EM OBESERVAÇÃO

Lula permanece no Alvorada após sofrer queda e cancelar viagem à Rússia

A equipe médica do Hospital Sírio-Libanês de Brasília, que atendeu o presidente ainda no sábado (19), recomendou a ele evitar viagens de longa distância

Por Renato Alves
Atualizado em 21 de outubro de 2024 | 14:30

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve ar a segunda-feira (21) no Palácio da Alvorada, a residência oficial, onde mora com a primeira-dama, Janja da Silva. Ele embarcaria no domingo (20) para a Rússia, onde participaria da 16ª Cúpula de líderes do Brics, mas cancelou a viagem por causa de um acidente doméstico. No sábado (19), ele bateu a cabeça, levando cinco pontos. 

A equipe médica do Hospital Sírio-Libanês de Brasília, que atendeu o presidente ainda no sábado, recomendou a ele evitar viagens de longa distância, principalmente, nas próximas 24 horas, para ficar em observação. Ele participará da reunião do Brics por meio de videoconferência. Conforme o boletim médico do hospital, o acidente não foi grave e o presidente “pode exercer suas demais atividades”.

Lula sofreu um “ferimento corto-contuso em região occipital”. Ele resultou em um “sangramento na região temporal”, na parte frontal da cabeça, de acordo com o médico do petista, Roberto Kalil Filho. Ele explicou, em entrevista à CNN, que as tomografias e ressonâncias mostraram um traumatismo craniano. Mas Lula não perdeu a consciência

Não há nenhum compromisso oficial na agenda de Lula nesta segunda-feira, segundo a Presidência da República. Com a suspensão da ida dele, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, assumiu a chefia da comitiva brasileira que estará em Kazan, na Rússia, onde acontecerá a cúpula do Brics. Vieira embarcou no domingo (20).  

Brics terá primeira cúpula com novos países-membros

Este será o primeiro encontro com os novos países-membros do bloco desde a issão da Arábia Saudita, Egito, Irã, Etiópia e Emirados Árabes. A cúpula vai de 22 a 24 de outubro.

Apesar de não ter uma pauta específica, o embaixador Eduardo Paes Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, disse que o tema principal do encontro deve ser a criação de um modelo de adesão aos Brics por parte dos chamados “países parceiros”. Uma categoria de participação sem as mesmas prerrogativas dos países-membros, com direitos plenos.

“É nisso que é consumido o nosso trabalho neste semestre, quais são os critérios para essa modalidade, e há uma expectativa de que, aprovada essa modalidade, possa ser feito um anúncio dos países que seriam convidados para integrar essa categoria", disse Saboia.

Entre os outros temas que deverão ser abordados no encontro estão a crise do Oriente Médio, operação política e financeira dentro do bloco, além da análise dos relatórios do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) – comandado pela ex-presidente Dilma Rousseff –, do Conselho Empresarial do Brics e da Aliança Empresarial das Mulheres.

O governo russo informou que 32 países confirmaram presença no evento, com a presença de 24 líderes de Estado. Dos dez países-membros do bloco, oito contarão com seus representantes máximos, com a exceção agora do presidente do Brasil e da Arábia Saudita, que enviará seu ministro de Relações Exteriores.

No encontro, deve ser anunciada também uma declaração cujo teor é o fortalecimento do multilateralismo para um “desenvolvimento global justo e seguro”.

A partir do próximo ano, o Brasil assumirá a presidência do Brics, que tem comando rotativo pro tempore com mandatos de um ano.