Análise: o que Fernando Diniz pode agregar antes da chegada de Ancelotti?
Treinador do Fluminense também será o comandante interino da seleção antes da chegada do italiano
Antes de mais nada: eu gosto do estilo de jogo que Fernando Diniz prega e, muitas vezes, do resultado que ele consegue obter. Como exemplo, mais especificamente, no Fluminense entre o ano ado e o início deste 2023. Em vários momentos, o futebol que o Flu apresentou foi brilhante. Um dos mais agradáveis de se ver no Brasil nos últimos anos.
Diniz vai dividir o comando do Fluminense com o da seleção brasileira até o ano que vem, quando chegará Carlo Ancelotti, um dos mais vitoriosos técnicos do mundo. Diniz comandará o Brasil nos primeiros jogos das eliminatórias, inclusive. E, convenhamos, será um bom momento para treinar e tentar aplicar um pouco do seu estilo, já que as eliminatórias não são problema para o Brasil - e serão ainda mais fáceis com mais vagas para a Copa de 2026.
Ancelotti tem um currículo impecável, soube lidar com várias estrelas, foi vencedor em vários países da Europa. Mas, claro, seu perfil de jogo é diferente do modelo de Diniz. E, por mais que lide no elenco do Real com brasileiros e conheça vários outros do futebol europeu, Ancelotti não conhece o futebol brasileiro como um todo.
Acho uma ótima aposta (vejam bem, aposta) da CBF trazer um técnico desse porte. E, claro, Ancelotti sabe que ele terá uma única obrigação: ser campeão do mundo em 2026. Pode deixar de lado qualquer proposta que envolva o desenvolvimento do futebol local ou planos de longo prazo. Pode dar certo, Ancelotti conquista o hexa e está tudo resolvido.
Diniz pode mostrar ao técnico italiano características e talentos locais que ele não conhece. Pode, também, dar mais oportunidades para quem joga no Brasil. Pode criar uma boa base para Ancelotti. O desafio vai ser unificar um estilo mais próximo entre o que os dois pensam e, também, conseguir, com os poucos encontros que os selecionados têm com os treinadores, dar uma cara para uma nova seleção. Para mim, como Ancelotti virá, o melhor caminho é deixar do lado alguém que conheça como a banda toca por esses lados. E esse pode ser mesmo Diniz.