NO BRASIL

Mercado de delivery tem nova fase com entrada de gigante chinesa e aliança entre iFood e Uber 3x1i60

Enquanto players globais disputam grandes centros, aiqfome consolida liderança no interior com modelo de franquia enxuto e capilaridade local 513l53

Por Gabriel Molnar e Rodrigo Campelo
Atualizado em 19 de maio de 2025 | 14:01
 
 
Ifood, que domina o mercado de delivery no Brasil, anuncia parceria com a Uber Foto: freepik.com

O setor de entregas no Brasil está ando por uma reconfiguração histórica. De um lado, a entrada da chinesa Meituan, com um investimento bilionário, promete sacudir o mercado. Do outro, iFood e Uber, que até então atuavam de forma separada, anunciam uma parceria estratégica.

Com previsão de desembarcar nos próximos meses, a Meituan vai operar com a marca Keeta e aposta alto: serão R$ 5,6 bilhões aplicados em cinco anos. A empresa já atua em mercados como Hong Kong e Arábia Saudita e agora volta sua atenção para o Brasil, onde o iFood detém mais de 80% do setor de entregas de comida.

A Meituan pretende operar inicialmente na região Sudeste. O objetivo é conquistar tanto grandes grupos quanto pequenos restaurantes de bairro, uma estratégia para penetrar em um mercado já consolidado. A empresa chinesa deve investir pesado em marketing e em subsídios para atrair consumidores e estabelecimentos.

Empresas de delivery no Brasil se movimentam 3jyx

A movimentação acontece em um momento de acirramento da concorrência. Recentemente, a Didi, controladora da 99, anunciou o relançamento do 99Food com um aporte de R$ 1 bilhão. O Rappi, por sua vez, zerou as taxas cobradas de restaurantes por três anos, numa tentativa de ganhar fôlego.

Enquanto novos players se organizam, o iFood selou uma aliança com a Uber que deve redefinir a experiência dos usuários. A partir do segundo semestre, os aplicativos das duas empresas arão a integrar funcionalidades: o app do iFood permitirá solicitar corridas da Uber, enquanto o app da Uber dará o aos serviços de entrega do iFood, como refeições, mercados e farmácias.

A parceria visa ampliar o alcance de ambas as plataformas e aproveitar a base de clientes de forma cruzada. Atualmente, apenas metade dos usuários brasileiros utiliza os dois aplicativos com frequência, segundo dados divulgados pelas empresas.

Delivery também é modelo de franquia 1j3i3x

Longe das capitais, quem domina o delivery é o aiqfome. Fundado em 2007 no interior do Paraná, o app foi o primeiro do gênero no Brasil e hoje é líder no interior, com mais de 6 milhões de usuários e cerca de 33 milhões de pedidos por ano. Desde 2020, faz parte da vertical food do Grupo Magalu, e fechou 2024 com um faturamento superior a R$ 1 bilhão.

A base do crescimento está em um modelo de microfranquias home based, que permite ao franqueado atuar como representante comercial local, conectando o aplicativo a restaurantes da sua cidade. Com investimento inicial a partir de R$ 41 mil, o aiqfome se expandiu para mais de 700 municípios e se consolidou como o 2º maior app de delivery do país. A operação é enxuta e não exige contratação de funcionários, o que reduz custos e acelera o retorno, previsto para até 18 meses.

O negócio nasceu da inquietação da fundadora Steph Gomides, que queria resolver os problemas enfrentados ao pedir comida por telefone em Maringá. Ao lado de Igor Remigio, ela criou um site que reunia os cardápios da cidade e acabou abrindo caminho para um modelo de delivery regionalizado e rentável. Sem investidores externos, a dupla cresceu com capital próprio e viu no franchising a chave para escalar a operação nacionalmente, sem perder o foco nos pequenos centros.