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Daniel Katz, CEO do Grupo Katz, constrói casa usando impressora 3D
A Cosmos 3D, empresa do Grupo Katz especializada em impressão 3D de concreto, é resultado de uma t venture com a empresa espanhola IT3D.
Daniel Katz, CEO do Grupo Katz, é o décimo entrevistado da Temporada Minas S/A Mercados em todas as plataformas de O Tempo.
O Grupo Katz, com sede em Belo Horizonte, está há 50 anos no mercado.
A empresa possui as subsidiárias: Katz, Hauz e Cosmos 3D, com atuações diferenciadas.
Em 2024, o Grupo Katz consolidou um Valor Geral de Vendas (VGV) de mais de R$ 150 milhões. A expectativa é de que o VGV deste ano ultrae os R$ 300 milhões.
O CEO da companhia mineira está desenvolvendo cada vez mais a tecnologia da casa que é construída usando uma impressora 3D.
A Cosmos 3D, empresa do Grupo Katz especializada em impressão 3D de concreto, é resultado de uma t venture com a empresa espanhola IT3D
Uma casa leva cerca de 7 dias para ficar pronta com a mão de obra de apenas três pessoas.
A indústria da Cosmos 3D fica em Nova Lima (MG).
Uma das obras mais recentes do grupo, por meio da Hauz, é o Clara Arte, mais novo hotel de luxo do grupo Clara Resorts no Instituto Inhotim, em Brumadinho (MG) onde está o maior museu a céu aberto do mundo.
Daniel Katz conta que a Hauz, braço do grupo responsável por construções de casas de altíssimo padrão, entrega as construções no período de 16 meses a dois anos.
"A obra do Clara Arte (no Museu de Inhotim) durou 12 meses e o resort está integrado ao museu. Lá já existia uma estrutura feita e parada há mais de 10 anos. Foi uma construção junto com uma reforma com todos os temperos possíveis numa construção civil", compara.
A seguir, a entrevista na íntegra de Daniel Katz:
HL: O Grupo Katz está há 50 anos no mercado, uma empresa do setor de Construção Civil que já viu várias crises e com um portfólio tão diversificado: a Katz está no mercado de luxo, tem construção de casas personalizadas, acabou de entregar um hotel dentro de Inhotim, já é referência nacional e mundial, e agora com esse projeto de casas que não atendem somente o mercado popular, a Cosmos 3D.
DK: É isso mesmo. A empresa foi fundada em 1975 pelo meu pai. Meu pai é médico, Naftale Katz, inventou um método diagnóstico que é usado no mundo inteiro para xistose, e então, com isso, ele ganhou um dinheiro e começou a investir em imóveis. E aí, eu sempre gostei da engenharia, sempre, desde pequeno sempre quis ser engenheiro
HL: Você nunca quis ser médico igual ao seu pai?
DK: Nunca quis ser médico, nunca.
HL: É muita gente na sua família?
DK: Somos quatro irmãos.
HL: E tem médico na família?
DK: Não (risos)
HL: Olha, que interessante, ninguém quis.
DK: Nenhum médico. Mas, então, sempre foi natural para mim, eu sempre gostei da engenharia, sempre fui bom com números.
HL: Você fez Engenharia Civil?
DK: Fiz Engenharia Civil. Então, foi meio que um processo natural de estar assumindo aqui na empresa e transformando… a gente lembra, na época de hiperinflação, o modelo de incorporação era diferente, se comprava um terreno, dividia-se as frações ideais, vendia e contratava uma empresa para construir, só que você tinha inflação de 30% ao mês.
HL: Colocava dinheiro no overnight…
DK: É, quanto custava uma obra? Ninguém sabe. Ia fazer, mas no final o preço sempre aumentava, mas esse era o momento econômico do Brasil. Depois, com a estabilização do real, obviamente o mercado mudou muito, mudou muito a forma de se construir e incorporar no Brasil. Então, temos um grupo diversificado, trabalhamos com prédio residencial, comercial, loteamentos aqui na região metropolitana e temos bastante coisa também no sul da Bahia, próximo a Porto Seguro, e a parte de construção personalizada, casas de altíssimo padrão, o Hotel, como você bem mencionou, e hoje inventando, revolucionando a forma de construir aqui no Brasil e também no Mundo, que é uma venture de duas empresas, a Katz junto com a IT3D.
HL: Que é uma empresa espanhola?
DK: Espanhola, são dois co-founders, dois co-CEO’s, a gente toca a empresa simultaneamente, aqui e na Espanha, já estamos presentes também em Portugal e abrindo portas aí para o mercado internacional.
HL: A Cosmos 3D tem a indústria aqui em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, e é um modelo super disruptivo. Eu fiquei vendo as imagens, e aquele robô lá colocando cimento em cima, formando a parede da casa numa rapidez, e com 3 pessoas só. Quer dizer, aquela construção que às vezes leva 80 pessoas, por exemplo, uma grande construção, são 3 pessoas. Como funciona, Daniel?
DK: A Cosmos 3D, nós somos os desenvolvedores da tecnologia, então nós desenvolvemos o software, o hardware, que é o robô, muito disso baseado na Espanha. Aqui no Brasil somos responsáveis por todo o material, o desenvolvimento de material, que é um cimento muito especial, porque, como você disse, vai colocando camada após camada e a camada de baixo tem que sustentar a camada de cima e assim sucessivamente, porque senão colapsa. Então, é uma parede autoportante, um cimento autoportante que vai endurecendo à medida que vai sendo depositado, camada após camada.
HL: Este cimento tem aqui no Brasil ou ele tem que ser importado também?
DK: Nós que desenvolvemos ele também, não o cimento, mas o traço utilizando uma base cimentícia, a gente desenvolveu tudo.
HL: Ele é fabricado, então, aqui.
DK: Foram mais de 7 meses de desenvolvimento com a tecnologia e agora a gente terminou com todo o sistema construtivo, onde a gente está trabalhando no modelo que a gente chama de on off-site, onde nós temos uma fábrica, que essa fábrica vai para o canteiro de obra com o robô.
HL: Você leva tudo, a casa, dentro do caminhão?
DK: Assim, vamos lá, tem duas formas: a gente ou imprime a casa na fábrica e eu mando, igual mandei para a Bahia, São Paulo, mandamos diversas casas aí para o Brasil afora, ou, em caso de escalas um pouco maior, eu levo a fábrica para o canteiro de obra. Então, eu fabrico a casa já no canteiro, porém dentro de um processo construtivo controlado.
HL: Você carrega o robô?
DK: Montar o robô, desmontar o robô ali e então a gente imprime lá dentro, e melhora muito a questão do transporte, porque a logística no Brasil é caríssima e complicada.
HL: Você vai com o caminhão cheio e volta com ele vazio.
DK: Exatamente.
HL: Aí já é um custo que impacta na casa, né.
DK: Isso, então a gente acaba montando essa estrutura dentro do próprio canteiro de obra. No final do dia, o que nós somos é um provedor de tecnologia para as outras construtoras, esse é o nosso DNA. Hoje, obviamente, como é algo que está começando, a gente, junto com a Katz e com a nossa equipe, o corpo técnico de engenharia, estamos também construindo e desenvolvendo isso tudo do zero.
HL: É um projeto do zero, greenfield mesmo, você inventou a tecnologia.
DK: Há 3 anos atrás, quando a gente começou esse projeto dentro da pandemia, tinha só 5 empresas no Mundo fazendo isso. Hoje tem algumas outras empresas, mas tem poucas empresas no Mundo já com um negócio mais consolidado e a gente é uma delas. Então, temos uma nos Estados Unidos que é uma empresa que já está mais bem estabelecida.
HL: Que já tem um tempo maior aí no Mercado, né, então está um pouco mais amadurecida.
DK: Tem uma outra na Europa que tem um grande número de máquinas, mas a qualidade não é tão boa, agora, a nossa parede está, com certeza, entre as melhores paredes do Mundo hoje.
HL: É impecável a parede, não precisa nem pintar. Gente, eu fiquei olhando, e fica lindo sem pintar, sem nada.
DK: Ficou uma conversa mais… do ponto de vista da arquitetura, mais contemporânea, até modernista, talvez pode ser um neomodernismo, assim, todo cheio de curva. Se o Niemeyer estivesse vivo, a gente ia fazer todos os projetos deles, sem problema nenhum.
HL: Mas funcional, sem os problemas que às vezes a gente vê aí, não é? Tipo o lá da Cidade istrativa, uma coisa mais moderna.
DK: Mas então, o cimento, hoje, o cinza ficou uma cor mais elegante junto com a madeira, junto com o preto, então acaba tendo uma conversa muito legal de um modernismo ou de um pós-modernismo.
HL: As redes hidráulica e elétrica ficam dentro dessa parede? Quer dizer, o robô vai fazendo o negócio e com um buraco no meio para colocar toda a fiação?
DK: Todo mundo fala que a gente deveria gastar mais tempo no projeto do que na impressão, então nesse caso, realmente o que a gente gasta mais tempo é no projeto, a gente pega o DWG, fazemos todas as compatibilizações, a gente vai fazendo o plano de impressão para jogar para o robô, então a gente vai imprimindo camada por camada e vai fazendo o desenho. Entre essa parede, você tem uma parte de concreto, um vazio no meio e uma outra parte de concreto, e dentro desse vazio, então, nós desenvolvemos juntos com uma empresa também mineira todo um sistema de chicote elétrico, hidráulico. Então, depois que imprime a gente entra e encaixa esses chicotes que am água e a parte elétrica, só faz um furo simples e já está pronta a instalação.
HL: Então você já entrega a casa para a pessoa, ela não vai ter essa amolação de pensar como é que vai ser para furar.
DK: Não, nem pode. A gente já pode mandar direto de fábrica ou montar isso lá dentro do canteiro de obra, ensinar a pessoa a fazer, porque o nosso objetivo realmente é divulgar a tecnologia, mudar a forma de construir no Brasil, principalmente a questão de mão de obra, hoje é muito difícil, mão de obra qualificada.
HL: Está dificílimo, né?
DK: Dificílimo, isso é um problema global que a gente conversa com diversas empresas no mundo todo.
HL: O que aconteceu? O pessoal não quer mais trabalhar nessa área, não quer mais ser pedreiro?
DK: É um trabalho pesado, o trabalho da Construção Civil, e de certa forma uma remuneração, talvez, abaixo de Mercado e muito pesado. Então, acho que hoje as pessoas preferem, talvez, trabalhar num Uber, trabalhar num iFood, de outras coisas com tecnologia,
HL: E aí esse projeto vem e dá para a gente pensar que ele vai eliminar a mão de obra, ou não? São 3 pessoas para fazer uma casa de 50 metros quadrados, mais ou menos, mas para as outras questões têm que ter mão de obra?
DK: Com certeza, parte elétrica, hidráulica, de acabamento. Da forma que eu enxergo, nós estamos requalificando a mão de obra. Se a gente perguntar quando o Ford foi fazer o Ford T, acabou a charrete? Talvez aquele cara que produzia uma roda de madeira sim, mas ele se especializou no processo de fabricação automotiva. Então, eu acho que o que vai acontecer é que vamos desenvolver novos profissionais dentro dessa cadeia construtiva.
HL: Ou seja, o operador do robô para fazer a casa.
DK: Com certeza.
HL: O que vocês entregam, então, da casa? Por exemplo, no banheiro a pessoa vai ter que fazer o piso ou não? Vocês já entregam o piso todo da casa, inclusive do banheiro, cozinha, como é essa coisa por componentes?
DK: Então, vamos lá, o que nós somos? Primeiro, nós somos um fabricante de um equipamento do sistema construtivo, então eu te entrego uma máquina e te ensino a trabalhar com ela, isso é uma coisa. Segunda coisa, podemos simplesmente te entregar a parte da parede, que é uma parede estrutural, então você está substituindo seu pilar por uma parede autoportante e não vai ter que fazer alvenaria, nem de tijolo, cerâmica ou qualquer outro sistema.
HL: O que elimina quantos dias?
DK: Isso é dependendo do tamanho, mas elimina muito tempo, muita mão de obra.
HL: Então não é só casa, dá para fazer prédio também.
DK: Vamos chegar lá, estamos em busca disso. Então, nós fazemos e te entregamos uma parede. Hoje, como o sistema está começando e como eu tenho a construtora por trás, a gente está entregando uma casa completa. Então, desenvolvemos, hoje, 12 projetos prontos, você simplesmente escolhe e eu te entrego a parede ou te entrego uma casa pronta para você morar, e aí tem também os projetos, onde as pessoas entram com o projeto, que chama os projetos tailor made, então a nossa arquitetura/engenharia transforma uma construção convencional em uma construção 3D.
HL: Ou seja, tem toda uma customização aí, vocês entregam vários serviços de acordo com o que o cliente quer. Uma construtora pode te contratar para você fazer um projeto para ela e você entrega. Qual vai ser o seu caminho, assim, o que você pretende fazer? Você quer mesmo é alugar essa tecnologia para as construtoras ou você quer ter uma construtora para concorrer no Mercado com as outras construtoras?
DK: Nosso objetivo é prover tecnologia e ser parceiro de solução para as construtoras que estão no mercado. Hoje, nós somos já bem competitivos num produto aí de média/baixa renda, a gente já fica competitivo, e onde a gente está trabalhando para ganho de produtividade é para que a gente consiga entrar na habitação social, e aí sim é um mercado muito grande, tem volume e escala.
HL: Qual é o preço, atualmente, de uma casa, uma construção por esse modelo de impressora 3D?
DK: Vou te dar o que aconteceu de evolução nos últimos 18 meses, quando a máquina chegou aqui no Brasil. A primeira casa que a gente imprimiu, a velocidade do bico de impressão era 50 milímetros por segundo, agora a gente já imprime a 120 milímetros por segundos, mais do que dobrou. A largura da parede era de 6 centímetros, agora já está com 4,5 centímetros, já economizamos 25%. A altura, antes a gente fazia com 2 centímetros, agora já faço com 2,5 centímetros, incrementando 25% de produtividade. O primeiro material custava, para nós, R$ 1.500 a tonelada, agora a gente já está trabalhando abaixo da linha dos R$ 800 a tonelada, então estamos ganhando produtividade com uma nova tecnologia e melhorando o custo. Então, hoje, com essa composição toda, a gente chega num custo de em torno de R$ 800 reais um metro quadrado da estrutura, o que é hiper competitivo para esse Mercado, de média renda para cima nem se fala, e quando a gente conseguir baixar esse número, abaixo de R$ 800, numa linha próximo a R$ 500, a gente atinge o valor para a parte de habitação social, que eu acho que é um dos objetivos nossos, poder resolver, prover tecnologia e dar habitação de qualidade para tanta gente que não tem casa hoje no Brasil e no Mundo.
HL: Aí já é o efeito platô, e conseguindo manter essa produtividade a R$ 500 o metro quadrado, já é um produto altamente competitivo com a construção popular, média/alta.
DK: Com certeza, com o sistema convencional. E aí, com isso, a gente vai conseguir atender um maior número de pessoas e vai ser sensacional a gente poder prover casa, habitação… você tem uma pessoa que não tem uma casa.
HL: É, o déficit habitacional que a gente tem aí…
DK: E do ponto de vista social, né, você chega aqui e você ter sua habitação para você poder cuidar da sua família, cuidar dos seus filhos, é o abrigo.
HL: É o maior desafio, né? É um desafio do lado das Construtoras que tem que estar sempre reduzindo os custos para entregar um produto que seja vendável, que a pessoa consiga comprar, que o programa social do Governo consiga pagar também, não é? É para ter escala. E um projeto desses, Daniel, é uma tecnologia nova, mas não adianta você ficar fazendo uma casa aqui, outra ali, você não vai conseguir replicar o processo, né?
DK: O que é legal da tecnologia é que sim, você consegue, porque é robô. Então, você pode fazer, independente de um conjunto, você pode fazer cada casa uma casa, porque não tem forma, não tem nada.
HL: Nesse aspecto sim, mas no aspecto do custo? Quer dizer, você está em R$ 800, já conseguiu diminuir bastante, mas para chegar a R$ 500 quanto tempo que você acha que demora, e isso vai precisar de um investidor anjo aí, de um capital maior? Porque aí você vai ter que fazer mais máquinas, mais robôs, não é? Você tem que ter volume.
DK: Com certeza, a ideia é essa. Inclusive, hoje, nós abrimos estamos buscando captação fora do Brasil, mandatamos uma empresa nos Estados Unidos, em Nova York, para tentar buscar um Venture Capital, um fundo de VC para que entre com a gente na tecnologia, não só no Brasil, mas também na Espanha, para poder nos ajudar a fomentar todo esse recurso.
HL: Quanto você precisa para a empresa virar uma empresa escalável? A Cosmos 3D virar uma empresa que consegue fazer grandes entregas e cumprir prazos.
DK: Hoje a gente já consegue fazer grandes entregas e cumprir prazos. Hoje, nós estamos fazendo o que a gente chama de bootstraps, então nós estamos seguindo firme com isso, mas há uma busca nossa para tentar um investidor, a gente está buscando algo em torno de 15 milhões de dólares, e viajando agora para um roadshows nos próximos dias para conversar com várias pessoas dos Estados Unidos para trazer esse investimento aí para a empresa.
HL: Quando você conversa com as pessoas, qual é a primeira reação que você repara nelas? É surpresa, é dúvida, é desconfiança? É tudo?
DK: É tudo. E o que é legal é o seguinte, agora é mais, acho que, confiança, agora está mais confiança, mas no começo não tinha nada, a gente falava que ia fazer, não tinha nenhuma casa.
HL: Aí a pessoa perguntava “cadê a casa? Eu quero ver”.
DK: Ver para crer, mas agora acabamos de entregar a quinta casa, estamos entregando a sexta casa, já tem mais 5 casas direto na esteira de produção, estamos conversando com diversas empresas e clientes diferentes do Brasil todo, então está muito gratificante, e quando a gente mostra que a gente já entregou, já construiu, a pessoa olha e fala “uau!” Já deixo o convite, aqui em Nova Lima, para você conhecer e ver ao vivo, quem faz, faz ao vivo. (risos)
HL: É verdade. (risos) Aquele robô foi você que fez ou você tem que comprar ele de fora?
DK: Esse robô é a Cosmos que fabrica. Quem faz parte? O meu sócio espanhol, o Ruben, que é o nosso Co-founder e Co-CEO, então ele vem de uma área mais de tecnologia, ele cuida do time de engenharia, de fabricação e melhoria, toda essa parte, tanto de software, de hardware, então ele cuida disso lá na Espanha para a empresa. É um desafio cultural interessantíssimo, que são duas culturas muito diferentes, então temos que organizar, tanto a gente com o time deles e o time deles com a gente, para poder, eu e ele, ir organizando esse meio de campo.
HL: O brasileiro é muito flexível, ele se vira, não é?
DK: O espanhol também. Eu acho as culturas bem parecidas, a cultura hispânica aí…
HL: Por isso que deu certo, né?
DK: Está dando, está ótimo.
HL: Além desse investimento de US$ 15 milhões, você acha que, com esse investimento, a empresa consegue crescer do jeito que você quer? O que você pensa para a empresa, ao longo desse plano plurianual?
DK: Muito bom. Precisamos sempre separar várias coisas, uma é o desenvolvimento da tecnologia, porque como é tecnologia é P&D contínuo, então você não pode estar nunca satisfeito com o que a gente está olhando, dá sempre para melhorar, e outra coisa, né, a gente está criando o futuro, a gente está olhando para frente. Então, hoje nós temos a tecnologia de dois pilares, estamos já pensando em várias outras coisas que a gente acredita que pode melhorar, não só de dois pilares, mas quebrar a barreira da impressão de outra forma ainda que nem existe hoje.
HL: Porque a construção, hoje, não é assim.
DK: Não, inclusive para verticalizar, o grande desafio das grandes cidades é a verticalização. Então, nós temos um caminho muito grande onde entraria a parte, vamos dizer, de P&D na tecnologia, em software, melhoria de material, aí você tem a outra parte do desenvolvimento do próprio negócio imobiliário, então boa parte desse investimento simplesmente é para comprar terra, construir casa e vender, é o jogo convencional de viewstate, mas que, enfim, com um prazo e uma velocidade muito maior, e para a gente, também, terminar de consolidar um time global de venda para que a gente possa atingir outros países e acelerar a tecnologia ao redor do mundo.
HL: Onde você tem sentido que vai ter um Mercado maior e mais disposto para adaptar essa tecnologia para o negócio dele, das construtoras? É no Brasil, é o mercado doméstico ou é lá fora?
DK: No Brasil eu não tenho a menor dúvida, é um grande foco de investimento, não há dúvida. É um país relativamente pobre, com déficit habitacional, desde que eu formei são 10 milhões de unidades, nunca mudou, é gigante, então continua. Os Estados Unidos também têm falta de 10 milhões de unidades, e nos Estados Unidos você tem uma questão que a grande a maioria das casas é feitas de wood frame, que agora está na moda até no Brasil, mas eles estão precisando migrar, principalmente por causa de desastres naturais, incêndios, terremotos, furacões. Então, hoje a questão de seguro nos Estados Unidos é muito séria, dependendo dos locais e com esse tipo de casa você não consegue nem seguro, ou o seguro é muito alto, então nos Estados Unidos tem um mercado gigantesco, a maior economia do mundo, nem se fala, mas a gente vem conversando… por exemplo, a Argentina, projeto de mil unidades, Chile, Colômbia, Equador, a América Latina toda, acho que o problema da habitação social é muito inerente de todos. Na Ásia a gente vem conversando, hoje um país que está muito desenvolvido, a gente já tem tido algumas conversas também com a Arábia Saudita, Índia também conversamos, mas Arábia Saudita e Dubai estão querendo investir muito nesta tecnologia, porque ela também não tem mão de obra, a mão de obra vem toda de fora, Paquistão e Índia. Então, os pais estão se movimentando.
HL: E tem que continuar crescendo, cidades muito turísticas, regiões aí com uma demanda enorme, um potencial. Agora, qual é a vantagem, além desse tempo menor, em até uma semana você consegue fazer uma casa de 50 metros quadrados, além do tempo, o custo menor que você está lutando para chegar nos R$ 500, quais as outras vantagens que têm uma casa dessa? Ela esquenta? Ela pega fogo? Qual é aí esse cipoal de vantagens, que a gente pode dizer?
DK: Primeiro, ela é à base de concreto. Concreto está aí desde os tempos dos romanos, as colunas romanas, as igrejas de concreto estão todas em pé até hoje, então é um material altamente conhecido, altamente estudado e altamente confiável, então essa é a nossa base da construção. A segunda parte é que a forma que nós estamos fazendo, como ele tem um vazio no meio, esse vazio ajuda na questão térmica, então a troca de calor acaba não ando, o calor de fora para dentro.
HL: Eu vi um relato de uma pessoa lá dentro da casa contando que é super fresco, naquele calorão lá do Nordeste e super fresco por dentro.
DK: Exatamente. E a questão acústica também, como você tem uma barreira de ar, o som para aqui e não transmite para o outro lado, então tem todos os benefícios do sistema convencional, é até superior a questão térmica e acústica do sistema convencional ou simplesmente uma parede de concreto maciço.
HL: Eu estava te perguntando antes da gente começar sobre o telhado, armários, mesas, e eu vi que lá do Nordeste vocês fizeram até um banco do lado de fora, que você se sentou lá e mostrou. Essas partes customizáveis, também, vão ser possíveis? Ou não, vai ter que continuar fazendo armário de madeira, ter que gastar com a marcenaria dentro da casa, ou não? O piso também dá para pensar ou não precisa?
DK: O piso acho que é convencional, né, um cerâmico, porcelanato, isso vai continuar. A questão do mobiliário, é possível então imprimir mobiliário, nós temos uma linha de mobiliário urbano, linha de mesa, linha de cadeira, mas obviamente é um material um pouco mais pesado e às vezes para casa não é tão fácil. A gente, lá na própria casa que a gente fez na Bahia, a gente imprimiu as partes dos armários, então no final a gente só entra com as ripas para colocar as roupas. No caso, se a gente olhar do ponto de vista social, você resolve, porque muitas vezes a pessoa não tem o dinheiro para comprar um armário.
HL: Esse enxoval da casa começa a ficar muito caro, né.
DK: Com certeza, então a gente consegue imprimir muitas coisas desse tipo. Agora, do ponto de vista do telhado, a gente busca o máximo industrializado possível através de laje alveolar pré-fabricada, ela é semi pré-fabricada, vai precisar de mão de obra, mas ela já é melhor do que a moldada in loco.
HL: Mas vocês estão buscando também fazer uma laje própria, telhado também?
DK: Exatamente. E, hoje, como nós estamos fazendo e desenvolvemos a parte do sistema construtivo agora, natural vai ser o restante da esteira de produção para que a parede possa ir cada vez mais pronta saindo da fábrica para uma obra, para diminuir a mão de obra no canteiro com garantia de qualidade.
HL: Daniel, você já tem feito aí esses roadshows, inclusive, para grandes players do setor de Construção Civil que já tem um chão enorme aí de construção de casas populares, programa Minha Casa Minha Vida, e eles sabem as dores deles onde que são maiores. O que eles mais pedem para você? Por exemplo, “olha, para eu comprar esse projeto seu, eu preciso que você faça isso e aquilo”, além de diminuir o custo de produção?
DK: Hoje, o próximo desafio que a gente está trabalhando muito, que chama Datec, e junto com a norma de desempenho, é que a gente vai aprovar todo esse sistema construtivo no Ministério das Cidades, e com isso a Caixa Econômica Federal pode financiar durante a obra, porque esse jogo do mercado imobiliário é um jogo mais financeiro.
HL: E tem que ter a garantia, né? A construtora tem que ter a garantia que a pessoa vai pagar, e realmente elas têm feito muito isso. Você financia 20% ali durante a obra e você já assina desde o início o contrato de financiamento.
DK: E a Caixa te dá o dinheiro e paga as pessoas para construírem.
HL: A fidúcia já está garantida.
DK: Perfeito. Então, quando nós tivermos isso, a gente acredita que vamos conseguir entregar, não só o sistema construtivo, mas o sistema construtivo com financiamento para as empresas, incorporadoras e construtoras, e assim a gente acredita que vai ser uma grande virada de chave.
HL: Aí é o ambiente de negócios ideal, né. Está andando bem no Ministério das Cidades?
DK: Nós estamos, agora, terminando de fazer junto aqui com a UFMG todos os ensaios e contratamos a Falcão Bauer para poder terminar de validar isso, então já temos todo o sistema construtivo já escrito, já validado por nossa equipe de engenharia e uma equipe de engenharia externa, que está cuidando desse projeto, e partir para essa próxima fase da empresa.
HL: E aí ela já tem a aceitação e já tem a garantia técnica de pesquisa, de tudo, né? Que é um negócio escalável que pode ser construído, que não vai cair, não vai ter problema?
DK: Nós já temos isso hoje, agora a gente precisa provar isso para o Governo para que a gente possa buscar…
HL: Ser aceito também nesse financiamento dos programas sociais. Aí ninguém segura o Daniel Katz (risos). Você também já ganhou vários prêmios, né, a Cosmos 3D está ganhando aí vários prêmios nacionais, internacionais, né?
DK: Nós tivemos entre os 3 finalistas de um programa global de sustentabilidade do YPO (Young Presidents Organization), então foi um reconhecimento super legal.
HL: Que é um programa referendado no mundo inteiro.
DK: No mundo inteiro. Recebemos um prêmio da Forbes no ano ado das pequenas gigantes, ou seja, tão pequenininha, mas com um potencial gigantesco e crescendo. Então, realmente o reconhecimento, as pessoas ficam muito curiosas com a tecnologia e a gente está trabalhando muito duro, não só eu, mas a equipe, que é grande, de engenharia, de arquitetura.
HL: Você está com quantas pessoas para tomar conta?
DK: Hoje, na Cosmos 3D, nós somos 30, o grupo Katz é um pouco maior, mas na Cosmos, especificamente, já são 30 pessoas e muito P&D, muito desenvolvimento.
HL: É uma Startup, não é? A gente pode dizer isso, por enquanto. E ela não é, eu acho interessante também para o mercado, deixar claro, que ela não quer concorrer com grandes construtoras, ela não quer ser mais um player no mercado para tomar o espaço das grandes, ela quer ser uma prestadora de serviço, não é?
DK: Nem prestadora de serviço, nós queremos prover a solução. Eu quero, como nós somos donos da tecnologia, eu quero entregar a tecnologia para essa construtora, treinar a equipe dela e ela então que desenvolva lá e ganhe o dinheiro dela.
HL: Verticaliza o negócio lá e pronto.
DK: Esse é o nosso objetivo, quero ser parceiro das grandes construtoras e das pequenas também.
HL: Não é canibalizar, não é mais um para poder tirar mercado.
DK: Muito pelo contrário, a gente quer estar somando ao lado deles
HL: Depois que você vai ver um o de internacionalização maior lá com seu parceiro?
DK: Nós já nascemos internacionais, né. Hoje nós já estamos em Portugal…
HL: Já têm casas lá?
DK: Portugal está começando a imprimir a primeira casa. A máquina chegou há 2, 3 meses em Portugal, então foram os primeiros momentos, todo o treinamento da equipe junto com um sócio nosso lá, que é o Thibaud, então liderando lá o desenvolvimento em Portugal, e na Espanha também. Agora, estamos conversando com diversos outros países, buscando parceiros para buscar essa internacionalização
HL: Você é o presidente do YPO, não é?
DK: Hoje, do capítulo Belo Horizonte, sim, estou presidente.
HL: E por meio desses organismos, você também tem conseguido conversar com mais clientes nesse programa, assim, de convencimento mesmo, essa missão, porque é uma missão que você tem, você tem que catequizar o pessoal. (risos) Não tem? Você não sente isso?
DK: (risos) Por enquanto sim, mas depois, é o que a gente está falando, tem o iPhone, antes era Blackberry, ninguém sabia, naquela época pensava-se “isso aqui não vai dar certo”, então no final tinha que provar que aquilo dava certo.
HL: Não, o Steve Jobs falou “eu vou criar uma coisa que a pessoa não sabe ainda que precisa”.
DK: Pronto, estamos mostrando aqui uma coisa, acho que a diferença é que eles já sabem que precisam, então talvez seja mais fácil essa missão. Mas, realmente, o YPO e outras entidades que eu participo ajudam muito em contato com pessoas bacanérrimas…
HL: Com investidores.
DK: Exatamente, Belo Horizonte, Minas Gerais e todo o Brasil.
HL: Todo mundo pode participar, todo empresário, ou não, você tem algumas regras para poder participar do YPO?
DK: Não, tem algumas regras.
HL: Mas está sempre aberto para receber novos entrantes, novas empresas?
DK: Sim, mas agora o pedido global é que diminua o número de membros, que segure o número de membros. Agora nós vamos ter que rever o nosso planejamento estratégico.
HL: Essa questão da sustentabilidade, por exemplo, você pensa em abrir o capital dela (a Cosmos 3D) na Bolsa de Valores, ou não? É mais mesmo pelo private equity, Venture?
DK: Eu acho que é muito cedo para a gente falar, mas do ponto de vista da sustentabilidade, para você ter uma ideia, a gente imprime, hoje, 6 toneladas, 7 toneladas por dia
HL: A capacidade da Indústria lá é de quanto, essa de Nova Lima?
DK: Essa aí, por dia.
HL: Então você já está com a capacidade instalada dela totalmente tomada?
DK: Dentro do desenvolvimento do material que eu tenho, que é na parte do P&D, agora dentro da sustentabilidade, olha que legal, para a gente começar a imprimir, eu gasto 250 quilos a 300 quilos para poder ligar a máquina e colocar ela no flow correto, ou seja, o meu desperdício é de 5% apenas, quando uma média da Construção Civil é de 30%, então é brutal a nossa diferença.
HL: São 5% na Cosmos 3D…
DK: Contra 30% do mercado.
HL: Para uma Construtora tradicional começar a construir uma parede, ela gasta 30% de cimento?
DK: Basicamente é o seguinte, a cada 3 casas a gente joga uma no lixo, essa é a média da Construção Civil, enquanto nós (na Cosmos 3D) estamos falando de 5% apenas. E esses 5%, a gente tem um triturador, eu pego esse material, trituro, isso hoje vira material inerte para fazer enchimento nas obras.
HL: Economia circular, ele é totalmente reaproveitado.
DK: Economia circular, porque o nosso material é muito fino, a peneira é menos de 2 milímetros de espessura.
HL: É uma coisa tipo nanotecnologia, quase.
DK: Quase. Então, a ideia, por enquanto é material inerte, o que já é muito bom, é que no futuro isso possa voltar para dentro do próprio material, ele se autoalimenta como 5% do material, então, isso é uma parte do programa. A segunda parte, nós estamos conversando com uma mineradora para a gente utilizar rejeito da barragem deles dentro do nosso material, para que ao invés deles estarem depositando no meio ambiente, eles estarem colocando para construir habitação.
HL: Para a história não ficar lá repetida, mesmo no empilhamento a seco.
DK: E o terceiro, nós recebemos, hoje, um traço com uma outra empresa, um cimento verde à base alcalínico, então ele retira CO2…
HL: Ah, ele captura, sequestra gás carbônico?
DK: Exatamente, e a gente está para testar esse primeiro traço com a nossa mistura para a gente entender, e aí a gente vai ter a casa que vai tirar CO2 ao invés de estar depositando, porque o setor da Construção Civil é responsável por 40% de todas as emissões de CO2 no planeta, e no caso a gente vai estar capturando CO2.
HL: Você vai capturar e evitar que isso aí seja jogado no ar.
DK: Exatamente. Então, do ponto de vista da sustentabilidade é algo incrível
HL: É super performático, porque o mercado quer isso. Por exemplo, uma empresa que está construindo, que tem capital na Bolsa, que tem ação na Bolsa, no índice sustentável, ela precisa estar melhorando cada vez mais as métricas dela, ela precisa de fornecedores sustentáveis.
DK: Com certeza, independente da discussão de aquecimento ou não aquecimento, produção de CO2 ou não, quanto melhor a gente cuidar dos nossos recursos materiais e minerais, melhor é para a gente.
HL: Você vai perenizar cada vez mais o material.
DK: É óbvio que a necessidade é inerente do ponto de vista da sustentabilidade.
HL: Mas aí o cimento continua na mesma cor?
DK: É um cimento, só que ele é a base de outros elementos químicos.
HL: É toda uma cadeia de fornecedores que vai mudando com coisas que não existem, que vai ter que ter fornecedor para isso, a cimenteira vai ter que começar a ter uma máquina lá virada para produzir esse tipo de cimento. que é o que tem acontecido na Indústria, não é só na Indústria cimenteira, né?
DK: Desde que o mundo é mundo, a gente não tinha luz elétrica, depois tem luz elétrica, não tinha penicilina, agora tem penicilina, não tinha computador, não tinha carro, agora nós falamos de inteligência artificial, é a evolução da humanidade e que bom que a gente está evoluindo.
HL: E que bom que você está fazendo parte desse trabalho, né, Daniel. Você é novo ainda, tem 44 anos, está bom ainda para trabalhar muito, para ter insights, várias ideias.
DK: Ainda aguentamos bastante! (risos)
HL: Três filhos para continuarem esse legado. Eu queria também falar um pouco sobre os outros negócios do Grupo Katz. Você, como CEO do Grupo Katz, tem a Hauz que construiu, a gente falou um pouquinho no início sobre o novo hotel dentro do Instituto Inhotim, que é um resort de luxo, e a Hauz é exatamente para fazer essas construções de altíssimo luxo, totalmente personalizadas, casas de luxo país afora. Como tem sido essa jornada?
DK: A Hauz é uma empresa que quem está à frente dela, está como CEO da Hauz, é o Guilherme Vargas, que é um cara genial, e junto o nosso Diretor de Engenharia, o Caetano, que tomaram isso aqui.
HL: Eu vejo o Guilherme postando imagens de como é que está a casa, você fica assim “meu Deus, vai sair o que daí?”. Saem projetos maravilhosos.
DK: E hoje a gente acabou entrando numa linha de arquitetura muito assinada com os maiores arquitetos aí do Brasil, trabalhando com Jacobsen, com Bernardes, estamos com pessoal aqui, que para mim, está fazendo uma arquitetura autoral sensacional, daqui de Belo Horizonte, a Tetra Arquitetura. Enfim, estamos trabalhando com os principais arquitetos e diversos outros também, nomes como o Gustavo… desculpa aqueles que eu não mencionei, a gente trabalha com muitos arquitetos e cada um é mais sensacional que o outro.
HL: Em cada projeto vocês chamam o arquiteto que vocês sentem que têm mais a ver com o projeto?
DK: Na Hauz a gente acaba construindo para o cliente, então a gente é chamado, a gente não busca. É totalmente tailor made, é um projeto até muito artesanal, estamos tentando trazer um pouco mais de tecnologia para isso, para ganhar velocidade, porque todos os clientes querem a casa o mais rápido possível, obviamente.
HL: E aí começa, obra você nunca sabe. (risos)
DK: Não, a obra é um ser vivo (risos). A única coisa que a gente sabe é que vai terminar, mas é realmente muito desafiador o dia a dia, a gestão, é uma mão de obra muito pouco qualificada, infelizmente, e enfim, são os problemas estruturais da cadeia construtiva, da construção. A despeito disso, o Guilherme vem fazendo um trabalho maravilhoso, uma casa, hoje, de altíssimo padrão, a gente entrega entre 16 meses e 2 anos, o próprio (resort) no Instituto Inhotim, que foi um investimento muito significativo, pelo grupo Clara, liderado pela Taísa e o Ian, foi uma obra de 12 meses.
HL: Em 12 meses vocês fizeram aquele resort maravilhoso?
DK: Exatamente, foi um desafio tremendo, enorme e com um resultado muito satisfatório.
HL: É lindo. Toda vez que eu vejo as imagens de lá ele está totalmente integrado no mesmo moody, na mesma vibe do Inhotim, parece que é o Inhotim junto.
DK: Lá foi um negócio muito difícil, desafiador, porque já existia uma estrutura feita e parada há mais de 10 anos, então aquilo foi uma construção junto com uma reforma. Todos os temperos possíveis dentro de uma construção civil foram colocados naquele tempero, naquele molho, mas saiu um prato, hoje liderado pelo próprio Léo Paixão, delicioso, da parte da gastronomia.
HL: E está um sucesso lá, todo mundo gostando demais.
DK: E o grupo Clara, que tem outros hotéis, são perfeccionistas.
HL: O que o Bernardo Paz (fundador do Inhotim) falou? Porque ele também é muito exigente.
DK: Bernardo é um querido, conversamos muito, e o Bernardo realmente é um cara muito à frente do tempo dele.
HL: É um legado, né, aquilo ali é para a vida.
DK: Aquilo é para eternidade, enquanto o planeta Terra existir, aquilo vai estar lá cada vez mais bonito.
HL: A cada vez que a gente vai lá é uma surpresa, é uma sensação diferente, não tem como você tirar. O que o mercado de luxo está querendo hoje? Ele quer só designer sem se importar com preço, ou ele quer preço, custo-benefício, design, inovações, tendências mundiais, uma brasilidade aí?
DK: Nós temos que dividir qual mercado de luxo nós estamos falando. (risos).
HL: Pois é, o triple A ou o mercado de luxo médio, porque tem várias esferas, né?
DK: Várias. Hoje, eu vou pegar alguma coisa que mais nos toca, né, eu acho que arquitetura, a brasilidade, a arquitetura brasileira, principalmente com o movimento que a empresa fez indo para a Bahia, a gente fez um museu junto com o Zanini de Zanine, o designer, então tem um museu das cadeiras brasileiras, isso acabou trazendo uma visão da brasilidade muito grande e como que o mundo inteiro nos consome, e agora o brasileiro de alta renda começou a consumir o que o mundo já consumia.
HL: O que o mundo já elogiava do Brasil.
DK: Se a gente pegar os arquitetos ou os próprios do mobiliário que a gente tem, Sérgio Rodrigues, o próprio de Zanine, então nós temos nomes importantíssimos, hoje, os irmãos Campana…
HL: Aquele sofá dos irmãos Campana é uma delícia
DK: É espetacular. Então, temos diversos designers… hoje um cara que eu gosto muito, que ainda está vivo, o Percival Lafer, várias pessoas, muito bom gosto e com design muito lindo, que o mundo hoje tem consumido. Então, eu acho que o brasileiro de alto padrão, alta renda, porque ganhou um valor muito significativo, tem comprado esse tipo, e aí quando você pega a parte da madeira, a parte da pedra, dos elementos naturais brasileiros, você tem esses arquitetos, o Kogan, o próprio Bernardes, Jacobsen, como já falei e diversos outros também que estão trazendo essa arquitetura mais brasileira para dentro do projeto, então você tem esse lado. E você tem, também, uma parte de onde você quer consumir uma coisa mais contemporânea, ou mais globalizada, ou mais mundial, você acaba trazendo marcas para dentro também da arquitetura e dentro da engenharia, né. Então, você tem a própria Porsche…
HL: A Louis Vuitton.
DK: A Armani fazendo casa, a Fendi fazendo casa, então você tem esse tipo de coisa.
HL: É o estado da arte em todos os estilos.
DK: Em todos os estilos, e depende muito de onde você está conectado e está buscando da questão do luxo, mas não tem dúvida, você ter qualidade não é barato, então você sempre tem a questão do preço, mas obviamente o custo-benefício sempre é um fator de decisão aí nesse mercado.
HL: Qual é o tíquete médio, hoje, de um metro quadrado de uma construção de luxo da Hauz, por exemplo? Dá para quantificar, assim, é a partir de quanto e até quanto?
DK: A partir de R$ 12 mil o metro quadrado privativo, até R$ 22 mil o metro quadrado privativo, dependendo do arquiteto e do que ele vai querer. E, hoje, que a gente vem fazendo umas coisas mais brasileiras, mas não assinadas, quando a gente vai falar de casas na Bahia nós estamos falando de R$ 7 mil, R$ 8 mil o metro quadrado, é um outro mercado, mas também com esse tempero brasileiro colocado lá.
HL: Eu acho fantástica a região que vocês têm os loteamentos, vi até uma exposição dos seus executivos quando eles foram apresentar o Tríade, outro projeto maravilhoso, lá no Vila da Serra, mas mostrando as imagens lá da Bahia, vocês conseguiram um trecho que parece ser um dos últimos no “pé” da areia, né?
DK: Toda vez que eu chego lá eu me pergunto como aquilo não tinha sido explorado.
HL: É lindo, é um paraíso. Esquecendo o 7x1 da Alemanha, onde os alemães ficaram hospedados (na Copa do Mundo de 2014), mas que lugar, que paraíso aquilo.
DK: Aquela região de Santo André até Belmonte, que eu falo lá que é do João de Tiba até o Jequitinhonha, que nasce aqui em Minas, no Serro, e deságua lá, então a conexão umbilical com Minas Gerais, e a gente está muito próximo de Porto Seguro. Você pega Porto Seguro, quando você desce para o Sul, para (Arraial d') Ajuda, Trancoso, Caraíva, né, super bem ocupado, com um desenvolvimento urbano um pouco mais acelerado ali. Quando a gente sobe, a gente a por Cabrália, no resto de Porto Seguro, a por Cabrália, mas de repente você cruza o rio, a sensação que tem… você está convidada a ir para lá, é que você a num portal aonde você vai para outra dimensão, uma rusticidade muito grande. A Vila de Santo André tem 800 habitantes
HL: Nossa, que delícia.
DK: A Vila de Santo Antônio tem 300 habitantes, a Vila de Guaiú 400 habitantes, esse é o número de pessoas que estão ali numa orla de 40 quilômetros de praia. Em Belmonte, uma cidade um pouco maior, que foi uma das cidades mais ricas do Brasil na época do Cacau, e agora está voltando, porque o cacau está voltando com força no mundo.
HL: Está na moda de novo o Cacau brasileiro.
DK: O preço subiu muito da saca, então é uma cidade riquíssima e com uma história riquíssima, onde lá tem aeroporto, tinha alfândega…
HL: Tinha tudo lá, Indústrias, porque onde tem dinheiro, ele leva todo esse atendimento.
DK: E o dinheiro era o cacau, era o dinheiro na época.
HL: Vocês estão vendendo bem lá, Daniel? Como tem sido a valorização desses loteamentos? São quantos loteamentos, qual é a extensão que vocês têm à venda lá?
DK: Lá é uma orla de 40 quilômetros, nós temos hoje 6 quilômetros de praia, já desenvolvemos 3 km, temos mais 3 km para desenvolver. Acabamos de adquirir agora mais 700 metros de praia, então vamos fazer quase 7 quilômetros de praia nesse período. Nós estamos indo para o sexto lançamento, então o Araripe que vendemos todo, Belmonte vendemos todo, Vila da Vila tem um restinho de coisa, e agora nós estamos no Bahia dos Coqueiros, que são todos terrenos de 5 mil metros de frente para a praia, um coqueiral maravilhoso. Eu falo, até gravei um vídeo, falei assim “vou mostrar para vocês o empreendimento com mais metros quadrados da orla”.
HL: Porque não tem mais, a gente vê agora loteamentos tudo lá para dentro.
DK: E lá nós acabamos também adquirindo alguns imóveis, são dois restaurantes, a gente acaba gerenciando, mas é algo que não tem nada a ver com nosso grupo.
HL: Oportunidades de negócio.
DK: Exatamente. É o João de Tiba, que tem um píer à beira do Rio, e o Maria Nilza, que era da Maria Nilza, foi dela e ela me procurou para eu poder comprar, e que é a barraca de praia com mais tradição naquela orla, com arroz de polvo.
HL: Nossa senhora, que delícia! Você vai muito lá, como você tem feito? Porque você tem que se desdobrar.
DK: Uma vez por mês. É muita coisa, e aí nós temos que ir lá ver se o coco está no pé ainda, tem que ver se ninguém tirou. (risos)
HL: Quem compra, lá no Nordeste, esses lotes da Katz?
DK: Nós vendemos para o Brasil todo, né, depende do empreendimento, mas majoritariamente Belo Horizonte, por a gente ser daqui, né, Minas Gerais.
HL: Mineiro já confia, já conhece.
DK: São Paulo muito, porque é muito próximo, é um pouco mais distante do que Belo Horizonte, mas é perto. Belmonte a gente vendeu para Brasília, Mato Grosso, Cuiabá, Rio de Janeiro.
HL: E com todos aqueles cuidados de preservação ambiental que tem que seguir, todo o licenciamento ambiental.
DK: Claro. Lá a gente está dentro do mapa, temos todos esses cuidados de estar sendo inseridos, não só do ponto de vista do meio ambiente, mas social também, de estar entrando dentro de uma cidade, uma comunidade…
HL: Tem que ter esse trabalho também, da infraestrutura toda, de esgoto, de tudo, para não transformar o lugar num inferno, esse problema que também tem. Falando em loteamento, você também entrou no Haras do o, em Itabirito (MG) com o Marcelo Tostes, até vi uma fala dele que ele levou 7 anos para conseguir o licenciamento da obra. Quer dizer, isso é a média em qualquer lote do Brasil? Na Bahia é assim também? Esse tempo todo que vocês demoraram?
DK: Gastamos uns 3 anos, 4 anos com o licenciamento, nada é simples quando se envolve meio ambiente, então você tem vários cuidados.
HL: Mas 7 anos em Minas Gerais?
DK: Esse gastou um pouco mais, talvez, da nossa vontade, mas o bom é que foi licenciado, saiu na hora certa.
HL: Está com toda a infraestrutura pronta?
DK: Exatamente. Então, estamos supersatisfeitos com o lançamento do Haras do o, junto com o Marcelo Tostes, que é um grande amigo, e é sucesso de vendas absoluto aí nos primeiros 30 dias, fizemos uma parceria superlegal com um cara incrível, que é o Henrique Maderite, que é um cara divertidíssimo.
HL: Ele tem sítio também, é um cara que gosta de cavalo, né.
DK: Gosta de cavalo, então está super conectado e estamos muito felizes.
HL: O mineiro está procurando isso, um valor agregado no loteamento? Quem gosta de natureza, “ah, quero um cavalo, quero uma lagoa para pescar”. E como está essa precificação do metro quadrado aqui? Lá é Itabirito, é 1 hora de Belo Horizonte.
DK: Dá 55 minutos do BH Shopping.
HL: 8 minutos de helicóptero, né. (risos)
DK: É, helicóptero é um pouco mais rápido.
HL: Mas, para um mercado de luxo, é uma coisa que a pessoa quer morar lá ou ela quer só ar o final de semana?
DK: É uma segunda residência, pode ser a primeira também, mas é um mercado de luxo. Hoje, o Haras que o Marcelo construiu para ele, inicialmente, está dentro do projeto do Haras do o, a pessoa pode usar o Haras, já pode usar, e é um projeto do Orsine, o paisagista, então é belíssimo, a arquitetura é do Mário Caetano, que é outro grande arquiteto. Já está tudo ali pronto, e a parte da sede náutica, piscina, sauna, jacuzzi, então já está tudo pronto, as trilhas… então o fácil o Marcelo deixou para eu fazer, que é simplesmente rasgar a rua, colocar água e luz, isso é mais fácil
HL: Está tudo pronto, né, vai rápido agora.
DK: Vai rápido, exatamente.
HL: Aí tem outro projeto também o Tríade, no Vila da Serra, em Nova Lima (MG) você vai continuar com obras ali no Vila da Serra? Porque eu vi que você fez o Ventura, você tem um outro, também, de um quarto, mas já tem um tempo…
DK: O Beverly Hills
HL: É o Beverly Hills.
DK: Nós fizemos lá com a boate Na Sala, lá embaixo, foi superlegal.
HL: Super legal. Teve uma época que você estava aceitando bitcoin para pagar o imóvel, isso continua ou essa moda aí não pegou?
DK: Se me pagar com Bitcoin, eu aceito.
HL: A questão é que o pessoal está querendo segurar agora.
DK: Está subindo muito, sobe e desce.
HL: Você tem mais lotes, mais terrenos, o landing bank seu está para lá?
DK: Temos. Estão aprovando mais um projeto que a gente vai trazer uma grande marca junto com esse projeto, é um projeto do Tríade, assinado pelo Jacobsen, é um prédio que se contorce, é interessantíssimo a arquitetura.
HL: São blocos todos encaixados, é lindo.
DK: E aquele prédio, quando a gente recebeu o projeto, era uma outra fachada, e aí o escritório virou e falou “quero mudar o projeto”. “Mas nós já gostamos do projeto”, aí falaram “vou mudar o projeto. Se vocês gostarem do novo projeto, vocês ficam, se não, vocês ficam com o projeto antigo”.
HL: Tá bom, né, vamos ver se surpreende (risos)
DK: E aí veio o projeto e ficou, realmente, leve. Aquele projeto podia estar sendo construído ou em Nova York, Miami, Paris, ele é cosmopolita, mas está aqui.
HL: Como está valorizando aquela região, né? Eu vi no lançamento que eram R$ 10 milhões uma unidade, aí hoje você está falando que já está em R$ 14 milhões.
DK: Está em R$ 14 milhões, mas nós vamos subir mais. Hoje nós estamos pedindo em torno de R$ 30 mil o metro quadrado, mas a gente acredita que o preço lá é para bater R$ 40 e poucos mil o metro quadrado, por ser um prédio único, exclusivo, totalmente assinado, então a gente vai capturar esse valor ao longo do tempo.
HL: Ou seja, não tem bolha nessa região, é uma região que o que fizer vende, né?
DK: Hoje, é um dos maiores PIB’s per capita do Brasil, aquela região do Belvedere, Vale do Sereno, Vila da Serra, então ali não tem dúvida que se consolidou, o crescimento do vetor da classe A está ali. Nós estamos preparando um lançamento, agora, de um prédio de 1 e 2 quartos com uma outra grande marca também.
HL: Lá também no Vila da Serra?
DK: Exatamente. Eu te aviso. (risos)
HL: (risos) Em primeira mão. O metro quadrado também vai estar nisso aí ou não? R$ 40 mil.
DK: Não, é mais um lançamento aí de R$ 23 mil, R$ 25 mil, tem que ser em torno disso, porque o produto realmente é diferenciado, assinado. Temos um outro projeto que nós estamos desenvolvendo lá também, estamos buscando trazer um dos maiores escritórios aí do mundo, deixa eu terminar primeiro que eu te falo em primeira mão.
HL: Não pode falar, porque está fechando ainda.
DK: Vai ser um negócio incrível.
HL: Mas me conta uma coisa, Daniel, eu estou vendo muito apartamento sendo lançado, naquela região, de um quarto, Isso é para investidor ou é para a pessoa que está querendo ir morar lá, com aquele trânsito terrível? Porque eu também sou moradora de lá, você também é. Como vai ser essa conta aí? Vai fechar ou também pode ter um overbooking de móveis de um quarto?
DK: Eu morei no edifício Niemeyer, na Savassi. Então, o trânsito hoje de Belo Horizonte, da Savassi, na minha opinião não é nada mais ou nada menor do que a região lá de cima, a gente tem que colocar em perspectiva, porque como o crescimento está chegando lá agora, tem piorado e a sensação é de piora, mas a gente vê o trabalho muito grande da Prefeitura de Nova Lima junto com Belo Horizonte
HL: Não sai aquela obra, né.
DK: Estão buscando aquela interligação que eu acho que vai ajudar muito a mobilidade, e você tem um ponto, hoje, quando você vai falar hoje de urbanismo, são as centralidades. Então, hoje, aquela região virou uma centralidade, você não precisa sair de lá para fazer nada. Ultimamente eu só saio de lá para visitar meu pai e minha mãe, vim te ver, porque senão, também, meu escritório está ali no Belvedere…
HL: Para que você vai atravessar a cidade, está tudo lá.
DK: Exatamente.
HL: Tem shopping, farmácia, hospital, toda a rede hospitalar ali na Oscar Niemeyer, né.
DK: Todos os melhores supermercados.
HL: E as pessoas estão querendo morar em espaços menores mesmo? Elas estão cada vez mais sozinhas, ou o casal está sem filhos? É uma tendência ou é para o investidor mesmo?
DK: São duas coisas: primeiro você tem sempre gente… hoje o jovem está saindo de casa mais tarde, o jovem já bem-sucedido está casando-se mais tarde, então o apartamento de um quarto, dois quartos serve muito para esse público, e sempre tem gente separando, viúvos, viúvas, então você tem essa dinâmica.
HL: Não quer mais morar em casa, envelheceu.
DK: Exatamente, aí você quer diminuir o tamanho, na vida você quer crescer, depois você quer também diminuir, é natural. Então, você tem toda essa dinâmica.
HL: Não ter trabalho com casa para limpar. (risos)
DK: Então, você tem essa dinâmica e aí você tem também dois perfis: você tem o perfil do cara que quer comprar para ele, dentro dessa lógica, e você tem o cara que quer comprar para alugar para esse tipo de cliente, e hoje você tem um mercado que está crescendo, muito grande, que é do airbnb, né, que dá locação por temporada, que é o cara que está trabalhando em grande empresa, não quer uma coisa fixa, isso virou uma questão, não é só brasileira, de Belo Horizonte, é mundial, liderada pelo airbnb.
HL: Legal. Daniel, a gente tem que terminar menino, 62 minutos aqui.
DK: ou rápido. Foi ótimo.
HL: Foi muito legal, aprendi demais, mais ainda com essa nova plataforma aí que você tem, e que você só cresça, tenha cada vez mais ideias e mais pessoas acreditando nessas novas tecnologias para a gente melhorar cada vez mais a qualidade de vida da gente, casas mais bonitas, com uma relação custo-benefício melhor.