O governo Romeu Zema (Novo) avalia que a transferência da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) para o governo federal poderia abater R$ 500 milhões da dívida com a União. A avaliação foi feita pelo vice-governador Mateus Simões (Novo) nesta quinta-feira (8 de maio) durante a reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). 

A estimativa corresponde a 25% do valor previsto pelo governo Zema entre bens imóveis que quer transferir para a União para abater a dívida de cerca de R$ 165 bilhões. O montante de R$ 2 bilhões apenas em imóveis é parte do cálculo feito pelo Palácio Tiradentes para reunir R$ 40 bilhões em ativos para entregar à União em busca de derrubar pela metade a taxa de juros de 4 pontos percentuais. 

Entretanto, além de entregar os imóveis, a intenção do governo Zema é oferecer para a União a gestão da UEMG. De acordo com Simões, caso apenas os imóveis fossem oferecidos, a universidade acabaria. “Se eu federalizo, eu não prejudico os alunos e os professores am a fazer parte de uma carreira federal”, argumentou ele. 

O vice-governador lembrou que a UEMG já ou por um processo semelhante ao ser estadualizada. “Lá atrás, os institutos de ensino queriam, na verdade, se transformar em federais. Havia um movimento grande. Eles queriam ser federais, mas não conseguiram e a gente a transformou em UEMG”, citou Simões.

De acordo com ele, que é pré-candidato ao governo de Minas em 2026, a UEMG tem um “patrimônio enorme”. “O campus de os é uma enormidade. O campus de Ituiutaba é uma enormidade. O campus de Frutal é uma enormidade. Os campi de Belo Horizonte, o prédio da avenida Antônio Carlos, o prédio de Mangabeiras etc.”, exemplificou Simões. 

Questionado se a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) não poderia ser incluída no rol de ativos, Simões disse que, comparativamente, o patrimônio imobiliário da UEMG é maior. “Me parece que a Unimontes seria recusada pelo governo federal imediatamente. Já tomamos um ‘não’ prévio”, pontuou o vice-governador. 

A presidente da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da ALMG, Beatriz Cerqueira (PT), criticou a iniciativa de o governo Zema propor a federalização da UEMG sem conversar com a comunidade. “A UEMG acordou surpreendida como uma possibilidade de federalização não sabia e que, de acordo com o vice-governador, diz respeito a imóveis, a R$ 500 milhões de imóveis”, questionou a deputada.