SAÚDE

Com avanço da gripe, máscaras voltam com tudo nas ruas de Belo Horizonte

Embora não haja nenhuma obrigatoriedade no momento, especialista e a Secretaria Municipal de Saúde recomendam o uso

Por Juliana Siqueira e Vitor Fórneas
Publicado em 30 de maio de 2025 | 16:57

Somente na última semana, 27.683 pessoas receberam cuidados médicos nos centros de saúde e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Belo Horizonte por apresentarem sintomas respiratórios. Em meio à preocupação com a doença, diversos moradores da capital têm utilizado máscaras no dia a dia. Embora não haja nenhuma obrigatoriedade no momento, especialista e a Secretaria Municipal de Saúde recomendam o uso para evitar a contaminação da população. 

+ A cada 30 segundos, uma pessoa procura atendimento com sintomas respiratórios em BH

Uma das muitas pessoas vistas pela reportagem usando máscaras foi o vendedor autônomo Reginaldo Carrijo, de 75 anos. “A máscara é uma proteção contra os muitos vírus que circulam. Eles estão por toda parte e voltando com tudo. Quem não se protege não vai se dar bem”, afirma. Ele destaca que já tomou a vacina contra a gripe e que tem notado muitas pessoas utilizando o ório de proteção. “Muitas pessoas estão gripadas, logo, as máscaras são fundamentais.”

Fred Magno / O TEMPO

Quem não abre mão de usar máscara ao sair de casa é a comerciante Maria Aparecida Costa, de 69 anos. “Comecei a tossir e achei prudente usar, pois vejo que as pessoas não estão dando a devida atenção que o tema merece. A Covid ainda está aí, mas, infelizmente, muitos esperam a situação piorar para tomar as medidas de proteção. Não tenho o direito de espalhar gripe para ninguém”, afirmou.

A pensionista Ilderbia Martins, de 82 anos, conta que não deixa de usar máscara nos coletivos. “Temos que prevenir, pois essa gripe está demais e o tempo está muito frio. Nos ônibus, as pessoas estão tossindo demais e não se prevenindo. Todo cuidado é pouco.”

Fred Magno / O TEMPO

Vacinação abaixo da meta

De acordo com o infectologista Leandro Curi, o alto número de registros de pessoas com sintomas respiratórios está muito relacionado à época do ano, além da baixa taxa de vacinação. Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), a taxa de imunização está em 48,3% atualmente. A meta é chegar aos 90%.

Nos dias mais frios e secos, lembra Leandro Curi, os ambientes ficam mais fechados, e a doença vai se propagando por meio do contato mais próximo, sendo transmitida por gotículas quando as pessoas falam ou tossem, por exemplo. Por isso, o uso de máscara é importante.

“A população aprendeu, lá em 2020, que a máscara é eficaz na prevenção. É importante que pessoas sintomáticas, que estejam com o nariz escorrendo, tossindo, entre outros, a utilizem, principalmente na primeira semana dos sintomas. É salutar que se evite a infecção para outras pessoas”, diz ele.

Além disso, o especialista afirma que pessoas não sintomáticas também podem usar a máscara para se protegerem, principalmente em locais muito fechados como ônibus, hospitais ou um escritório com várias pessoas. 

“Se há pessoas sintomáticas dentro de casa, também é importante deixar as janelas abertas e evitar contato muito próximo. Além do uso da máscara, outra medida que deve ser tomada é sempre higienizar as mãos, andar com álcool gel e proteger a boca com a parte interna do braço ao tossir ou espirrar”, conclui.