FORMATURA DE SOLDADOS

Em discurso partidário a militares, Trump ataca diversidade 545v5c

"Não é papel das Forças Armadas organizar shows de drag queens nem transformar culturas estrangeiras", disse o presidente dos EUA 6k95o

Por Folhapress
Publicado em 24 de maio de 2025 | 17:41
 
 
Presidente Donald Trump durante formatura de militares das Forças Armadas Foto: AFP or licensors

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atacou fortemente políticas de diversidade nas Forças Armadas. Os ataques ocorreram durante um longo discurso, neste sábado (24), em formatura de cadetes da Academia Militar de West Point, prestigiada instituição de formação de oficiais no estado de Nova York.

Ao longo de duas horas, Trump pintou esforços de gestões adas de aumentar a diversidade nas Forças Armadas como "divisivos e humilhantes" e prometeu que nenhum militar dos EUA "será forçado a ouvir sobre teoria racial ou sobre transgêneros", acrescentando: "na verdade, ninguém mais nesse país será".

Em fala que se assemelhou a seus comícios a apoiadores, Trump discursou aos cadetes usando um boné com seu slogan "torne a América grande de novo" e falou também sobre como a Otan, a aliança militar ocidental liderada pelos EUA, foi criada para "sacanear o país". "Tiraram vantagem da gente como nunca antes na história, mas isso acabou", disse o presidente.

"Não é papel das Forças Armadas organizar shows de drag queens nem transformar culturas estrangeiras", prosseguiu Trump. "O papel dos militares é dominar qualquer inimigo e aniquilar qualquer ameaça aos EUA, em qualquer lugar, a qualquer momento."

"Nós libertamos nossos soldados de treinamentos políticos humilhantes e divisivos", disse o presidente aos cerca de mil cadetes que se formam neste ano. Essa é a segunda vez que Trump discursa em West Point, academia com mais de duzentos anos de história responsável por formar oficiais que costumam chegar aos postos mais altos das Forças Armadas americanas.

Discurso partidário 2z674z

O discurso de Trump, muito mais político e partidário do que costumam ser falas de presidentes americanos direcionados a militares, foi bem recebido pela plateia, composta não só dos cadetes mas também de suas famílias e de altos oficiais do Exército, Marinha e Aeronáutica.

O presidente foi aplaudido em diversas ocasiões - principalmente quanto cumpriu com a tradição de emitir um perdão para cadetes que tenham cometido infrações disciplinares leves ao longo de sua formação, gesto comum entre presidentes americanos.

A fala também teve como foco a ideia de que o republicano estaria reconstruindo as Forças Armadas depois de décadas de negligência de outros governos. Essa narrativa é frequentemente reforçada pelo secretário de Defesa, o ex-apresentador da Fox News Pete Hegseth.

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Nesta sexta (23), Hegseth restringiu o o que jornalistas têm ao Pentágono, ando a exigir que eles circulem no prédio, sede do Departamento de Defesa dos EUA e um dos maiores escritórios do mundo, sempre acompanhados de um segurança. Antes, o secretário já havia expulsado do local veículos que tinham mesas permanentes no Pentágono, como o New York Times, o Washington Post e a emissora CNN.

Em nota, Hegseth disse que a medida se justifica para proteger informações confidencais das Forças Armadas, dizendo que proteger a segurança operacional "é um imperativo imprescindível para o Departamento de Defesa". Em resposta, uma associação de jornalistas que cobre o Pentágono disse que as novas regras são "um ataque frontal à liberdade de imprensa".

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No dia 14 de junho, Trump participará de um desfile militar nas ruas de Washington em comemoração dos 250 anos da criação do Exército dos EUA, comandado por George Washington na guerra revolucionária americana. A data, por coincidência, também é o aniversário de Trump. (Victor Lacombe/Folhapress)