Em meio à epidemia de dengue que assola diversas cidades e Estados do país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta sexta-feira (2) quem culpa os gestores públicos pela arbovirose, mas acaba não fazendo o próprio papel dentro de casa de conter a proliferação do mosquito transmissor (aedes aegypti). 

Em seu discurso durante evento em Santos, no litoral de São Paulo, o petista disse que as pessoas não podem ficar “transferindo responsabilidades e acusações” sem antes cumprir as próprias obrigações. Segundo ele, é função de todos ajudar no combate do mosquito da dengue: “Ao invés de xingar alguém, olhe se você cumpriu com o seu compromisso”. 

Lula ainda criticou a imprensa pela cobertura que tem sido realizada em relação à doença. “A televisão só fala de dengue agora, né? É como se fosse a primeira vez que a gente tivesse dengue. Faz muitos anos que a gente ouve falar de dengue, e como a gente cuida da dengue? A gente pode evitar que ele apareça”. (...) Cada um tem uma responsabilidade. Não é só o prefeito, não é só o governador, não é só o presidente da República”.

Ao continuar seu discurso durante o anúncio das obras do Túnel Santos-Guarujá, Lula disse que a população precisa ter responsabilidade. "Ao invés de xingar alguém, olhe se você cumpriu com o seu compromisso, com cuidado que você deve ter com a sua família. Assim vai ser bom para todo mundo. A gente não pode ficar transferindo responsabilidades e acusações”, concluiu o petista. 

Vários Estados e cidades brasileiras decretaram epidemia de dengue

O Brasil registrou neste ano 217.481 casos prováveis da doença, segundo dados do Ministério da Saúde. Em Minas Gerais, os diagnósticos positivos da doença tiveram aumento de 103% no intervalo de uma semana, conforme os dados do Boletim Epidemiológico de Arboviroses Urbanas divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) divulgado na última segunda-feira (29). Os casos confirmados aram de 11.490 (22/01) para 23.389 (29/01).

Na quinta-feira (1º), o Ministério da Saúde anunciou a criação de um centro de operações de emergência de combate à dengue, com a participação de representantes de Estados, municípios e outras pastas do governo federal. Já o Ministério da Defesa ofereceu enviar militares das Forças Armadas para os Estados que precisarem de ajuda no enfrentamento à arbovirose. 

Segundo nota do governo federal, a pasta comandada pela ministra Nísia Trindade “normalizou os estoques de inseticidas, que estavam em situação crítica desde o início de 2023”. Já foram distribuídos 142,5 mil quilos de larvicida; 9,6 mil quilos de adulticida para aplicação residual em pontos estratégicos; e 156,7 mil litros do adulticida para aplicação espacial a Ultra Baixo Volume (UBV).

“Para 2024, foram realizadas novas aquisições, sendo 400 mil quilos de larvicida e 12,6 mil quilos de adulticida para aplicação residual. Todos os estados estão abastecidos com os insumos”, informou o governo por meio de nota. Também está em andamento, de acordo com o Executivo, a pactuação de apoio assistencial aos Estados em situação de emergência.