BRASIL X EUA

Lula afirma que ‘haverá reciprocidade’ se Trump taxar produtos brasileiros: ‘é muito simples’

Nesta semana, Trump reafirmou suas críticas ao Brasil, incluindo-o entre os países que, segundo ele, "querem mal" aos Estados Unidos e impõem altas tarifas

Por O TEMPO Brasília
Atualizado em 30 de janeiro de 2025 | 12:58

BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (30) que, caso o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, imponha tarifas sobre produtos brasileiros, o Brasil adotará medidas recíprocas sobre produtos norte-americanos.  

“É muito simples. Se ele taxar produtos brasileiros, haverá reciprocidade do Brasil em taxar os produtos exportados para os Estados Unidos. É simples. Não tem nenhuma dificuldade", afirmou Lula. 

A declaração foi dada durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto. Nesta semana, Trump reiterou suas críticas ao Brasil, incluindo-o em um grupo de países que, segundo ele, "querem mal" aos EUA e impõem altas tarifas sobre produtos americanos.

Ao ser questionado sobre o assunto, Lula acrescentou que a  exportação para os Estados Unidos não representa uma "supremacia", no sentido de superioridade do país norte-americano sobre o Brasil, mas que o desejo é manter e aprimorar essa relação comercial.

“A nossa exportação com os Estados Unidos não é essa supremacia que as pessoas pensam que é, de superioridade com relação ao Brasil. É mais ou menos R$ 40, R$ 45 bilhões", explicou o presidente brasileiro. 

"Nós temos que procurar manter isso e melhorar. Da minha parte, o que eu quero é melhorar nossa relação com os Estados Unidos, exportar mais se for necessário, importar mais se for necessário, e a gente manter a nossa relação que é de 200 anos”, completou. 

Lula destaca que é preciso civilidade entre os países

Lula afirmou que, em seus três mandatos como presidente, sempre manteve uma relação de respeito com os presidentes dos Estados Unidos, independentemente de serem republicanos ou democratas.

Ele ressaltou que com Trump, seu objetivo é manter a mesma tônica de respeito nas relações entre os dois países. “A minha relação é de um Estado soberano com outro Estado soberano".

"O Trump foi eleito para governar os Estados Unidos, e eu mandei uma carta para ele em que disse que eu espero que ele tenha um bom governo. Eu fui eleito para governar o Brasil, e quero respeitar os Estados Unidos, assim como quero que o Trump respeite o Brasil. Se isso acontecer, está de bom tamanho”. 

Ainda durante a conversa com jornalistas, o presidente afirmou que não há interesse nem dele e acredita que nem de Trump de se falarem. “Essas conversas só acontecem quando você tem interesse, tem alguma coisa para tratar. Eu mandei uma carta para o governo americano dando os parabéns pela vitória”. 

Ele também mencionou as possibilidades de encontro, caso surjam oportunidades: "Se não tivermos a chance de nos encontrar, já que ele não participa dos BRICS, e se eu for convidado para o G7, podemos nos encontrar lá. Caso contrário, será na ONU, se ele também não desistir da ONU".