PAULO CÉSAR DE OLIVEIRA

Trump vai voltando atrás w6q61

Reações internas e externas das políticas do presidente 3w1c5a

Por Paulo César de Oliveira
Publicado em 15 de abril de 2025 | 07:00
 
 
Trump, ao que parece, se deixou levar pela vaidade e não imaginou que teria a resistência chinesa Foto: iStock

Como era de esperar, Donald Trump deu uma recuada e está revendo o tarifaço que vem anunciando quase diariamente, assustando o mundo econômico. Uma ousadia de um “louco manso” que não se sabe se está absolutamente consciente ou se toma atitudes estapafúrdias e inconsequentes para mostrar que não tem medo de nada e de ninguém, alisando o ego. 

Fazendo caras e bocas, Trump sabe apenas que quer chegar a um terceiro mandato e, para isso, procura demonstrar coragem de mudar o que for necessário para que o país retome a hegemonia econômica e militar. Sabe que, para alcançar esse objetivo, precisa mexer com os sentimentos nacionalistas do povo, pois terá que ter força popular suficiente para mudar a Constituição. 

Trump, ao que parece, se deixou levar pela vaidade e não imaginou que teria a resistência chinesa. O presidente chinês, Xi Jinping, não deixou por menos, já que hoje está à frente de uma poderosíssima nação, exportadora de minerais raros e fabricante de produtos de alta tecnologia que dominam o mercado americano. A guerra das tarifas atingiu em cheio o consumidor americano, que começa a reagir, pressionando seu governo a rever tarifas impostas a todos os países, e não apenas aos chineses. O setor exportador americano começa a sofrer as consequências da guerra tarifária imposta pela vaidade presidencial e cobra mudanças urgentes, como os produtores de soja, que temem a falência com a perda do mercado chinês para a soja brasileira. 

Também a União Europeia reagiu às loucuras de Trump e mostra unidade para enfrentar a crise mundial que se avizinha. O Brasil também não se rendeu. O presidente Lula tem demonstrado firmeza no enfrentamento da crise, reagindo sem bravatas políticas e usando o vice-presidente Geraldo Alckmin – um hábil negociador – nas conversações com as autoridades americanas e chinesas. Os resultados dessa intermediação do vice já se fazem sentir, influenciando algumas mudanças de atitude do presidente Trump, como a recente suspensão de elevadas tarifas recíprocas para todos os países. O mundo, porém, ainda tem muito o que conversar.

E esta não será uma crise superada de uma hora para a outra. É que o mundo corre o risco das radicalizações, como começamos a assistir, e a a conviver novamente com os riscos de guerras, alimentadas por vaidades e interesses da indústria bélica. Corremos, sim, riscos de uma nova guerra mundial, que se nutre de interesses econômicos e vaidades de incompetentes.