Apesar de 2025 já ter derrubado 135 “folhinhas” da parede, as pessoas de Belo Horizonte ainda estão tentando entender qual é a agenda dos novos representantes da cidade.
O ano de 2024 deixou vários desafios em aberto para nossa cidade enfrentar: tivemos mais que o dobro de ondas de calor em relação a 2023; eventos climáticos extremos bateram à nossa porta, como demonstraram o rompimento da barragem do Parque Municipal Fazenda Lagoa do Nado e os 155 dias sem chuva que enfrentamos.
Além disso, problemas históricos se agravaram, como o aumento do número de pessoas em situação de rua, o crescimento da população vivendo em áreas suscetíveis a deslizamentos e enchentes e o aumento do tempo médio de viagem no transporte público – chegando a níveis equivalentes aos de São Paulo, conforme demonstrado pela pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT).
Diante desse cenário espinhoso, quais têm sido as prioridades dos novos representantes da nossa cidade? Os vereadores da extrema-direita, que compõem o campo majoritário na Câmara, levaram os seguintes projetos para serem pautados:
Será que vivemos na mesma cidade? Qual é a preocupação desse grupo com a vida das pessoas de Belo Horizonte?
Esse grupo apresenta seus “espantalhos” com uma agenda recheada de projetos inconstitucionais, que violam os direitos das mulheres e da população LGBTQIAPN+, afrontam a laicidade do Estado e revelam uma busca obsessiva por likes e engajamento nas redes sociais.
Essas ações fazem parte de uma estratégia para desviar a atenção da agenda real da cidade, que convive com o aumento da agem de ônibus de R$ 5,00 para R$ 5,50, com as enchentes – que vitimaram uma adolescente no Barreiro – e com a superlotação dos leitos hospitalares, sobretudo os pediátricos.
Pepe Mujica, que acabou de nos deixar, resume bem essa tática da extrema-direita ao dizer que perdemos a capacidade de refletir e estamos anestesiados pelo entretenimento.
Uma outra parcela, minoritária, da Câmara de Vereadores – da qual faço parte – composta por vereadoras e vereadores progressistas, está atenta e conectada com essa agenda real da nossa cidade.
Resta saber se a maioria da Casa Legislativa abrirá os olhos para a agenda que emerge das ruas belo-horizontinas ou se continuará presa às pautas do Apocalipse.