REPARAÇÃO

Ressarcimento de aposentados será feito direto na conta bancária, diz presidente do INSS

Gilberto Waller descartou devolução do dinheiro via pix ou outros métodos de pagamento; tema é prioridade no governo

Por O TEMPO Brasília
Atualizado em 06 de maio de 2025 | 13:11

BRASÍLIA - O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, afirmou nesta terça-feira (6) que a devolução do dinheiro desviado ilegalmente das mensalidades a aposentados e pensionistas será feita com pagamento diretamente na conta bancária.

"Uma das coisas que já foram definidas é que o eventual ressarcimento, seja da instituição, seja do poder público, está sendo discutido ainda, será feito via benefício, via conta do benefício. Nada de Pix, nada de depósito em conta e nada de sacar em banco", explicou Waller, em entrevista à rádio CBN.

De acordo com Waller, o ressarcimento deverá ser feito por meio de uma transferência adicional na mesma conta bancária em que o beneficiário já recebe o pagamento regular de sua aposentadoria ou pensão. Ele ainda alerta para possíveis tentativas de golpes.

"Da mesma conta que ele recebe, o seu benefício previdenciário vai ser depositado. Por isso eu peço, é para todos: não caia em outros golpes, não assine nada, não abra link, não acredite em ninguém que esteja vendendo facilidade".

Nesta terça-feira, Waller participa de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e cinco ministros, no Palácio da Alvorada, para discutir a devolução dos valores. O tema é prioridade absoluta no governo. 

A previsão de Waller é que o plano de ressarcimentos fique pronto até a semana que vem. Ele relata que o presidente tem pedido “pressa” e “agilidade” para que o processo seja concluído e o dinheiro devolvido. Assim, o governo tenta estancar o sangramento em sua imagem causado pelo escândalo.

Ao todo, foram R$ 6,3 bilhões fraudados por entidades que diziam representar os beneficiários, segundo a Polícia Federal (PF). Logo após o escândalo ter sido revelado pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela PF, o governo suspendeu os descontos e prometeu ressarcir todos os prejudicados.

Os contratos com as entidades investigadas também foram suspensos. A intenção inicial era fazer o ressarcimento já nos pagamentos do mês de maio. Gilberto Waller Júnior assumiu o comando do INSS no lugar de Alessandro Stefanutto, demitido após o escândalo das fraudes.

Dias depois, o então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, também deixou o cargo, sendo substituído por Wolney Queiroz.