BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (12), que deseja se aproximar dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-SP), e, para isso, nomeou uma "mulher bonita" para cuidar da articulação política do governo com o Congresso Nacional. Ele se referia a ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann.
"É muito importante trazer aqui o presidente da Câmara e o presidente do Senado, porque uma coisa que quero mudar é estabelecer relações com vocês. Por isso, coloquei essa mulher bonita para ser ministra de Relações Institucionais, porque não quero mais ter distância entre vocês”, disse o presidente durante evento no Palácio do Planalto.
Gleisi Hoffmann tomou posse como ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) na segunda-feira (10). A ex-presidente do PT e deputada federal licenciada pelo Paraná substitui Alexandre Padilha na responsabilidade de cuidar da articulação política do Planalto. Padilha assumiu o Ministério da Saúde no lugar de Nísia Trindade, exonerada pelo presidente.
Na mesma cerimônia, ao destacar as lideranças governistas no Congresso, Lula se referiu ao deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, como “cabeçudão do Ceará”. O presidente mencionou o parlamentar ao citar a aprovação da reforma tributária, concluída após mais de três décadas de negociações.
“E nós conseguimos fazer, com a participação de todos os deputados e senadores. E nós [PT] só temos nove senadores no Senado de 81, e só temos 70 deputados em 513. E nós fizemos isso muito por conta do trabalho primordial do Guimarães, esse cabeçudão do Ceará, e pelo companheiro Jaques Wagner [lider do governo no Senado], que é um companheiro da mais alta qualidade de negociação”, afirmou.
As declarações do presidente ocorreram durante evento de lançamento do programa "Crédito do Trabalhador", que prevê ampliar o o ao empréstimo consignado pelos empregados da iniciativa privada. Essa é mais uma das medidas anunciadas pelo governo para tentar melhorar a aprovação de Lula e se aproximar mais do seu “eleitor raiz”, pensando já em 2026.
Atualmente, o crédito consignado — descontado diretamente na folha de pagamento — só está disponível para trabalhadores cujos empregadores tenham convênio com um banco. Esse tipo de empréstimo costuma ter juros mais baixos, já que as parcelas são descontadas automaticamente do salário, reduzindo o risco para as instituições financeiras.
Com a nova medida, os bancos vão utilizar o sistema eSocial — plataforma governamental destinada ao recolhimento de tributos — para obter informações na análise da taxa de crédito.
Pela plataforma, o empregado poderá escolher a instituição financeira de sua preferência e comparar as taxas de juros em uma plataforma. O Palácio do Planalto estima que a mudança beneficiará 42 milhões de trabalhadores com carteira assinada, incluindo empregados domésticos.
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