CONGRESSO

Influência de Davi Alcolumbre é fator-chave na eleição do Senado

Dissidentes do bloco de Rodrigo Pacheco apontam senador como motivo para votar em Rogério Marinho

Por Levy Guimarães
Publicado em 01 de fevereiro de 2023 | 08:00

O senador Davi Alcolumbre (União-AP), ex-presidente do Senado, é considerado o maior cabo eleitoral do atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e, ao mesmo tempo, o principal motivo pelo mineiro perder votos na disputa à reeleição.

Rodrigo Pacheco, que conta com o apoio do governo Lula, é o favorito para vencer a disputa desta quarta-feira (1º) contra Rogério Marinho (PL-RN), candidato da oposição. No entanto, a situação para os governistas já foi mais confortável.

A força de Davi Alcolumbre nos bastidores da campanha tem causado desconforto sobre antigos aliados de Pacheco. Líder do União Brasil, uma das maiores bancadas da Casa, ele colocou como uma das condições para o apoio do partido sua permanência na presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante do Senado, por onde am as principais pautas a serem analisadas pelos parlamentares.

Além disso, Alcolumbre tem como pretensão retornar ao comando da Casa em 2025, quando Rodrigo Pacheco não poderá concorrer à reeleição. Com isso, além de uma disputa entre governo e oposição, parte dos senadores vê a eleição desta quarta como uma forma de interromper o que chamam de “dinastia” regida pelos dois.

Por outro lado, Davi Alcolumbre detém, desde o governo Jair Bolsonaro, influência sobre fatias do orçamento da União, mesmo após o fim das emendas de relator, conhecidas como orçamento secreto, o que pode atrair apoios em busca de cargos de segundo e terceiro escalões. Partiu dele as indicações dos ministros da Integração, Waldez Góes, e das Comunicações, Juscelino Filho, ambos do União Brasil.

Os descontentamentos estão, sobretudo, em alas do PSD, MDB e no próprio União Brasil, partido de Alcolumbre. Na legenda de Pacheco, três dos 16 senadores declararam publicamente voto em Marinho - Nelsinho Trad (MS), Lucas Barreto (AP) e Dr. Samuel Araújo (RO).

No MDB, a senadora Ivete da Silveira (SC) declara voto no candidato da oposição, enquanto no União Brasil, Marinho teria de dois a três votos. O senador Alessandro Vieira (PSDB-SE), mesmo tendo feito oposição ao governo Bolsonaro, deve votar no candidato do PL e aponta como um dos principais motivos a parceria de Pacheco com Alcolumbre.

Porém, aliados de Pacheco se mantêm confiantes de que ele terá o apoio de uma maioria expressiva no PSD, no MDB e no União Brasil, além de outras bancadas como PT, PSB e PDT. Também contam com dissidências no PL, PP e Republicanos, partidos que apoiam Rogério Marinho.

O TEMPO agora está em Brasília. e a capa especial da capital federal para as notícias dos Três Poderes.