BRASIL E RÚSSIA

Após cair e cancelar viagem, Lula conversará por telefone com Putin; saiba o assunto

O presidente embarcaria para Kazan na noite de domingo (20) para participar da cúpula de chefes de Estado do Brics

Por Agências
Atualizado em 21 de outubro de 2024 | 21:55

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá uma conversa por telefone na manhã desta terça-feira (22) com o presidente russo, Vladimir Putin. A conversa, que entrou oficialmente na agenda do presidente, vai acontecer após Lula ter cancelado em cima da hora a sua viagem a Kazan, na Rússia, por ter sofrido um acidente doméstico, caindo no banheiro e batendo a cabeça. Sua equipe médica recomendou evitar voos longos.

O telefonema acontecerá por volta de 9h30, segundo a agenda do presidente. De acordo com um interlocutor no Palácio do Planalto, Lula vai usar a conversa para justificar a sua ausência na cúpula do Brics e também reafirmar o seu compromisso com o bloco e com a busca pela paz no Leste Europeu.

Lula embarcaria para Kazan na noite de domingo (20) para participar da cúpula de chefes de Estado do Brics, bloco que reunia originalmente Brasil, Rússia, China, Índia, África do Sul e que recentemente foi expandido. Além disso, essa seria a primeira oportunidade em que Lula se reuniria com Vladimir Putin desde o início do seu terceiro mandato, em janeiro de 2023.

Na noite anterior, porém, o presidente caiu no banheiro, bateu a cabeça e precisou levar pontos. Lula sofreu uma pequena hemorragia e por isso teve sua viagem desaconselhada. A Presidência da República informou na ocasião que ele participaria da cúpula por videoconferência.

Brasil e China elaboraram uma proposta de paz para encerrar o conflito entre Rússia e Ucrânia que consiste em seis pontos, entre os quais a realização de uma conferência internacional "que seja reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia, com participação igualitária de todas as partes relevantes".

A proposta também engloba a rejeição ao uso de armas de destruição em massa e aos ataques contra usinas nucleares - e rechaça a "divisão do mundo em grupos políticos ou econômicos isolados".

Os termos do documento, no entanto, foram rejeitados pelo presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski - que chamou a proposta de destrutiva - e por aliados de Kiev no Ocidente. Em linhas gerais, estes consideram que a abordagem sino-brasileira premia a Rússia e autorizaria o governo de Vladimir Putin a anexar territórios ocupados.

(Renato Machado/Folhapress)