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Bolsonaro classifica explosões em Brasília como 'ato isolado' e diz que repudia atos de violência
O ex-presidente divulgou nota comentando as explosões ocorridas na praça dos Três Poderes, em Brasília, que resultaram na morte do autor das detonações
BRASÍLIA – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgou uma nota nesta quinta-feira (14) em que classificou como "ato isolado" as explosões ocorridas na noite de quarta-feira (13) na praça dos Três Poderes, em Brasília, que resultaram na morte do autor das detonações. Ele ainda afirmou que lamenta e repudia qualquer ato de violência.
No comunicado chamado de “Pela pacificação”, Bolsonaro afirma que, “apesar de configurar um fato isolado” e aparentemente “causado por perturbações na saúde mental da pessoa que, infelizmente, acabou falecendo”, o incidente deve servir como um motivo de reflexão.
“Já ou da hora de o Brasil voltar a cultivar um ambiente adequado para que as diferentes ideias possam se confrontar pacificamente, e que a força dos argumentos valha mais que o argumento da força. A defesa da democracia e da liberdade não será consequente enquanto não se restaurar no nosso país a possibilidade de diálogo entre todas as forças da nação”.
Bolsonaro diz ainda que as instituições têm um papel fundamental na construção desse diálogo e desse ambiente de união. “Por isso, apelo a todas as correntes políticas e aos líderes das instituições nacionais para que, neste momento de tragédia, deem os os necessários para avançar na pacificação nacional”.
Para PCDF, motivação foi política
As forças de segurança do Distrito Federal, contudo, tratam o caso como atentado. A Polícia Federal (PF) também investiga o episódio. Agentes citam na ocorrência que Francisco pode ter agido por motivações políticas. “[Foi] possível identificar uma possível motivação, tendo em vista o conteúdo político de postagens no perfil dele em suas redes sociais”, diz o boletim.
O responsável pelo atentado, de acordo com as forças policiais, foi Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos. Ele é natural de Rio de Sul (SC) e foi candidato pelo PL a vereador da cidade nas eleições de 2020. Ele morreu ao ser atingido por um artefato disparado por ele próprio na praça dos Três Poderes.
Pouco antes, duas explosões foram disparadas no local. O carro dele também foi encontrado em chamas e carregado com explosivos próximo ao anexo IV da Câmara dos Deputados. O corpo foi retirado do local após quase 13 horas do ocorrido em função da possibilidade de ter artefatos no corpo dele. Forças de seguranças permanecem no local.
Quem era Francisco Wanderley Luiz?
Natural de Santa Catarina, ele era chaveiro. Francisco foi candidato a vereador em Rio do Sul (SC) pelo PL em 2020, com o nome de urna Tio França. Em suas contas nas redes sociais, ele sugeriu, na quarta-feira, pouco antes das explosões na Praça dos Três Poderes, uma série de atentados na capital federal.
Nas mensagens publicadas nas redes sociais dele, ele escreveu que começaria o plano na quarta e terminaria no sábado (16). Francisco citou locais e nomes de possíveis alvos. Em seu perfil no Facebook, ele reproduzia teorias conspiratórias anticomunistas como o QAnon, populares na extrema direita norte-americana. O Facebook removeu a conta dele.
Como o homem agiu?
Francisco tentou entrar no Supremo. Ao ser impedido, se aproximou da estátua da Justiça, colocou uma mochila no chão, retirou uma blusa e a arremessou na direção da estátua. Os seguranças, então, chegaram perto dele e ele teria mostrado artefatos em seu corpo. Ele ainda carregava consigo uma espécie de detonador.
O segurança relata ainda que Francisco disparou "dois ou três artefatos" antes de se deitar no chão e detonar uma das bombas. "Na lateral, o indivíduo deitou no chão, acendeu o último artefato, colocou na cabeça com um travesseiro e aguardou a explosão", conclui o registro.
Homem alugou casa em Ceilândia e estava vestido de coringa
Os policiais confirmam que Francisco estava hospedado em uma casa em Ceilândia, cidade-satélite distante cerca de 30km da Praça dos Três Poderes. Policiais civis e militares fizeram buscas no local na madrugada desta quinta-feira. No local encontraram artefatos explosivos. Eles são do mesmo tipo dos usados em frente ao STF.
O homem morreu vestindo um terno e calça verde com estampas de naipes de cartas de baralho e usava um chapéu branco. A vestimenta remete à fantasia do personagem Coringa, vilão das histórias em quadrinhos.