BRASÍLIA - O grupo de mídia do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, processou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por censura. A informação foi publicada, nesta quarta-feira (19), pelo jornal norte-americano The New York Times.
A ação foi movida no Tribunal Federal do Estado da Flórida e tem como coautora a plataforma de vídeos Rumble. Os advogados afirmam que a rede social foi afetada diretamente por ordens de Moraes para remover conteúdos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O processo foi instaurado poucas horas após o procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, apresentar ao STF uma denúncia contra 34 pessoas acusadas de estimular e realizar atos contra os Três Poderes e contra o Estado Democrático de Direito. Entre elas, Bolsonaro.
Como noticiado pelo The New York Times, no mês ado, o ex-presidente teria pedido, durante uma entrevista ao veículo, que Trump tomasse medidas contra Moraes. Após a denúncia da PGR vir à tona, o grupo de Trump e a Rumble, que se diz aberta para a “liberdade de expressão”, entraram com o processo.
A ação alega que o ministro tentou censurar o discurso político no país norte-americano ao solicitar que a plataforma removesse conteúdo do blogueiro brasileiro Allan dos Santos, apoiador do ex-presidente Bolsonaro. Santos buscou asilo político na Flórida após ter uma ordem de prisão aberta por espalhar desinformação e ameaçar juízes.
O argumento das empresas é que a solicitação de Moraes representa uma “censura extraterritorial”. Ao veículo, o advogado do grupo de Trump, Martin De Luca, afirmou que o processo tem o objetivo de responsabilizar Moraes na Corte dos EUA e que o ministro utiliza a Justiça para “silenciar” oponentes políticos.
Ainda de acordo com o The New York Times, além de advogado da empresa de Trump, De Luca também atua como uma espécie de “conselheiro” de Bolsonaro e ajuda o ex-presidente a se manifestar contra Moraes em âmbito internacional.
A ação na Justiça norte-americana também integra um movimento liderado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de buscar visibilidade da comunidade internacional sobre o caso, na tentativa de mostrar que o pai tem sido alvo de “perseguição” do Judiciário no Brasil.