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'Careca do INSS' entra na Justiça contra apelido
PF apreende carros de luxo do ‘Careca do INSS’, apontado como lobista no esquema de descontos ilegais de aposentadorias e pensões
Antonio Antunes, o “Careca do INSS”, é suspeito de ter adquirido veículos de alto valor com recursos oriundos da fraude dos aposentados
BRASÍLIA – Policiais federais apreenderam nesta terça-feira (20) carros de luxo que pertenceriam supostamente ao empresário Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS” e apontado como operador do esquema de descontos ilegais em aposentadorias e pensões.
Agentes cumpriram mandados de busca e apreensão na garagem de um edifício comercial em Brasília onde Antunes mantinha alguns dos veículos. A PF não divulgou quantos carros foram apreendidos, mas, conforme investigação, ele é dono de ao menos oito, todos de alto valor.
O empresário também tem imóveis em São Paulo e em Brasília, incluindo uma casa no Lago Sul, bairro nobre da capital federal — que ele teria comprado à vista, por R$ 3,3 milhões, conforme documentos levantados pela PF na investigação sobre a fraude no INSS.
“O objetivo dessa fase é a localização e apreensão de bens de propriedade de um operador financeiro ligado a uma das entidades investigadas, suspeito de ter adquirido veículos de alto valor com recursos oriundos da fraude dos aposentados”, diz a PF, em nota.
Investigação mostra evidências de que Antunes movimentou ao todo diretamente R$ 53,5 milhões provenientes de entidades sindicais e de empresas relacionadas às associações. Também transferiu R$ 9,3 milhões para pessoas relacionadas a servidores do INSS entre 2023 e 2024.
A PF diz que Antunes é o lobista do esquema que lesou milhares de beneficiários. Relatórios policiais sobre a fraude em aposentadorias e pensões mostram que ele movimentou R$ 12,2 milhões em contas bancárias em 129 dias, pouco mais de quatro meses.
A corporação também diz ter identificado 22 empresas em nome de Antunes, nos ramos da consultoria, call center, incorporação, comércio varejista e atacadista e locação de veículos. Parte era usada nas relações com entidades que recebiam os valores descontados das aposentadorias, conforme os investigadores.
Defesa vê operação como normal e reforça inocência de cliente
Por meio de nota, a defesa de Antunes afirmou que ação da PF nesta terça ocorreu dentro da normalidade de uma apuração criminal. “Buscas são normais em investigações criminais, sendo mesmo uma prática necessária para o esclarecimento da verdade”, diz trecho do texto.
Os dois advogados que assinam o comunicado dizem que “as acusações apresentadas contra seu cliente não correspondem à realidade dos fatos. A defesa confia plenamente que o tempo propiciará uma apuração adequada dos fatos, possibilitando uma atuação ampla e isenta por parte das instituições, em harmonia com o Estado democrático de direito.”