ESCÂNDALO NO INSS

Rui Costa diz que CGU poderia ter evitado fraudes no INSS nos últimos anos

Ministro da Casa Civil minimizou responsabilidade de Carlos Lupi sobre o esquema de desvios nas aposentadorias

Por O TEMPO Brasília
Publicado em 08 de maio de 2025 | 09:45

BRASÍLIA - O ministro da Casa Civil, Rui Costa, apontou a Controladoria-Geral da União (CGU), comandada pelo ministro Vinícius Carvalho, como a principal responsável pelo crescimento do volume de fraudes no INSS nos últimos anos.

Em entrevista ao jornal O Globo, Costa indicou que a CGU não cumpriu com o seu papel de evitar o problema e apontar falhas de procedimentos nos descontos feitos em mensalidades de aposentados e pensionistas. Essas falhas, segundo ele, deveriam ter sido apresentadas ao então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, demitido na última sexta-feira (2).

“Ao fim e ao cabo, nós deixamos ar dois anos, período no qual mais pessoas foram lesadas, para poder corrigir o problema? O papel da Polícia Federal não é mesmo o de avisar nada a ninguém, é apurar ato criminoso. Ela está no papel dela, correto, sem reparo. Agora, a função de qualquer Controladoria é preventiva e não corretiva ou punitiva”, afirmou.

Rui Costa ainda apontou que “90%” dos desvios feitos contra os aposentados vieram de 2020 para cá. “Se você atua em 2023, tinha diminuído a quantidade de pessoas e eu diria que não tinha impactado basicamente o nosso governo”, concluiu o ministro.

O ministro Vinicius Carvalho e a CGU não quiseram comentar as declarações de Rui Costa.

Nesta tera-feira (7), a CGU retirou do INSS a responsabilidade por apurar eventuais irregularidades istrativas cometidas por 12 organizações civis suspeitas de um esquema.

A Operação Sem Desconto, realizada pela PF e pela CGU, revelou um esquema de descontos ilegais nos benefícios pagos a aposentados e pensionistas de 2019 a 2024. Os valores eram reados a uma parte das associações, sindicatos ou entidades para as quais o INSS descontava, diretamente dos benefícios previdenciários.