BRASÍLIA - A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta quinta-feira (31) para receber uma notícia-crime contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO). Aliado de primeira ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sendo, inclusive, do mesmo partido, o parlamentar é acusado de calúnia, difamação e injúria.
Na ação julgada pelo colegiado - formado por cinco ministros da Corte - o deputado é acusado pelo senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) de proferir ataques contra ele e o também senador Jorge Kajuru (PSB-GO). O caso teria ocorrido em 2023, após a vitória de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a Presidência do Senado.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Gustavo Gayer disse que Cardoso e Cajuru seriam "dois vagabundos" que "viraram as costas para o povo em troca de [cargo em] comissão". Os três são do estado de Goiás.
A decisão de acatar a denúncia foi defendida pelo relator do caso na Primeira Turma, ministro Alexandre de Moraes, sendo seguida por Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia. Falta o voto de Luiz Fux. O caso é analisado no plenário virtual com prazo de encerramento previsto na próxima terça-feira (5). Até lá os ministros podem mudar de opinião. Se a decisão for confirmada, Gayer se tornará réu no Supremo.
PF investiga desvio de recursos da Câmara por Gayer
Gustavo Gayer vem sendo investigado pela Polícia Federal (PF), em outro processo. Na semana ada, ele foi alvo principal de uma busca e apreensão por suspeita de desvio de cota parlamentar na Câmara dos Deputados. Os investigadores desconfiam que o deputado do PL e assessores desviaram dinheiro público de cota parlamentar e falsificaram documentos para criar uma organização da sociedade civil.
Na última sexta-feira (25), Gayer teve o celular apreendido durante a operação policial em sua casa, enquanto na casa de um assessor foram encontrados mais de R$ 70 mil em dinheiro.