-
Testemunhas blindam Anderson Torres de omissão no 8/1 e participação em plano de golpe
-
Paulo Lamac, ‘homem forte’ de Fuad, é demitido da prefeitura e exoneração será publicada nesta terça
-
Damião reduz pela metade a presença de integrantes do "núcleo duro" de Fuad na prefeitura
-
Política em Minas e no Brasil - Brasília, Congresso, ALMG, Câmara de BH e os bastidores
-
Mendonça devolve para julgamento processo sobre regulação das redes sociais;pauta depende de Barroso
Alexandre Padilha irá substituir Nísia no Ministério da Saúde, confirma Planalto
Em nota, a Secom destacou que "o presidente agradeceu à ministra pelo trabalho e dedicação à frente do ministério"
BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta terça-feira (25) a troca no comando do Ministério da Saúde. Nísia Trindade deixará a chefia da pasta, que será assumida por Alexandre Padilha, atual ministro de Relações Institucionais.
"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na tarde desta terça-feira, 25 de fevereiro, com a ministra da Saúde, Nísia Trindade. Na ocasião, comunicou a ela a substituição na titularidade da pasta, que ará a ser ocupada pelo atual ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a partir da posse marcada para a quinta-feira, dia 6 de março. O presidente agradeceu à ministra pelo trabalho e dedicação à frente do ministério", diz a nota divulgada pela Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República.
Desde o início do governo, Nísia é criticada por congressistas, integrantes do governo e pelo próprio presidente Lula. O petista a cobrava em função da falta de uma marca forte na gestão da pasta, como foram o Mais Médicos e o Farmácia Popular, em istrações anteriores do petista. Além disso, avaliou que faltava força para gerir crises da área.
Com a popularidade do presidente em baixa, também pesou a pressão do Centrão por mais ministérios. O da Saúde era um dos mais almejados por causa da visibilidade e do Orçamento – R$ 239,7 bilhões só neste ano. Na disputa, Lula optou por manter o PT à frente da pasta por seu fator “social”, especialmente com a proximidade das eleições.
Padilha tem experiência à frente da Saúde
Médico infectologista, Padilha foi titular do Ministério da Saúde entre janeiro de 2011 a fevereiro de 2014, durante o governo de Dilma Rousseff (PT). Na época, ele deixou o cargo para concorrer ao governo de São Paulo nas eleições de 2014. Ele ficou em terceiro lugar na disputa, que teve o hoje vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) como vitorioso.
O nome de Alexandre Padilha foi defendido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, seu amigo de longa data. Padilha atuou como secretário municipal de Saúde de 2015 a 2017, durante a gestão de Haddad na Prefeitura de São Paulo. A escolha de Lula também foi interpretada como uma vitória para Haddad.
O chefe da equipe econômica do governo “venceu” o ministro Rui Costa (Casa Civil), que buscava emplacar outros nomes para a pasta - entre eles o de Arthur Chiodi, que foi sucessor de Padilha na saúde na época de Dilma Rousseff. O ex-ministro também preferiu permanecer como presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Padilha continuará em contato com o Congresso Nacional
À frente da Secretaria de Relações Institucionais, Padilha enfrentou diversas críticas de parlamentares, especialmente por sua falta de habilidade política. O ápice ocorreu quando o então presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o chamou publicamente de "incompetente" e disse que não negociaria mais com ele.
Contudo, Padilha não sairá de cena estando no comando da Saúde. A pasta é a que detém o valor mais expressivo de emendas parlamentares na Esplanada dos Ministérios. E foi justamente a demora na liberação do pagamento delas que fez o Centrão pressionar pela saída de Nísia Trindade.
Quem fica no lugar de Alexandre Padilha
Diversos nomes são cotados para substituir Alexandre Padilha. Entre as sugestões do Centrão, estão o líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões (AL), e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos-PB).
Pelo PT, os nomes apresentados incluem Jaques Wagner (BA), líder do governo no Senado, e José Guimarães (CE), líder do governo na Câmara dos Deputados.