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PF vai abrir investigação sobre áudio falso atribuído a Galípolo; AGU diz que material afetou o dólar

Governo afirma que notícia falsa interferiu na cotação do dólar ao ser veiculada por perfis de análise econômica nas redes sociais

Por Levy Guimarães
Atualizado em 19 de dezembro de 2024 | 11:41

BRASÍLIA - A Polícia Federal (PF) vai investigar a disseminação de um áudio falso atribuído ao futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. O pedido foi feito pela Advocacia-Geral da União (AGU), que encaminhou, na noite de quarta-feira (18/12), ofícios à PF e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para que conduzam a apuração.

A AGU solicitou a instauração de procedimentos policial e istrativo para investigar a possível prática de crimes contra o mercado de capitais, conforme previsto na lei que regula o mercado de valores mobiliários.

Segundo o órgão, na última terça-feira (17), uma série de postagens realizadas por um perfil da rede social X (antigo Twitter) atribuiu falsas declarações a Galípolo. No material, ele dizia que a “moeda dos Brics” seria uma “salvaguarda” contra a “extrema influencia que o dólar exerce no nosso mercado".

De acordo com a AGU, as declarações inverídicas geraram “repercussão significativa” no mercado financeiro e em páginas de análise econômica, impactando diretamente a cotação do dólar, que tem registrado recordes consecutivos nos últimos dias.

A pasta argumenta ainda que a desinformação teria interferido na percepção do mercado, comprometendo a eficácia da política pública federal de estabilização cambial e evidenciando o elevado potencial lesivo de boatos nesse contexto.

“Sabe-se que há relação direta entre a cotação de moeda estrangeira, notadamente o dólar, e os preços dos valores mobiliários negociados em bolsas de valores, tanto que a recente elevação do valor da moeda americana veio acompanhada de queda do montante de valores negociados no mercado de capitais”, completou o órgão do governo.