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Frederico Peret, diretor-presidente da Unimed-BH, anuncia até 1.000 empregos em dois novos hospitais

A cooperativa mineira está construindo hospitais em Contagem e em Nova Lima e é a sexta maior operadora de plano de saúde do país segundo a ANS

Unimed-BH vai gerar até 1.000 empregos em dois novos hospitais

Por Helenice Laguardia
Publicado em 05 de abril de 2025 | 21:00

Frederico Peret, diretor-presidente da Unimed-BH, é o nono entrevistado da Temporada Minas S/A Mercados em todas as plataformas de O TEMPO.

A cooperativa mineira é a sexta maior operadora de plano de saúde do país, de acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) atendendo 34 municípios da região metropolitana de Belo Horizonte.

A receita líquida da Unimed-BH foi de R$ 6,89 bilhões em 2024, alta de mais de 13,78%.

Peret conta que o Hospital Unimed em Contagem fica pronto em março de 2026 e o de Nova Lima em 2027.

Para fazer frente ao trabalho, juntas, as duas novas unidades vão gerar de 500 a mil empregos.

Com mais de 5.100 médicos cooperados e mais de 1,5 milhão de clientes, a Unimed-BH são itidos por meio de concurso em torno de 150 a 200 médicos por ano, todos os anos.

Peret também confirma estudos de viabilidade para a Unimed-BH anexar a Unimed Sete Lagoas.

A seguir, a entrevista de Frederico Peret na íntegra: 

HL: Eu adoro quando as empresas conseguem performar, gerar resultado, devolver isso para a sociedade, mas me explica como vocês conseguiram um resultado, numa época em que a gente vê planos de saúde quebrando, deixando clientes na mão, e a Unimed-BH conseguindo reportar uma receita líquida de mais de 13% de crescimento. 
 
FP: Bom, Helenice, você falou bem, a Unimed-BH é uma cooperativa, e eu acho que posso traduzir esse resultado em uma palavra: cooperação. Cooperação e um esforço conjunto da área de mercado, da área que cuida da nossa área de provimento, que cuida da assistência aos clientes e, claro, destacar aqui o papel dos cooperados, nossos sócios, no sentido de entender a realidade do Mercado, a necessidade de nós trazermos boas práticas e entender que cada vez mais isso pressiona muitas operadoras de plano de saúde. Como você colocou bem, nós somos uma operadora, e nós somos uma operadora com crescimento, podemos dizer, exponencial dos custos assistenciais. Então, esse equilíbrio que foi buscado do ano de 2024 entre o controle de custos assistenciais e, mais do que isso, controle de desperdício… 
  
HL: Tem sempre coisa para poder cortar, não é? 
 
FP: Eu acho que a eficiência operacional é a palavra, o termo do dia para definir bem isso, esse equilíbrio entre eficiência operacional para um controle de desperdício e uma melhor otimização dos custos, aliada a uma prática comercial, uma prática de mercado que busca o equilíbrio do que nós precisamos buscar de receita para que possamos atender bem essa demanda, e aí trazendo o sócio como parceiro… 
 
HL: O médico cooperado para dar cada vez um melhor atendimento para fidelizar o cliente, a empresa. 
 
FP: Exatamente, e o atendimento responsável. Como a gente define isso? É o atendimento sem perder a qualidade, sem perder a busca por uma boa experiência do cliente, mas também que ela seja ajustada dentro de um custo adequado. Então, isso é o que nós buscamos, isso não é de 2024, a Unimed-BH vem buscando isso ao longo de todos esses anos e isso acabou se refletindo em mais um ano aí de resultados positivos, e que, enquanto cooperativo, o retorno é para a sociedade, porque somos uma empresa também ligada à sociedade. Então, esse retorno a não só para o sócio, não só para os colaboradores e para os clientes, do ponto de vista de assistência, mas também para a sociedade como um todo, o que no final das contas é um dos grandes objetivos que a Unimed-BH tem buscado em todos esses anos. 
 
HL: É, não adianta ter um plano muito caro e a pessoa, a empresa não dar conta de fazer a coparticipação para pagar para o trabalhador, e aí abandona o plano, vai para um outro mais barato, mas também não adianta espremer o médico e fazê-lo atender uma consulta de 5, 10 minutos para ganhar no volume. Ou seja, essa matemática é muito complexa e depende muito desse ajuste fino para atender todas as partes, não, Fred? Porque senão não vai para frente. 
 
FP: Sem dúvida. Nós temos que ser eficientes, temos que entregar um atendimento de boa experiência, de boa qualidade, mas ao mesmo tempo temos que ter esse equilíbrio, e esse equilíbrio é fundamental. Infelizmente, nós observamos no Mercado… felizmente para alguns que têm conseguido trazer essa eficiência também, os resultados estão aí, outras empresas mostrando isso, mas infelizmente esse equilíbrio às vezes ele se perde e foi o que nós vimos aí ao longo do período pós-pandemia. O setor vem se recuperando, isso é muito bom, porque quem ganha com isso é a população, são os clientes, é a Saúde brasileira, independente de que ponto nós estamos aqui, sem levar aqui nenhuma questão concorrencial, mas todos ganham com isso. Nós ganhamos também com um setor equilibrado e mais aquecido, mais sadio, todo mundo ganha, é um jogo de ganha/ganha que é muito virtuoso, mas tem que se buscar isso. Eu acho que o grande desafio da saúde suplementar, um dos grandes desafios da saúde suplementar é o que eu falei anteriormente, é a eficiência operacional, é como trazer essa eficiência entregando valor para o cliente lá na ponta e, claro, entregando valor para toda a cadeia, para os prestadores, para os médicos, para os outros profissionais de saúde que estão envolvidos aí, porque no final das contas, trabalhando como ecossistema o equilíbrio é absolutamente fundamental. 
 
HL: Ainda tem todo um trabalho junto aos clientes, não é? Quer dizer, a Unimed-BH está com mais de 1,5 milhão de clientes, mas ela precisa ter sempre novos entrantes para continuar sustentando um plano, uma rede conveniada de mais de 300 unidades e hospitais próprios. Como vocês têm feito isso? Conseguir, além de fidelizar o cliente que já está, a empresa que participa, trazer novos clientes? 
 
FP: Você tocou num ponto muito importante, Helenice, A saúde suplementar brasileira teve um crescimento, a gente vê um crescimento, mas é um crescimento que, quando você olha outros mercados, ainda muito tímido, a gente tem um limite ali. E a saúde suplementar, se nós olharmos, por exemplo, vou pegar aqui o exemplo da Unimed-BH, onde nós temos 85% das nossas carteiras empresariais, ou seja, nós somos um setor que caminha junto com a economia brasileira. 
 
HL: Corporativo. 
 
FP: Corporativo. Então, qualquer volatilidade… 
 
HL: Qualquer deslize na economia, já era. 
 
FP: E eu não estou falando nem de microeconomia, eu estou falando de macroeconomia, ela tem reflexo sobre o setor como tem para vários pontos do setor de serviços. Bom, visto isso, é importante que a gente lembre que quando nós traçamos estratégias de crescimento, nós não podemos deixar de pensar nos cenários macroeconômicos, então ter uma avaliação estratégica do forecasting econômico do país é muito importante para a gente saber onde nós vamos alocar recursos e buscar crescimento, buscar parcerias dentro do próprio sistema Unimed. O sistema Unimed, hoje, está capilarizado em todo o Estado de Minas Gerais e no Brasil como um todo, você tem Unimed praticamente no Brasil inteiro, em Minas Gerais inteira e no Brasil inteiro. Então, parcerias estratégicas com as outras cooperativas são muito importantes, é o que a gente chama de intercâmbio. 
 
HL: É, a pessoa mora numa cidade, mas pode ser atendida na outra. 
 
FP: Isso faz com que a gente possa crescer, buscar carteiras, mesmo que sejam carteiras que tenham ampliação de território maior do que os 34 municípios onde a Unimed-BH atua, lembrando que nós não podemos comercializar, pela regra do sistema Unimed, nós não podemos comercializar fora dos 34 municípios, a não ser em acordos operacionais ou trabalhando o intercâmbio. Isso também faz com que nós busquemos parcerias com as outras cooperativas, mas também uma política de retenção… eu acho que falar o termo agressivo não é correto, mas uma política de retenção que seja consistente. Então, é muito importante, olhando o perfil, sem deixar de lado os nossos clientes individuais que para nós são muito valorosos, claro. Nós valorizamos toda nossa clientela independente de produto ou independente da forma de contratualização, mas é muito importante, dentro desse processo de retenção, cada vez mais, e isso vale para todos os operadores, nós termos efetivamente parceiros dos nossos clientes. Essa é uma estratégia fundamental, que a gente possa compartilhar os benefícios, podemos compartilhar os riscos e no final do dia trazer aquilo que realmente importa para o cliente, seja ele individual, seja um cliente de uma grande ou de uma pequena empresa. 
 
HL: Entregar todos os serviços. 
 
FP: Que é entregar os serviços que as pessoas precisam e os serviços corretos, porque como eu falei lá da eficiência operacional, mais uma vez eu falo que é a palavra do dia. 
 
HL: É o tendão de Aquiles de todo plano de saúde. 
 
FP: E ela deve buscar isso, porque o desperdício afeta a nós enquanto operador, enquanto cooperativo, mas afeta também aos nossos clientes, afeta também as empresas. 
 
HL: É, porque você tem que rear aquele custo para alguém, né? E para alguém vai ser o cliente. 
 
FP: Esse equilíbrio, então, é fundamental, e o equilíbrio, como sempre, tem sido uma característica da Unimed-BH ao longo de todos esses anos, não só desse ciclo econômico agora, mas de todos esses anos, que é atuar com muita transparência. 
 
HL: Fred, a Unimed-BH continua crescendo por meio de unidades próprias. Claro, ela depende muito dessa rede conveniada de mais de 300 unidades, empresas, só que ela continua construindo hospitais, tem o Hospital de Contagem que vai ficar pronto no ano que vem, e tem Nova Lima também. Eu queria que você falasse um pouco sobre esse planejamento da Unimed-BH de crescer com a rede própria. Ela vai caminhar cada vez mais para esse lado de ter a rede própria ou não tem como dissociar-se dessa rede conveniada? 
 
FP: Bom, a estratégia da Unimed-BH, que foi feita há mais de 20 anos, do ponto de vista de trazer verticalização, ela foi muito exitosa, na nossa visão, em vários aspectos. Aspectos comerciais e aspectos relacionados ao o da população. A gente tem que lembrar que temos uma rede vertical física e tem uma rede vertical, hoje, virtual, através da telessaúde. 
 
HL: Que veio para ficar depois da pandemia, é realidade. E ainda bem! 
 
FP: Ótimo, e aí a gente busca o equilíbrio dessas duas formas. Mas voltando à questão da estratégia, se mostrou uma estratégia muito exitosa e que, ao longo do tempo, veio se desenhando no sentido de ser cada vez mais regionalizada. Então, nós temos equipamentos que estão direcionados para a região Centro-Sul. Hoje, Contagem, que já existia e nós estamos ampliando, surgiu a oportunidade de Nova Lima, que é um novo polo de saúde importante do ponto de vista da nossa região, e buscamos, se a gente olhar nossa rede hoje, a Unimed se desenha de estar presente… estou lembrando aqui de Betim também, de estar presente onde os nossos clientes estão, do ponto de vista de você facilitar, isso está integrado a outros projetos, o o. Junto a isso nós temos uma rede prestadora de muita qualidade em que nós trabalhamos, inclusive, projetos mútuos de parceria e qualificação através de certificações de seres de excelência, e não abrimos mão disso. 
 
HL: Mas a Unimed-BH vai continuar abrindo novos hospitais? Porque em Contagem são R$ 350 milhões investidos. Ele abre, agora, em março de 2026 ou pode até antecipar? 
 
FP: A previsão nossa é março. Dentro do nosso cronograma, que vem sendo cumprido, é março de 2026.  
 
HL: São 150 leitos? Alta complexidade? 
 
FP: São 150 leitos e vai ser média complexidade. Vai ter alguma questão de alta complexidade, claro, toda uma estrutura para o atendimento de urgência e emergência como complementar ao Pronto Socorro que nós já temos lá na região de Contagem. 
 
HL: Mas vai desafogar também o atendimento que tinha nos hospitais, tanto da Unimed quanto na rede conveniada em Belo Horizonte, não é? A pessoa não vai precisar mais sair de Contagem para ir para a Capital. 
 
FP: Eu costumo falar que é um grande presente para a população de Contagem.  
 
HL: Mais de 250 mil clientes que vocês têm em Contagem. 
 
FP: Mais de 250 mil, pois é, e que vão ter a oportunidade de ter um equipamento hospitalar de ponta.  
 
HL:  Vai ser um dos mais modernos do Brasil, não é. 
 
FP: Sim, um projeto moderno e que a gente vai atender muito bem a população daqui. Claro, como você falou bem, vai ajudar a desafogar outras regiões, pode ser referência para outras regiões também, pelos serviços que vão ser ofertados, mas, voltando ao nosso tema anterior, da questão desse equilíbrio entre rede própria e rede prestadora, esse é um equilíbrio que a Unimed-BH se preza por manter. Nós temos hospitais parceiros, prestadores, clínicas e outros serviços de muito boa qualidade e muito bem reconhecidos ao longo dos anos pela população dos nossos 34 municípios. 
 
HL: Ela vai sempre precisar, então, dessa rede conveniada? 
 
FP: Sempre vai precisar e estaremos presentes de mãos dadas com os nossos parceiros. 
 
HL: E sempre aumentar também. 
 
FP: Tendo oportunidades, não há dúvida. E esse equilíbrio que a gente tem da rede vertical, da rede própria e da rede prestadora, e, também, não podemos esquecer, fazendo aqui uma justiça, não podemos esquecer de um dos maiores valores que nós enxergamos das questões existenciais da cooperativa, que são, além dos prestadores e da rede própria, os consultórios dos 5 mil médicos cooperados que complementam essa rede e ofertam ao cliente da nossa área de atuação um amplo leque de oportunidades e de serviços que as pessoas possam estar fazendo uso da melhor forma possível. 
 
HL: Esse dinheiro que está sendo aplicado nas construções dos hospitais é dinheiro próprio ou vocês têm que ir ao Mercado, tem que fazer financiamento ou é tudo ali do caixa da Unimed? 
 
FP: Todo o investimento feito em Contagem, todo o investimento feito em Nova Lima é só com recursos próprios da Unimed-BH. 
 
HL: O que é muito bom. Não está gastando com juros, esses juros altíssimos aí. 
 
FP: Claro. Lembrando que uma grande parte do financiamento do hospital de Contagem veio, inclusive, do ciclo econômico da pandemia, lembrando que nós tivemos um resultado, por questões de redução de sinistralidade, 2020 foi um ano absolutamente ativo na saúde suplementar e uma parte desse resultado que a cooperativa apurou, ela pôde fazer reinvestimentos, e isso foi muito importante para trazer equilíbrio econômico e financeiro também. 
 
HL: E como está essa dívida da empresa em relação ao caixa?  
FP: Helenice, a Unimed-BH não tem dívida. 
 
HL: Olha, isso aí é uma dor de cabeça a menos e tanta porque o Mercado é super preocupado com essa relação. 
 
FP: Então, essa relação dívida sobre ebitda na Unimed-BH, hoje, já não é uma realidade há muitos anos. 
 
HL: É pé no chão mesmo. Nossa, que bom! 
 
FP: Isso permite que a gente tenha tranquilidade para poder fazer esses investimentos e pensar em novos planos aí do ponto de vista estratégico. Claro, você falou bem do crescimento do patrimônio, sem ter que comprometer o caixa da empresa e comprometer também o patrimônio, que é dos sócios. 
 
HL: E da rede conveniada, dos médicos, não fica nada de contas a pagar, como em outros planos a gente vê aí. 
 
FP: Hoje, a Unimed-BH, nós já falamos isso, que é um dos pilares nossos de transparência… 
 
HL: Tem solidez, a insolvência financeira está longe disso. 
 
FP: Exatamente, para que a gente possa manter a estabilidade econômica e financeira dos nossos médicos, dos nossos colaboradores, da nossa rede prestadora parceira.  
 
HL: Me fala outra coisa também, do outro hospital de Nova Lima, vai ser inaugurado quando em 2027? Já tem uma previsão? 
 
FP: A previsão nossa é 2027. 
 
HL: Mas não dá para cravar ainda uma data? 
 
FP: Ainda não. Nós estamos trabalhando na fase de projetos para o hospital, lembrando que é um hospital que foi um imóvel adquirido, que já tem uma estrutura, então é claro que vão ser necessárias uma série de customizações e mudanças de projetos,   
HL: Todo um enxoval específico de hospital. 
 
FP: Com certeza. Algumas adaptações serão necessárias, mas é claro, a previsão nossa é que seja uma obra mais rápida, até porque nós já temos uma estrutura construída e, portanto, podemos, hoje, colocar que é uma previsão para 2027. Uma data exata nós não temos ainda, mas em 2027 nós acreditamos que esse equipamento já vai estar disponível aí para os nossos clientes. 
 
HL: Agora, é um hospital menor, não é? Do que o de Contagem. 
 
FP: É menor.  
 
HL: Ele tem um volume de investimentos também, R$ 180 milhões, então, assim, é um hospital já pensado para a região da cidade de Nova Lima? 
 
FP: Exatamente, é um hospital que vem para complementar. Nós temos uma rede de prestadores de muita qualidade na área, Nova Lima tem se caracterizado por ter hospitais de ponta, de muito boa qualidade assistencial, já muito reconhecidos pelo Mercado, e esse hospital vem para complementar essa rede, por isso que ele não será um hospital, num primeiro momento, um hospital de alta complexidade. 
 
HL: Vocês estão trabalhando, também, com a Prefeitura de Nova Lima, com as empresas no entorno para que a mobilidade daquela região se resolva? Porque quem mora lá já sabe que está um caos o trânsito, e quem não mora, que às vezes quer ir lá para ter um atendimento, também se surpreende. Como tem sido esse trabalho, assim, da empresa com a gestão pública para destravar essas questões de mobilidade? Ou não tem muito jeito, aí depende de licenças e da burocracia do país? 
 
FP: Do ponto de vista da Unimed-BH, a não ser apoiar os projetos e estar disponível para poder participar de alguma discussão ou de colaborar com uma visão aí de saúde, de logística, de o qualificado, nós podemos, hoje, colaborar muito pouco nesse sentido, assim, de ter uma influência direta nesse processo. Entretanto, nós temos buscado, como em todas as nossas relações, em todos os municípios que nós estamos inseridos, também colaborar com o município de Nova Lima, de ter esse diálogo próximo com o poder público, sempre com muito respeito, sempre com muita ética e sempre com o intuito de trazer projetos que sejam sustentáveis e virtuosos para a população. O exemplo disso é o que a gente faz com os institutos, né, toda vez que a Unimed-BH se posiciona numa área que nós estamos ali comercializando, ou trazendo equipamentos hospitalares, ou outros, ou criando novos serviços, nós trazemos junto todo o braço de sustentabilidade, de projetos sociais e socioculturais que a Unimed-BH tem feito aí para a população. Não é e não será diferente também em Nova Lima. 
 
HL: A gente vai falar mais sobre isso aí, eu só quero complementar o seguinte: são mais de 5 mil e 100 médicos cooperados, e mais de 5 mil funcionários. Com esses 2 hospitais a mais aí chegando, o de Contagem, em 2026, e Nova Lima, em 2027, o número de médicos cooperados continua o mesmo ou ele aumenta? E o número de funcionários também? Como está esse plano plurianual aí que você visualiza? 
 
FP: Em relação aos colaboradores, não há dúvida nenhuma que nós vamos precisar de um aumento de colaboradores. 
 
HL: Cada hospital aí demanda mais quantos funcionários? 
 
FP: Olha, eu não vou te falar esse cálculo exato, mas nós podemos começar a pensar da ordem de, pelo menos, em torno de 500 a 1.000 colaboradores a mais. 
 
HL: Para cada hospital ou no geral? 
 
FP: No geral, então não deixa de ser, também, uma oportunidade muito grande de criação de novos empregos. 
 
HL: Mais mil empregos gerados, então. 
 
FP: Pelo menos. 
 
HL: Pelo menos, isso depende da demanda.  
 
FP: Depende da demanda, depende dos serviços que vão sendo criados. Tem muitas normas… vou te dar um exemplo aqui da enfermagem, que é absolutamente essencial para a nossa atividade. Você tem, hoje, uma relação de profissionais para número de leitos de complexidade, entendeu? Você tem todo um regramento do Conselho Federal de Enfermagem para isso, e nós seguimos isso de uma forma muito rigorosa. Em relação aos médicos, a cooperativa tem, todos os anos, buscado renovar o seu corpo de médicos cooperados, então nós itimos por ano em torno de 150 a 200 médicos nas mais diferentes especialidades. 
 
HL: Isso todo ano? 
 
FP: Todo ano. 
 
HL: Isso é muito importante, não é, Fred? 
 
FP: Sim, isso é fundamental para que nós possamos dar oportunidade de trabalho, nós somos uma cooperativa de trabalho médico. 
 
HL: E eliminar cada vez mais as filas. 
 
FP: Exatamente, trazer o o. 
 
HL: Antigamente era assim, não conseguia, era difícil conseguir uma agenda, você tinha que esperar 1 mês, 2 meses. A pessoa está com problema, como ela vai esperar isso tudo, não é? 
 
FP: Sim, e aí com isso, das mais diferentes especialidades, e para isso é feito um cálculo que está baseado no número de clientes, no número de serviços e na necessidade, de exatamente o que você falou, de mais o aos clientes, seja de forma estrutural ou digital. Então, todo ano a gente refaz esse planejamento, isso é por concurso, um concurso público. 
 
HL: É, tem que fazer um concurso. 
 
FP: E aí essas vagas são dimensionadas de acordo com o serviço. Então, por exemplo, nós vamos ampliar o serviço, é claro que nós vamos precisar de um número maior de médicos. 
 
HL: Então, vocês já têm também o número aproximado, até 2027, de quantos médicos cooperados vocês vão ter aí? 
 
FP: Ainda não, como eu te falei, isso depende do cenário: número de clientes, oportunidade de novos serviços e necessidade de novos os para os clientes. 
 
HL: É, porque às vezes o médico atende o hospital da Unimed Belo Horizonte, em Contagem, tem também em Betim, e como é que vai ter esse deslocamento? Com esse trânsito aí não dá para atender todos os hospitais. 
 
FP: Sim, e lembrando que ele pode atuar em qualquer área. O médico cooperado tem essa… claro, existem umas regras de concurso que os médicos têm que seguir por um tempo, mas eles podem atuar em qualquer um dos 34 municípios que nós estamos atuando, dependendo aí de como é a vida dele, qual é a especialidade. 
 
HL: Então, a Unimed-BH já está fazendo esse processo de seleção desses mais de mil funcionários a mais que ela vai ter que ter até 2027? 
 
FP: Ainda não 
 
HL: Como está esse processo seletivo? Ele começa quando? 
 
FP: Ele começa logo que a gente tenha a previsibilidade da abertura dos hospitais. 
 
HL: Contagem, por exemplo, é em março de 2026, então no segundo semestre vocês já tem que começar. 
 
FP: Já vamos começar a trabalhar, aí você começa a fazer o planejamento, quantificação de equipes, quantos profissionais serão necessários… 
 
HL: Enfermeiros em cada especialidade, não é? Aí tudo vai ser delineado agora no segundo semestre. Muito bom, Fred, porque é mais emprego também para a população e da população que mora perto, não é? Ela não vai precisar ficar se deslocando para Belo Horizonte para trabalhar, quanto mais perto ali melhor. 
 
FP: Facilita a vida de todo mundo. 
 
HL: Fred, então novos hospitais é só mesmo se surgir alguma oportunidade boa, como surgiu no caso de Nova Lima, um prédio que já estava com a estrutura pronta, e vai depender da economia também. Na questão das cidades atendidas, atualmente são 34 cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte que a Unimed-BH atende. Eu tenho visto com a solidez financeira da Unimed-BH e nem tanto do outro lado, de algumas outras Unimed’s no interior de Minas Gerais, eu tenho visto no mercado uma tendência a quererem que a Unimed-BH assuma as Unimed’s, principalmente de Região Metropolitana de Belo Horizonte, eu vi um assunto em relação a Sete Lagoas. O que há de tendência a acontecer nessa questão? A Unimed-BH vai assumir a Unimed de Sete Lagoas? Está em estudo? O que você pode falar sobre esse assunto? 
 
FP: Bom, o sistema Unimed, entendemos bem a questão, ele tem uma peculiaridade. A Unimed-BH é um CNPJ… vou citar o exemplo de Sete Lagoas, Unimed de Sete Lagoas é outro CNPJ. Nós compartilhamos a mesma marca, que é gerenciada, vamos dizer assim, pela Unimed do Brasil. 
 
HL: O paciente de Sete Lagoas pode ser atendido por uma rede conveniada da Unimed-BH. 
 
FP: Que é o que nós chamamos de intercâmbio, mas as cooperativas são singulares, tem acordos comerciais, podem fazer parcerias. 
 
HL: As compras também são separadas? 
 
FP: Você pode até ter compras conjuntas. 
 
HL: Facilita o preço? 
 
FP: Muito. Hoje, a nossa Federação das Unimed’s tem Centrais de Compras com outras cooperativas menores, é bem interessante, está dentro do princípio cooperativo. Visto isso, quando você quer expandir a sua área e você tem uma outra Unimed que tem aquele direito comercial sobre aquela área, eu não posso simplesmente, por exemplo, ir a Sete Lagoas e comercializar planos de saúde da Unimed-BH. Existe uma regra do sistema que me proíbe de fazer isso, a não ser que eu tenha um acordo comercial com a outra Unimed e ela me permita que eu possa ter uma carteira lá 
 
HL: E a autorização dos acionistas também, que são os médicos cooperados, cada um tem um pedaço da Unimed-BH? 
 
FP: Os sócios vão entrar aí num outro patamar, que é quando, por exemplo, eu busco fazer um estudo para incorporar uma outra Unimed, ou seja, para trazer todo o patrimônio daquela Unimed para dentro do patrimônio da Unimed BH. Para isso, a gente tem algumas etapas de estatuto que devem ser cumpridas. A primeira delas é um estudo de incorporação, então você faz uma assembleia de sócios cooperados em separado, os cooperados aqui votam e aprovam estudos, os cooperados daqui aprovam o estudo, se faz uma comissão, traça-se aí mecanismo de auditoria, geralmente de grandes empresas de auditoria, e esse estudo então é feito. Depois, essas comissões, junto com os grupos técnicos, fazem uma avaliação se é viável ou não o processo de incorporação. 
 
HL: Tem que ter a aprovação da maioria? Tipo Câmara dos Deputados, tipo PEC, tem que ter dois terços? 
 
FP: Dois terços. Aí você tem que fazer uma assembleia de sócios das duas, no caso as duas cooperativas, as duas Unimed’s, e aí sim se a Assembleia de sócios de cooperados aprovar o estudo, aí você pode fazer o processo de incorporação. 
 
HL: Porque na incorporação, você está incorporando tudo, é ivo trabalhista, dívidas, além da carteira, claro, maravilhosa de clientes, mas você tem todo o ônus e o bônus. 
 
FP: Exatamente, por isso que tem que ser feito com muito cuidado. Então, não são estudos, vamos dizer, de curto prazo, tem que ser muito bem-feito, tem que trazer empresas de mercado que tenham uma visão profunda disso para que você tenha toda a transparência, e é isso que nós estamos fazendo atualmente. Nós estamos fazendo isso com a Unimed Sete Lagoas, tivemos um acordo com a Unimed Sete Lagoas de iniciar esse estudo e nós estamos nessa fase de estudos, se é possível que a Unimed-BH incorpore a Unimed Sete Lagoas. E é claro que, para isso, nós nos guiamos por alguns princípios estratégicos que nós definimos lá atrás, até em gestões anteriores, que são: primeiro, a solidez econômica e financeira das duas cooperativas, mesmo que você tenha turbulências de mercado, mas você tem ali uma base sustentável para seguir. 
 
HL: É, Sete Lagoas tem uma produção industrial fantástica, uma cadeia de fornecedores, tem um potencial enorme lá. Ela está há 70 quilômetros de Belo Horizonte… 
 
FP: E aí você matou o terceiro ponto, do terceiro princípio fundamental, que é logística, que é você ter uma continuidade, ter uma facilidade para que eu possa compartilhar as redes e ter o mínimo de impacto para os clientes de ambas as cooperativas. Então, são os três princípios fundamentais. 
 
HL: É, cliente lá tem! 
 
FP: Tem potencial. 
 
HL: Muito, tem muitas Indústrias, tem muitos fornecedores. 
 
FP: Tem suas volatilidades, mas é uma cooperativa que tem muito potencial. Então, esses são os princípios que a Unimed-BH tem usado para o seu crescimento, vamos dizer assim, para o seu crescimento inorgânico. 
 
HL: Fred, você tem sido muito assediado, digamos assim, por outras Unimed’s próximas, ou mesmo no interior de Minas, para assumir esse comando? Tem tido telefonemas, tem pedidos… pela sua cara. (risos) 
 
FP: Olha, nós estamos sempre conversando. 
 
HL: Você está aberto a conversas. 
 
FP: Estou aberto sempre a conversar, eu acho que é importante. A nossa grande preocupação, e não é a preocupação da Unimed-BH em si, isso é uma preocupação de todo o sistema Unimed, é que o sistema permaneça saudável. 
 
HL: Se não é igual dominó, igual efeito dominó, vai derrubando todo mundo. 
 
FP: Isso afeta toda a cadeia. Portanto, a gente tem sempre buscado, primeiro, colaborar tecnicamente, principalmente compartilhar boas práticas, BH sempre está aberta a outras empresas e às nossas cooperativas do sistema Unimed e outros ramos cooperativos, de compartilhamento de boas práticas, até para que a gente possa aprender também. São Tomás de Aquino fala “a humildade é o primeiro caminho para a sabedoria”. Então, eu acho que esse ponto é fundamental, nós estamos sempre abertos, qualquer Unimed que nos procure do ponto de vista, não só daqui de Minas Gerais, do Brasil todo, para poder discutir alternativas, trazer a colaboração técnica, a Unimed-BH está sempre aberta a isso. Discutir incorporações ou potenciais aquisições é outra questão, e aí voltamos aos princípios fundamentais. Esses princípios para nós e para os nossos sócios, para os nossos cooperados que compartilham e são os decisores finais, isso é muito importante. 
 
HL: Até mesmo para não canibalizar o sistema, uma autofagia, que todo mundo corre esse risco, o Mercado tem que tomar muito cuidado. Eu queria falar com você que eu estou reparando muito em todo o executivo que eu converso, CEO, uma preocupação enorme da empresa em não somente performar para o acionista, performar números, ter resultados financeiros fantásticos, mas devolver parte de tudo que tem conseguido com os clientes, com a região onde atua, devolver isso para a sociedade. E eu tenho visto que você tem feito, você até postou na sua rede social um trabalho lá no Morro das Pedras, um projeto social lá muito legal, tem o Instituto Unimed, eu queria aprofundar um pouco nesse assunto. Como está o olhar da Unimed-BH, hoje, em relação às comunidades em que ela está inserida? 
 
FP: Sempre esteve e sempre estará com o olhar atento para as comunidades. Nosso Instituto já fez mais de 20 anos, e nesses 20 anos milhões de pessoas foram impactadas e continuam sendo impactadas pelas ações 
 
HL: Mais de 3 milhões de pessoas. 
 
FP: Impactadas direta e indiretamente com ações que, claro, tem uma base da cultura, aproveitando às leis incentivo, mas que se revertem em projetos sociais muito impactantes. O Morro das Pedras, a Escola de Artes é só um exemplo de transformação pela arte, pela cultura, de movimentos sociais de formação de pessoas muito virtuoso. Eu, nesses anos que eu estou na gestão, fazendo parênteses aqui, eu tenho buscado sempre estar presente em algum momento lá com a comunidade, nem que seja no evento… eles têm um evento anual que é belíssimo. 
 
HL: É, eu vejo que você vai lá, comparece, fala, participa. 
 
FP: É um evento anual da comunidade que as crianças e os artistas vão se apresentar para suas famílias 
 
HL: Olha, que legal, gente! 
 
FP: Isso é maravilhoso, é um valor que não tem preço, isso é um retorno exponencial do nosso trabalho. E é o que eu falo, a Unimed-BH é uma cooperativa e nós não podemos, isso é um dos fundamentos, nunca esquecer o porquê somos cooperativos, o porquê fomos criados. Dentro do cooperativismo, eu sempre cito isso, você tem sete princípios fundamentais, e o sétimo princípio fundamental é a preocupação com a sociedade, é a inserção da cooperativa como parte de uma sociedade, ativa, gerando valores e riquezas para ela, retornando à sociedade aquilo que foi investido em nós. Então, eu falo que a Unimed-BH, enquanto cooperativa de trabalho médico, ela também é um motor de transformação social, não só nesses projetos, mas o que a gente pode impactar de economia. 
 
HL: Gerar emprego, renda, cursos para as pessoas que estavam completamente sem perspectiva. 
 
FP: Vou te citar um exemplo. No ano ado nós definimos na Unimed-BH, como parte da nossa política de sustentabilidade em vários aspectos, não só econômico e financeiro, uma meta socioambiental em que nós começamos a trabalhar de uma forma, e é uma responsabilidade nossa enquanto empresa de saúde, claro, de uma forma a estruturar os nossos resíduos, do ponto de vista de reduzir impactos ambientais. E é claro que isso tem também, se a gente for olhar um outro ponto dessa cadeia, você tem toda uma logística de descarte, você tem uma logística de reaproveitamento, de reciclagem, que acaba gerando um mecanismo circular econômico muito interessante. 
 
HL: Tem um lixo hospitalar que tem que ser cuidadosamente manuseado, né. 
 
FP: E indo na questão dos resíduos, hoje, por exemplo, nós, através do que a gente chama do cooperativismo, de intercooperação, que é a relação entre cooperativas de ramos diferentes, do mesmo ramo ou de ramos diferentes, nós temos uma parceria muito grande com uma cooperativa de recicláveis que trabalha em Recife. E essa cooperativa, isso foi inicialmente um projeto que entrou dentro dos projetos do Instituto e ainda permanece nesse projeto, quando nós tomamos essa decisão, a área de sustentabilidade tomou uma decisão que eu entendo que foi muito assertiva e acertada de trazer essa cooperativa para ser o nosso parceiro nesse grande projeto de recicláveis para a sustentabilidade dessa meta ambiental da Unimed-BH. 
 
HL: Vocês estão gerando empregos para quantos… 
 
FP: Nós não só geramos emprego, Helenice, nós praticamente incrementamos a renda desses trabalhadores. 
 
HL: São quantos impactados? 
 
FP: Olha, em números atuais, a gente deve estar impactando, pelo menos aí, uma cadeia de mais de 150 pessoas, pelo menos, mas que tiveram não só a necessidade de aumentar o número de pessoas que puderam participar desse grande projeto, mas também de ter incremento de renda, porque o volume de reciclagem, de recicláveis aumentou muito antes de trazer mais pessoas e o retorno financeiro também. 
 
HL: E para a família, não é? Quantas pessoas elas estão impactando dentro de casa, umas três pessoas. 
 
FP: Então, aí nós cumprimos dois princípios cooperativistas importantes, a intercooperação, porque eu estou trazendo uma fonte de renda para outra cooperativa, e, ao mesmo tempo, eu estou trazendo impacto social 
 
HL: Está melhorando a qualidade de vida daquelas pessoas, da sociedade. 
 
FP: É o que eu falo para grandes parceiros nossos, quando um parceiro, aí eu falo de parceiros comerciais, quando um cliente escolhe a Unimed-BH para ser seu parceiro de assistência saúde, ele não só está trazendo uma operadora de plano de saúde, mas ele tá trazendo uma cooperativa. 
 
HL: Tem um cunho social aí muito maior do que simplesmente uma empresa com capital aberto na bolsa que dá resultado para o acionista na Bolsa de Valores e pronto. 
 
FP: Você está retornando dinheiro para a sociedade, então as pessoas vão consumir aqui e vão ter outros impactos indiretos. Uma vez eu conversava com um grupo de empresários, um grande número deles nossos clientes, e a gente estava falando sobre o Instituto, eu estava mostrando algumas, estava com uma foto muito bacana da Escola de Artes, e eu falei com eles “vocês tem noção que quando vocês estão comprando o plano de saúde da Unimed, vocês podem estar mudando a vida da família do colaborador de vocês?”. Então, não é só assistência, por isso que eu falo que é um motor de transformação social, porque não é só assistência em saúde, é muito mais do que uma operadora, no pano de fundo disso tem um outro modelo econômico que está gerando outros impactos. 
 
HL: A relação comercial tem toda uma teia muito maior e que vai reverberando, não é, Fred? Porque a partir do momento que você faz isso, outra cooperativa também se sente na necessidade, a empresa fica bem para o cliente dela, ela se mostra como uma empresa sustentável. Sobre Usina de Compostagem, por exemplo, vocês têm alguma ideia? Eu estou vendo também muitas Prefeituras tendo essa ideia de querer fazer uma Usina para maximizar esses resultados. 
 
FP: Nesse sentido não. Hoje, nós temos um outro lado nosso que nós somos ligados, que aí está ligado muito a organização das cooperativas do Estado de Minas Gerais e da organização das cooperativas brasileiras, o nosso braço cooperativo, que tem grandes projetos ambientais hoje. Então, grandes projetos que vão além do nosso negócio corem, da saúde, nós temos feito em parceria, principalmente, com o sistema Ocemg. Aí, claro, pode entrar a Usina de Compostagem, como já tem a geração de energia solar que, hoje, nós temos usina própria e transferimos isso para um projeto maior dentro da Ocemg lá no Vale de Jequitinhonha, no mar de Minas. 
 
HL: A energia dos hospitais vai ser toda limpa? 
 
FP: Hoje ela já é. A Unimed-BH tem 100% da sua energia no mercado livre de energia. 
 
HL: De energia solar, eólica? 
 
FP: Solar, eólica e por aí vai. Isso já é uma realidade. E os grandes projetos estruturantes nós temos feito junto com o sistema cooperativista, porque juntos somos mais fortes, né. Se você parar para pensar, hoje as cooperativas representam 11% a 12% do PIB de Minas Gerais, juntos somos mais fortes. 
 
HL: O custo para aquisição de tudo é muito mais baixo, a competitividade é outra. 
 
FP: E a OCEMG está fazendo um trabalho belíssimo. 
 
HL: O Samuel Flam está lá, já foi Diretor-Presidente da Unimed-BH, é vice-presidente da Ocemg. 
 
FP:  Então, assim, é uma parceria muito virtuosa legal 
 
HL: Legal isso. Essa meta de descarbonização aí, vocês têm alguma de reduzir quantas toneladas de CO2 no trabalho da Unimed-BH, tem já isso tudo calculado? Ou não, ainda vai ser uma coisa que vocês estão delineando? 
 
FP: Nós temos feito esse cálculo, estamos calculando, ainda não apresentamos isso para o mercado, nós já temos vários eventos nossos que foram carbono neutro, fizemos vários eventos que são carbono neutro, a gente tem neutralizado, buscado neutralizar. 
 
HL: Eu me lembro que teve um evento no ano ado dos cooperados que vocês usaram as bolsas feitas de banners que já foram usados em outros eventos, uma bolsa linda. 
 
FP: É dessa cooperativa de reciclagem que trabalha conosco, eu a uso pessoalmente. E por isso, assim, essa meta nós estamos construindo, não só zerar, mas nós estamos querendo criar crédito agora e a gente tem feito esse cálculo no sentido, inclusive, de otimizar a frota, otimizar esses recursos, nós sabemos do nosso impacto. 
 
HL: Aquelas ambulâncias são todas da Unimed ou são terceirizadas? 
 
FP: As ambulâncias são nossas. Nosso sistema, hoje, é todo de frota própria. Foi modernizada recentemente, veículos mais eficientes, mais novos, houve todo um investimento e o investimento não foi só na estrutura da ambulância, foi feito nas pessoas também, de treinamento, é um serviço que nós temos lá na Unimed. A gente tem muito orgulho pelo impacto que ele traz para as pessoas e pelos resultados que você viu. 
 
HL: Aquela pesquisa de satisfação do cliente também é ótima, que a gente dá o 10 lá ou dá mais ou menos, e tem umas perguntas muito objetivas, se você gostou do atendimento da secretária, do médico, do ambiente do consultório. E falando em ambiente de consultório, você está com um projeto aí que eu acho que é um marco, é um divisor, que é o Horizontes Hub, transformar o consultório do médico em um consultório 2030, tem até laboratório, inteligência artificial. Como os médicos estão recebendo essa questão e o custo disso na vida do médico, como vai ser isso, Fred? 
 
FP: Helenice, a gente fala o seguinte: a transformação tecnológica é uma realidade, só que ela tem que ser uma transformação muito responsável, e toda vez que a gente fala de inteligência artificial, como falamos de tecnologia, as pessoas têm um grande medo… 
 
HL: De serem substituídas pelo robô. 
 
FP: Exatamente, de serem substituídos. 
 
HL: “O médico não opera mais, é o robô que opera”, não é bem assim, gente. 
 
FP: Não é bem assim. Então, o que nós temos feito na Unimed é mostrar para todos os profissionais, não só para os médicos, mas falando dos médicos, o que nós estamos trazendo de inovação tecnológica visa otimizar o trabalho deles, visa fazer com que o médico, resumindo, possa exercer a medicina na sua essência. A tecnologia tem que vir, falo isso publicamente com todos os públicos que eu relaciono, para facilitar a vida das pessoas, tecnologia não pode ser uma trava, e muitas vezes ela ainda é, no trabalho médico isso é uma verdade, ela tem que vir para otimizar o trabalho, para facilitar o trabalho, para tornar o trabalho mais fluído. 
 
HL: O pessoal está sabendo usar a inteligência artificial? Porque eu ainda tenho muitas dúvidas. 
 
FP: Está todo mundo engatinhando, mas tem muita coisa bacana. Vou citar um exemplo para você do que a gente está trazendo de inovação tecnológica dentro desse pacote de tecnologia que o profissional pode escolher se ele vai querer usar ou não, então não é obrigatório, nem deve ser, não é o nosso princípio, quando a gente fala da autonomia, da liberdade de atuação de cada um, mas são incrementos tecnológicos, inovações que vão, na minha visão e na visão do nosso grupo, ser muito virtuosas para facilitar o trabalho. 
 
HL: Dá um exemplo. 
 
FP: Vou te dar um exemplo que a gente tem de tecnologia que está vindo aí, que já é uma realidade de mercado e a gente está trazendo isso de uma forma mais consistente agora. Você está numa consulta médica, estou aqui conversando com você, nós estamos fazendo a entrevista, você está contando a sua vida. Enquanto eu estou conversando com você eu não estou usando o computador, o computador já está gravando… é semelhante a uma entrevista mesmo, está gravando essa questão, então a inteligência artificial por trás disso já pega toda a nossa conversa, já transforma isso num prontuário médico com todas as informações. 
 
HL: Porque atualmente o médico tem que estar lá escrevendo, às vezes não é nem culpa dele, ele não pode nem olhar direito para você, porque você está falando e ele está escrevendo. 
 
FP: Olha que quebra de relação. Imagina se tivesse nós dois aqui, cada um com um computador, espera aí que eu vou digitar aqui na entrevista aqui, qual a interação que nós vamos trazer? 
 
HL: Nenhuma. Essa riqueza de play, eu jogo para você, você joga para mim. 
 
FP: Isso é o que a gente busca na consulta, e aí nós vamos fazer com que a relação fique mais próxima, mais humana mesmo, trazer isso para a essência do que deve ser, o compartilhamento entre o médico e o cliente. Todos os profissionais vão se beneficiar. 
 
HL: O paciente quer ser olhado no olho, ele quer ter uma interação. 
 
FP: E a informação já vai estar lá estruturada, a inteligência artificial tem essa capacidade de estruturar a informação, traduzir o que nós estamos conversando para alguma informação estruturada, você pode somar isso ao que a gente chama de copiloto, à medida que a informação vai sendo colocada a própria inteligência artificial pode gerar conteúdos para auxiliar o seu trabalho. 
 
HL: Ela vai acrescentando dúvidas, alguma coisa no diagnóstico.  
 
FP: Ela pode falar que provavelmente essa pessoa tem uma pressão alta, provavelmente essa pessoa vai precisar de um tratamento tal, vai te dar uma referência para você buscar, fazer uma busca rápida de uma coisa atualizada que você precisa. 
 
HL: “Olha, apareceu agora uma nova pesquisa em relação a isso”. 
 
FP: Entendeu? Então é isso que a gente chama de copiloto, é feito para ajudar, não para substituir, até porque o profissional vai precisar utilizar cada vez mais o conhecimento dele, ter mais conhecimento para poder ter uma análise crítica do que a inteligência artificial, que não é hegemônica, nem o deve ser, está entregando para ele de informação. 
 
HL: É separar o joio do trigo. 
 
FP: Exatamente. Então é isso, é um instrumento que vem para te ajudar, não vem para te substituir, essa é a nossa visão, mas que você possa ter, com seu conhecimento, com a sua experiência profissional, com o que você adquiriu ao longo do tempo, o que você vem adquirindo ao longo do tempo, que você possa criticar aquela informação e utilizar aquilo da forma mais correta 
 
HL: E a partir do momento que um usa, o outro também vai ficando para trás se não usar, tecnologia é isso. 
 
FP:  Esse é o objetivo. 
 
HL: E vocês tem alguma meta de implantar isso nos consultórios dos cooperados até quando? Atingir quantos cooperados desses mais de 5 mil? 
 
FP: A partir do mês que vem nós já temos trazido alguns incrementos de tecnologia, tem várias novas tecnologias, é como se fosse um marketplace, você busca lá na loja, tem esse pacote, você usa isso, customizo, faço isso, tem facilidades para todos os públicos, e o objetivo nosso é que a gente já tenha isso implantado aí nos consultórios em larga escala até o final deste ano. 
 
HL: Até o final deste ano vocês já tem aí um consultório tecnológico? 
 
FP: A partir do momento que nós vamos desenvolvendo isso, a gente vai ofertando para o médico. E o objetivo do hub não é só interno, de melhorar os processos da Unimed-BH, é melhorar os processos com os clientes para os cooperados, com os hospitais, essa jornada toda, mas também o Horizontes Hub ele é uma nova empresa, ele tem uma visão de mercado também, que a gente possa ter parcerias que nós vamos trabalhar o Mercado, vamos ofertar ao mercado essas soluções, fazer parceria com startups, com outras empresas de tecnologia, entendeu? Entrar nesse ecossistema de uma forma mais, vamos dizer assim, não de uma forma radical, transformando a Unimed numa empresa de tecnologia, mas sim é mais um braço de negócios da cooperativa. 
 
HL: Que é para otimizar custos, atendimentos, e isso sem impactar no valor da mensalidade, né, Fred? Assim, vamos deixar bem claro isso aqui. 
 
FP: Na verdade, impacto nenhum. São iniciativas separadas. 
 
HL: Elas vem para agregar valor, para melhorar a jornada do cliente dentro da Unimed-BH, mas sem custo. 
 
FP: Os clientes vão receber isso sem nenhum impacto para o que eles já desembolsam, seja as empresas, os clientes eventuais, o que nós queremos é facilitar a vida das pessoas, dos profissionais, dos médicos, que a gente possa trazer essa relação de nobreza da saúde, que é a coisa mais nobre que nós temos na saúde, que é a relação de pessoas, é isso que nós queremos com a tecnologia, esse é o nosso objetivo. 
 
HL: Para ajudar essa relação. Muito bom. Falando em relação, ainda, tem uma questão das redes sociais que eu tenho visto muitos médicos aderindo, várias narrativas, nem sempre narrativas baseadas na pesquisa científica, como está a Unimed também nessa jornada? Ela está orientando, ela está pensando em fazer algum curso para o médico, para ele também entrar nessa experiência, mas sempre fundamentado? Porque o que eu vejo, e o Jornal O Tempo, o Grupo Sada é cliente da Unimed-BH, eu vejo uma seriedade enorme nos médicos de sempre arem, tanto receitas, como orientações baseadas em pesquisas científicas, em comprovação científica, mas a gente não vê isso em todos os médicos, é muito médico aí, sem vilanizar, que não é associado, não é cooperado, tentando… tem também um trabalho da Indústria aí muito grande, né. Como tem sido essa experiência para a Unimed? O que vocês têm conversado com os médicos? 
 
FP: Bom, eu acho que tem pontos muito importantes aí no que você disse, e isso é importante, porque nós estamos falando isso ao público, aos nossos clientes, a não clientes, eu acho que nós temos que trazer, enquanto uma empresa que tem uma preocupação com a sociedade, como eu falei, é nossa obrigação também que as pessoas tenham a melhor informação possível e a mais qualificada possível. Então, vou seguir alguns pontos aqui que eu acho que são importantes. O primeiro ponto é a gente prezar pela qualidade da assistência que nós estamos prestando e atestar pela qualidade dos profissionais que estão ali no dia a dia com os nossos clientes, com a população, acho que isso é um ponto importante, e a Unimed-BH tem uma série de estruturas hoje que são estruturas da própria gestão dela, que são o que a gente chama de núcleos de avaliação tecnológica de saúde. Hoje, nós somos, inclusive, reconhecidos pelo Ministério da Saúde como um núcleo de atenção, de avaliação de tecnologia de saúde, podendo contribuir diretamente com a saúde pública e suplementar 
 
HL: Vocês são ouvidos, não é? 
 
FP: Somos ouvidos, temos cadeiras, temos assentos, isso foi uma coisa construída por um grupo interno nosso ao qual eu tenho um grande apreço pelo trabalho construído há muitos anos, por muitas mãos, esse é um ponto importante, essa é uma iniciativa. A segunda iniciativa é o trabalho próximo, é um trabalho conjunto com cooperados, que são os nossos comitês de diferentes especialidades médicas que produzem conteúdo junto com a área técnica, junto com essas áreas técnicas, produzem conteúdo no sentido de balizar melhor a prática médica. Esses comitês têm representantes da sociedade de especialidades médicas, das diferentes especialidades que podem trazer um apoio técnico, né, o objetivo dos comitês é que seja um apoio técnico para conteúdo de qualidade direcionados para a prática médica dentro da cooperativa. O terceiro ponto, trabalhar sempre, no caso com vocês aqui na imprensa, com fontes técnicas confiáveis, profissionais de alto gabarito, profissionais de qualidade e de atuação ética, e cientificamente sustentado, para que a população possa ter alguma informação de alta qualidade, que é o que ela merece receber e deve receber. O quarto ponto é a elaboração de conteúdos específicos. Nós temos, hoje, um site, que também pode ser ado via aplicativo, que é o Viver Bem, que é um blog dentro das nossas áreas de comunicação digital, que é com conteúdos específicos para população, feito com rigor técnico, feito por cooperados e pela área técnica. Recentemente a gente teve uma série muito bacana que foi sobre saúde da mulher, agora no mês de março, que se encerra hoje, sobre saúde da mulher falando de, não só temas de saúde, mas temas da vida, como a dupla jornada da mulher, como é que se faz isso, entendeu? Então, são conteúdos muito interessantes que eu convido a todos os clientes e não clientes a conhecerem, vale muito a pena. E a última iniciativa, que aí entra de uma forma um pouco mais, vamos dizer assim, incisiva dentro da questão da propaganda médica inadequada, é a nossa parceria, uma parceria muito ética, muito respeitosa, cada um respeitando seus espaços, com as entidades representativas dos médicos. A eu estou falando aqui da Associação Médica de Minas Gerais, do Conselho Regional de Medicina e o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, que hoje junto com a Academia Mineira de Medicina, que congrega vários profissionais sêniores de uma carreira muito virtuosa na Medicina, que compõem o Conselho Superior das Entidades Médicas, que é uma iniciativa inédita no Brasil, você ter a oportunidade de todas as entidades médicas trabalhando em prol da classe médica, mas também da população ao qual os médicos cuidam. Então, hoje, todos os conteúdos, todas as orientações, todas as regras, todos os pontos de atenção em relação a tudo que acontece do ponto de vista de regulação da atividade dos médicos, e aí entra muito forte essa questão da propaganda médica inadequada, nós divulgamos isso através da nossa parceria com as entidades médicas para todos os médicos cooperados, para que vejam que a cooperativa também está inserida no movimento que busca a qualidade da medicina pelo melhor, em prol do bem da nossa população, e que deve ser sim o objetivo de toda entidade, seja cooperativa, seja entidade de classe. Então, são cinco estratégicas grandes para a gente poder trazer essa visão clara para as pessoas e sempre, claro, com a parceria de vocês da imprensa aí para trazer isso de uma forma consistente para todos.