SINDICÂNCIA

Exército abre inquérito contra militares por 'Carta dos Oficiais' que sugeria golpe de Estado

A sindicância interna mostrou que 26 dos 37 militares que am, produziram ou difundiram o texto receberam penalidades de seus comandantes imediatos

Por O TEMPO Brasília
Publicado em 28 de agosto de 2024 | 12:18

BRASÍLIA - O Exército Brasileiro finalizou a sindicância interna sobre a produção da "Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro" e identificou 37 militares como os autores do texto, feito em novembro de 2022. Um inquérito foi instaurado contra quatro militares.

A ordem para a abertura da investigação interna foi dada pelo atual comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva. Além de querer saber quem escreveu a carta, o general pediu o detalhamento das punições aplicadas a cada um deles. A informação foi adiantada pelo Estadão.

De acordo com a sindicância, 26 dos 37 militares que am, produziram ou difundiram o texto receberam penalidades de seus comandantes imediatos, conforme o previsto no regulamento disciplinar do Exército. Desses militares da ativa, são: 12 coronéis, nove tenentes-coronéis, um major, três tenentes e um sargento.

Para justificar a ausência de punição a 11 oficiais, o Exército afirmou que eles apresentaram explicações que foram aceitas. O Inquérito Policial Militar vai concentrar as investigações, inicialmente, em quatro militares, por haver indícios de crime. Essa fase tem duração de 30 dias, mas pode ser prorrogada por mais 30 dias a pedido do Ministério Público Militar (MPM). O órgão pode solicitar novas diligências ao Exército.

O manifesto foi recebido pelo tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro (PL), na noite de 28 de novembro de 2022. O documento foi encontrado no celular de Cid durante as investigações da Polícia Federal (PF).

A existência da carta veio à tona após o depoimento do general Marco Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército e do Comando de Operações Terrestres (Coter). Segundo ele, o objetivo era pressioná-lo a aderir ao suposto plano de golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).