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General da reserva é alvo da PF em nova operação sobre os atos de 8 de janeiro
PF busca identificar integrantes das Forças Especiais do Exército que teriam dado início às invasões às sedes dos Três Poderes

O general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes é alvo da Polícia Federal na 18ª fase da Operação Lesa Pátria, que investiga os atos de 8 de janeiro. Agentes cumprem um mandado de busca e apreensão na casa do militar, em Brasília, na manhã desta sexta-feira (29). Ele também teve contas bancárias bloqueadas.
O general participou da invasão das sedes dos Três Poderes. Investigação da PF aponta o militar como um dos idealizadores do movimento que visava criar condições para uma intervenção militar, com a queda do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o fechamento do Congresso Nacional e afastamento e até prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a TV Globo, a nova fase da Lesa Pátria faz parte de uma frente da investigação que busca identificar integrantes das Forças Especiais do Exército que teriam dado início às invasões aos prédios públicos em 8 de janeiro.
Peritos recuperaram imagens que mostram a ação dos primeiros invasores. Eles usavam balacrava e luvas, abrindo agem para o restante dos vândalos pelo teto do Congresso Nacional - no prédio há uma agem na cúpula que dá o ao Salão Verde, o espaço que leva ao plenário da Casa.
Ridauto Fernandes integrou o grupo de elite do Exército, os chamados "kids preto", militares das "forças especiais" altamente treinados com técnicas de ações de sabotagem e incentivo à insurgência popular. Essas ações são descritas pelo Exército como “operações de guerra irregular”.
A PF suspeita que, durante os ataques de 8 de janeiro, ocorreu uma atuação profissional, por pessoas que conheciam previamente o local e tinham treinamento militar.
Ligado a Pazuello, general fez vídeo em frente ao Planalto no 8 de janeiro
O general Ridauto Fernandes se filmou em frente ao Palácio do Planalto, em meio à invasão e depredação do prédio que é a sede do Poder Executivo. No vídeo, ele relata ter sido alvo de gás lacrimogêneo disparado pela PM. “Quero dizer que eu estou arrepiado aqui. O pessoal acabou de travar a batalha do gás lacrimogêneo. Acreditem, a PM jogou gás lacrimogêneo na multidão aqui durante meia hora”, narrou o militar, que vestia uma camisa da Seleção Brasileira.
Ridauto é ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde. Próximo ao ex-ministro e hoje deputado federal Eduardo Pazuello, ele foi nomeado diretor do Ministério da Saúde em julho de 2021 e permaneceu no posto até o último dia do governo Bolsonaro.
“Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido”, diz a PF em nota.
O bloqueio das contas do general serviriam para ajudar a pagar os danos ao patrimônio público no dia 8 de janeiro, que podem chegar a R$ 40 milhões. A medida tem sido adotada contra a maioria dos investigados, com o mesmo objetivo.