BRASÍLIA — O líder da oposição na Câmara, deputado Zucco (PL-RS), assina uma nota crítica ao Supremo Tribunal Federal (STF), que, nesta quarta-feira (4), determinou a prisão da deputada Carla Zambelli (PL-SP) e impôs a suspensão de suas redes sociais e o bloqueio de suas contas e salário pago pelo Congresso Nacional. O deputado exige que a ordem de prisão seja “imediatamente submetida” à votação dos parlamentares.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), não se manifestou sobre Carla Zambelli e não indicou quais serão os próximos os; a perspectiva é que ele rompa o silêncio somente na quinta-feira (5). A ordem de prisão contra Zambelli se seguiu à viagem da deputada, que informou, nessa terça-feira (3), sua saída do Brasil e a permanência por período indeterminado nos Estados Unidos. 

Na nota em solidariedade à deputada, a oposição cobra, justamente, uma posição de Hugo Motta e afirma que as ordens contra Zambelli são ilegais. “Não estamos diante de uma decisão jurídica, mas de um ato político, autoritário e persecutório”, avaliou Zucco. “O que está em jogo não é apenas a imunidade parlamentar, mas a própria sobrevivência do Poder Legislativo como instituição livre, independente e autônoma”, afirmou.

O que aconteceu com Zambelli?

Condenada à prisão, Carla Zambelli informou nessa terça-feira (3) que deixou o Brasil. O gesto entendido como fuga gerou um pedido de prisão contra ela apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal. Nesta quarta-feira, a Corte atendeu o pedido e determinou a prisão de Zambelli.

O relator, ministro Alexandre de Moraes, também determinou o bloqueio do salário e das verbas de gabinete de Zambelli. Ele ordenou, ainda, que a Polícia Federal inclua o nome da deputada na lista de difusão vermelha da Interpol. A medida quer garantir que as autoridades brasileiras consigam pedir que ela seja extraditada.

Hoje, Zambelli é representada pela Defensoria Pública da União (DPU). Os advogados da deputada deixaram a defesa dela por não terem sido avisados dos planos da parlamentar de sair do Brasil.