário. Hoje vemos tantos atletas falando sobre saúde mental, questões assim, e é importante ter esses momentos para desempenhar bem na temporada. A gente sempre procura estar leve, no dia a dia. Os churrascos e as comemorações são legais. Independente de ter muitos títulos ou não, cada título é comemorado, e tem que ser, essa é a política que a diretoria do Sada aplica”, detalha.
Filipe Ferraz, como comandante, também busca fazer sua parte, sempre almejando o equilíbrio. O técnico do Sada visa se inspirar em todos os treinadores que teve quando jogador e dosar a hora de cobrar e o momento de incentivar.
“O próprio Filipe dentro da quadra não deixa de ser esse mentor, esse cara que vai ajudá-los nesse processo, mesmo em momentos de dificuldade, e em momentos de euforia demais também, em que eles saem desse caminho. Eu tenho que trazê-los para a realidade, para o jogo, para o trabalho, e não é fácil. Os verdadeiros heróis são eles que estão lá dentro da quadra e eles recebem essa carga, tanto negativa quanto positiva, o tempo todo. Quanto mais equilíbrio eles puderem ter, melhor”, pontua.