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Número de casos de hepatite A cresce 2.000% em um ano, e PBH amplia vacinação a partir de terça-feira; entenda 3r6z5d

O imunizante faz parte do calendário infantil; usuários da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e pessoas que tiveram contato com infectados são público-alvo 3i3h7

Por Maria Cecília Almeida
Atualizado em 22 de abril de 2025 | 15:25
 
 
Vacinação contra hepatite A será ampliada em BH Foto: Divulgação/PBH

Após o registro de 73 casos de hepatite A nos primeiros três meses de 2025, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) anunciou que vai ampliar a vacinação contra a doença. O número de registros da enfermidade saltou de 8 em 2023 para 176 no ano ado — um aumento de mais de 2.000%. Especialista na área, o infectologista Leandro Curi alerta que o aumento é preocupante e incentiva que as pessoas que fazem parte do público da vacinação se imunizem. “A hepatite A tem crescido principalmente entre adultos em Belo Horizonte. É uma doença que, embora geralmente benigna, pode evoluir para formas mais graves, como hepatite fulminante, em casos raros. Isso justifica a preocupação com o aumento de casos", afirma.

A PBH segue a orientação do Ministério da Saúde e, por isso, fazem parte do público-alvo: os usuários da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) — estratégia de prevenção à infecção pelo vírus HIV que envolve o uso diário de medicamentos antirretrovirais por pessoas que não têm o vírus, mas estão em alto risco de exposição. Também serão vacinadas as pessoas que tiveram contato com infectados, mediante avaliação e contato prévio da equipe da Secretaria Municipal de Saúde.

O esquema vacinal é composto por uma ou duas doses, de acordo com a condição clínica e o histórico vacinal da pessoa. A aplicação será realizada em unidades específicas, que vão disponibilizar as três mil doses recebidas, conforme os critérios estabelecidos. Os endereços dos locais e horários de atendimento podem ser conferidos no site da PBH.

Público-alvo 3s2066

Usuários da PrEP devem ser vacinados contra a hepatite A, independentemente de terem tido contato com pessoas infectadas. Aqueles acompanhados pelo SUS, em Serviços de Atenção Especializada (SAE), receberão a vacina preferencialmente no próprio local de acompanhamento. Já os que utilizam a PrEP por meio da atenção primária ou de serviços privados serão vacinados, preferencialmente, no serviço onde retiram a medicação.
“Usuários da PrEP podem estar mais expostos à hepatite A, justamente por conta de práticas sexuais que favorecem a transmissão. Por isso, é recomendada a imunização desse público, assim como já acontece com a vacina contra o HPV”, destaca Curi.

Pessoas que tiveram contato sexual ou domiciliar com casos confirmados da doença também devem ser imunizadas. As equipes de rastreamento da Secretaria Municipal de Saúde estão entrando em contato com indivíduos diagnosticados com hepatite A, solicitando informações sobre seus contatos próximos durante o período de transmissão. Com base nesses dados, será feito o contato com os nomes indicados, a fim de avaliar o grau de exposição e a necessidade da vacinação.
A aplicação das doses será realizada em unidades específicas, após o contato prévio da equipe da Secretaria Municipal de Saúde.

“Apesar de não ser classificada como uma infecção sexualmente transmissível, a hepatite A pode ser transmitida durante práticas sexuais”, afirma o infectologista.

Acompanhamento de casos e6x6r

Durante o mês de abril, a Prefeitura está realizando o monitoramento de pessoas com suspeita ou diagnóstico recente de hepatite A. Essa ação é uma parceria entre o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). As equipes entram em contato com os pacientes por e-mail ou telefone.
Em caso de dúvidas sobre a vacinação ou o monitoramento, os interessados podem ligar para o telefone: (31) 3246-5036.

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Com o aumento no número de casos da doença em Belo Horizonte, Curi alerta sobre os sinais e sintomas da hepatite A. “A pessoa pode apresentar mal-estar, febre, urina escura, fezes claras e o chamado ‘amarelão’, causado pelo acúmulo de bilirrubina no organismo”, detalha.

Para garantir a prevenção da população, a vacina contra a hepatite A faz parte do calendário infantil, sendo aplicada em dose única aos 15 meses de idade. A vacina pode ser istrada a partir dos 12 meses de vida até os 4 anos.

O infectologista destaca que, além da vacina, a melhor prevenção é a higienização adequada. “Além da vacinação, é fundamental garantir a higienização adequada de alimentos e bebidas. O vírus da hepatite A pode sobreviver fora do corpo por bastante tempo e infectar quem tiver contato com superfícies ou alimentos contaminados”, orienta Curi.

A vacina também será disponibilizada no Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) para pessoas acima de 1 ano de idade que apresentem as seguintes condições: hepatopatias crônicas; coagulopatias; pessoas vivendo com HIV; imunossuprimidos; doenças de depósito; fibrose cística; trissomias; candidatos a transplantes de órgãos; doadores de órgãos cadastrados em programas de transplante; e pessoas com hemoglobinopatias.

“É essencial que tanto os profissionais de saúde quanto os veículos de imprensa ajudem a divulgar os sinais e sintomas. O diagnóstico precoce é fundamental para conter a transmissão, inclusive dentro de casa ou entre parceiros”, conclui.