BRASÍLIA - O ministro das Cidades, Jader Filho, afirmou nesta segunda-feira (27) que tragédias climáticas como a que atinge o Rio Grande do Sul há quase um mês serão cada vez mais frequentes no país, gerando mais custos se não houver prevenção.
Ele fez um discurso em uma sessão de debates no plenário do Senado, para discutir as enchentes que assolam o estado e a questão climática. Também estiveram representantes de outros ministérios do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes.
“Este é o novo normal. E isso nós iremos ver com cada vez mais frequência não só no Rio Grande do Sul, mas em todo este país, da seca ao excesso de chuva. E, se as nossas cidades não estiverem preparadas e adaptadas, se a resiliência das nossas cidades não for uma prioridade para este país, nas obras de prevenção a desastres, iremos ver tragédias como essa cada vez mais frequentes, onde sairá muito mais caro”, afirmou.
Jader Filho afirmou que o governo tentou contato com quase 400 prefeitos de cidades gaúchas, mas só conseguiu conversar com 38. Também foram solicitados dados como a quantidade de casas afetadas. Até esta segunda-feira, 54 municípios apresentaram as informações, de acordo com o ministro.
“E, nas conversas e nos diálogos, os prefeitos am a mostrar primeiro a sua aflição. Quando nós todos entramos em contato e perguntamos, muitos dizem assim: ‘ministro Jader, nós não temos sequer como mandar a Defesa Civil até os locais todos, porque não se tem como ar. [...] Seria uma covardia da gente exigir que, neste momento, eles possam nos dar as informações completas, porque nós precisamos delas”.
O ministro destacou que precisa desses dados para definir, por exemplo, o valor do crédito extraordinário necessário para a reconstrução das unidades habitacionais danificadas, ao lado de ministérios como Fazenda, Casa Civil e Planejamento.
O Senado instalou uma Comissão Temporária Externa, presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS) e relatada por Hamilton Mourão (Republicanos-RS), para acompanhar as atividades de enfrentamento à calamidade no Rio Grande do Sul. Nesta semana, os membros do colegiado devem apresentar uma pauta mínima de propostas em socorro ao Estado.