Degustar uma comida mineira no fogão à lenha, conhecer o processo de produção do azeite e da cerveja artesanal, hospedar-se em um casarão do século XVIII, ouvir causos curiosos, descobrir patrimônios históricos em lugares recônditos e muito mais. Essas experiências fazem parte do roteiro Sabor e Afeto, lançado em março e que propõe revelar a culinária afetiva em 12 cidades que integram o Circuito Villas e Fazendas de Minas, na região Central.
Para viajar por esses destinos cheios de história, natureza exuberante e hospitalidade mineira, o conselho é pegar seu carro e embrenhar-se por estradinhas secundárias, todas de terra, diga-se de agem, para, numa paradinha aqui outra acolá, degustar um produto regional, vislumbrar a paisagem, sentir os aromas. Tudo, é claro, com um dedinho de prosa, para externar mineiridade. Ainda mais se o roteiro privilegia aquela atmosfera interiorana.
Segundo Tatiana Rezende, presidente do Circuito Villas e Fazendas de Minas, no roteiro se privilegia a culinária afetiva, sua história, quem a faz, o contato com a natureza, o acolhimento. Não é turismo de massa, frisa ela, mas o de experiência. São os moradores, os próprios donos de empreendimentos que recebem os visitantes. Cerca de 24 condutores de turismo (leia-se guias) também já foram capacitados para receber os visitantes.
O circuito é formado por 12 cidades — Caranaíba, Casa Grande, Catas Altas da Noruega, Conselheiro Lafaiete, Cristiano Otoni, Itaverava, Lamim, Piranga, Queluzito, Rio Espera, Santana do Montes e Senhora de Oliveira. Desses munícipios, cinco são potencialmente turísticos. O próximo o é cadastrar as agências de viagens e lançar e-booking para que elas tomem conhecimento das opções de experiências turísticas atualmente na região.
Conselheiro Lafaiete
Em Conselheiro Lafaiate, por exemplo, a dica é uma parada para conhecer a produção de cervejas artesanais, harmonizando o produto com as receitas do chef Edu Gomes. O nome da cervejaria é até poético: Mar d'Morros. Seus produtos têm sabores inconfundíveis e nomes curiosos — Bella Perenna, Doze Cordas, Pruna. A história de três amigos aficionados pela bebida se transformou em um negócio de sucesso e referência turística em Lafaiete.
Enquanto não inaugura um restaurante, a cozinha é improvisada em um traler instalado do lado do prédio da cervejaria. Entre as receitas do chef Edu Gomes (ex-Bar Brahma, em SP) estão a costelinha com quiabo e o bolinho de paleta suína recheado com queijo Canastra. O petisco surgiu na Onda Roxa, protocolo sanitário mais restritivo do Programa Minas Consciente, criado pelo governo do Estado para regular as atividades durante o surto de Covid-19.
Gomes diz que gosta de "mineirar" as receitas: o carro-chefe é o filé Chateaubriand, recheado com medalhão de filé mignon de 200 g, acompanhado de purê de cenoura com queijo Canastra e molho pivrre . Os pratos são pensados para serem harmonizados com a cerveja. Curiosamente, um dos sócios, Johnny Oliveira, é farmacêutico e bioquímico e usa sua habilidade em manipular medicamentos para criar as cervejas. A produção mensal é de 4.500 L.
Em Conselheiro Lafaiete, um bom lugar para se hospedar é o Hotel Minas Platinum, que, embora tenha sido inaugurado há oito anos, tem cheirinho de novo. Na estrutura, os 126 quartos oferecem conforto, e o salão de eventos tem capacidade para 150 pessoas. No atendimento, a camareira Sueli Aparecida Alves Ferreira, a "Sussu", como gosta de ser chamada, 62, por sua simpatia e acolhimento justifica as quatro estrelas atribuídas ao hotel.
Serviço
Mar d' Morros: Funciona de quarta e quinta-feira, das 18h às 23h; sexta-feira, das 14h às 23h; sábado,, das 10h às 23h; e domingo; das 10h às 21h. As visitas são gratuitas e devem ser agendadas pelo telefone (31) 99948-6767.
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