ACIDENTE

Ferimento de Lula: o que são corto-contuso e a região occipital machucada pelo presidente

Petista caiu no banheiro de casa e precisou levar pontos na cabeça

Por Agências
Publicado em 21 de outubro de 2024 | 08:02

O boletim médico de Lula (PT), após a queda do presidente no banheiro de casa, nesse domingo (20/10), detalha que ele sofreu um “ferimento corto-contuso em região occipital”. Até então, sabe-se que o presidente precisou levar pontos na cabeça e precisará repetir exames para garantir que não há sangramentos internos. Mas o que significa esse tipo de ferimento?

Um ferimento corto-contuso significa que houve uma contusão, isto é, uma lesão causada por impacto, acompanhada por um corte. A região occipital está na parte de trás do crânio, na base da cabeça, um ponto em que se concentra o córtex visual do cérebro, responsável por processar as informações enviadas pelos olhos. O ferimento do presidente, portanto, foi um corte que causou uma lesão nessa região. 

Esse tipo de machucado pode ser mais grave ou mais leve, dependendo da profundidade dele. No caso de Lula, o presidente precisou de atendimento médico, mas foi liberado para observação em casa. Os quadros costumam ser mais preocupantes quando o paciente perde a consciência ao se machucar, o que não ocorreu com o petista.

O neurocirurgião Luiz Severo, especialista em dor, diz que, de acordo com informações disponíveis, o presidente teve um traumatismo cranioencefálico leve. "Ele não teve perda de consciência, não teve outros sinais de alarme, chegou ao hospital consciente e orientado".

Segundo ele, o termo "ferimento corto-contuso", indica também que, além do traumatismo, o presidente sofreu uma contusão cerebral, ou seja, lesão na superfície do encéfalo em que acontece pequenos sangramentos.

"São sangramentos benignos, mas, a partir do momento em que o paciente tem um traumatismo leve e um sangramento intracraniano pequeno, a gente tem que ficar atento para o risco de aumento desse sangramento."

Severo explica que esse risco é maior em pacientes idosos pela própria fragilidade dos tecidos e dos vasos sanguíneos. Lula tem 78 anos. Pessoas que usam anticoagulantes, como o AAS, também podem ter risco de sangramento aumentado. Não há informação se o presidente faz uso desses medicamentos.

Para o neurologista, as primeiras 72 horas são as mais críticas para o risco de edema no cérebro. "A recomendação é repouso, hidratação e monitoramento."

De acordo com o boletim médico, após avaliação da equipe médica, Lula foi orientado a evitar viagem aérea de longa distância, podendo exercer suas demais atividades. Por isso, sua viagem à Rússia planejada para esta semana foi cancelada.

Severo explica que a orientação de não viajar neste momento ocorre pelo risco de aumento de pressão no crânio e de sangramento, além da necessidade de monitorização clínica e radiologia pela equipe médica.

(Com Cláudia Collucci/Folhapress)