ERROU O TOM

Bolsonaro diz que exagerou ao dizer que 'c*gou' para o risco de ser preso

Fala do ex-presidente repercutiu um dia após ser denunciado pela PRG por cinco crimes envolvendo tentativa de golpe de Estado

Por Hédio Ferreira Júnior
Publicado em 21 de fevereiro de 2025 | 18:40

Bolsonaro diz que exagerou ao dizer que c*gou para a prisão

Fala do ex-presidente repercutiu um dia após ser denunciado pela PRG por cinco crimes envolvendo golpe de Estado

BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta sexta-feira (21) que exagerou na expressão usada para desdenhar do risco de ser preso pela Polícia Federal (PF) diante das denúncias apresentadas contra ele ao Supremo Tribunal Federal (STF)  pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Na quinta-feira, ao participar da abertura do 1º Seminário de Comunicação do PL, na quinta-feira (20). o ex-presidente demonstrou não se importar com os riscos de se tornar réu, condenado e, consequentemente, detido pela acusação de envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado, em 2022.

“O tempo todo [dizem] ‘vamos prender o Bolsonaro’. Caguei para prisão”, declarou. “Para você denunciar uma pessoa, não precisa de 800 pautas. Quem escreve muito não tem o que mostrar”, reforçou. 

No dia seguinte, ao voltar ao Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, para o encerramento do evento, Bolsonaro itiu que ou do ponto na declaração e na linguagem usada. 

“Ontem exagerei aqui um pouquinho. Falei que estava ‘assim’ com a possível prisão. Exagerei um pouco. Mas você, de vez em quando, né, dá uns coisas por aí para mostrar que somos de carne e osso. E a verdade vem nesses momentos “, afirmou.

Soma de penas pode chegar a 38 anos de prisão

O procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, acatou o entendimento da Polícia Federal (PF) que havia indiciado, em novembro de 2024, Bolsonaro, ex-ministros, lideranças políticas e militares. Os crimes são: 

  • Tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito;
  • Tentativa de golpe de Estado; 
  • Organização criminosa; 
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça;
  • Deterioração de patrimônio tombado. 

Caso a acusação seja aceita e resulte em condenação, as penas somadas podem chegar a 38 anos de prisão.

A apresentação de denúncias será feita em partes, de acordo com grau de relevância dos indiciados - que inicialmente eram 37 e depois ou para 40 - na prática do crime. Bolsonaro e ex-ministros estão nesta primeira leva.