“O Atlético tem o nome tão respeitado, de honrar todos os compromissos… Depois que nós entramos, não teve nenhum compromisso que não foi honrado”. Foram as palavras de Rubens Menin, um dos principais acionistas do Atlético, em julho do ano ado, em entrevista à ESPN. Bom, algo muito grave deve ter acontecido de lá pra cá, porque, definitivamente, a frase não está mais correta.

Há um mês, o clube conviveu com manchetes de salários atrasados. Parecia um problema isolado e interno, mas as semanas seguintes mostraram que não. Nos últimos dias, vários outros credores apareceram.

O Galo atrasou o pagamento de atletas a outros clubes (Corinthians/Fausto Vera, Athletico/Cuello, Júnior Santos/Botafogo e Natanael/Coritiba, sem falar no problema com o pagamento de Deyverson ao Cuiabá, no ano ado). Nas últimas horas, o GE publicou também que existem atrasos em pagamentos a empresários, referentes a comissões por negociações.

O problema não é pequeno ou isolado. O clube ite os atrasos, diz que é uma dificuldade momentânea, que está trabalhando para resolver o quanto antes e que conversa com os credores para reagendamentos ou repactuações.

Já apareceram defensores do indefensável. O argumento de alguns é que “todo mundo tem problemas…”. Bom, comigo não cola. Pouco me interessa se o clube X atrasou algum pagamento ou se isso é rotina no clube Y. No Atlético, quem comprou a SAF garantiu que esse tipo de problema ficaria no ado. Mais uma vez, não cumpriram a promessa. Estamos, portanto, no direito de cobrar.

Apesar de a frase de Rubens, que abriu esse texto, não ser mais verdadeira, a premissa é totalmente correta. Um clube é respeitado no mercado quando honra seus compromissos. Logo, quem não honra os acordos que faz perde credibilidade. E é claro que isso está acontecendo com o Atlético neste momento.

O Corinthians foi à CNRD cobrar o pagamento por Fausto Vera. O presidente do Athletico foi aos microfones. O CEO do Coritiba também. E aí? É o novo normal? Ou voltamos à rotina da época associativa? A SAF não viria pra resolver tudo isso?

Eu já falei algumas vezes: essa SAF do Atlético, em vários momentos, mais parece um clube associativo, como sempre foi, com uma roupa nova, engomadinha, e nomes em inglês. Na prática, mudou pouco. E até o argumento de “profissionalização” vai, aos poucos, indo pro ralo.

Sempre foi difícil defender. E está cada vez mais.

Saudações.