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Moraes manda soltar coronel do Exército alvo de investigação sobre golpe

A operação Tempus Veritatis foi deflagrada em 8 de fevereiro, e o militar era um dos quatros alvos com pedido de prisão preventiva em aberto

Por O TEMPO Brasília
Publicado em 08 de março de 2024 | 11:57

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, concedeu liberdade provisória ao coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa Neto, que foi preso preventivamente, em fevereiro deste ano, após a Polícia Federal deflagrar uma operação para investigar uma tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) na Presidência da República.

O militar foi liberado, mas o Supremo manteve medidas cautelares que não foram divulgadas. A operação Tempus Veritatis foi deflagrada em 8 de fevereiro, e o coronel era um dos quatros alvos com pedido de prisão preventiva em aberto. Na época, ele estava nos Estados Unidos e foi preso dias depois, ao desembarcar no Aeroporto de Brasília (DF) na madrugada do dia 11. 

Ele chegou a se apresentar às autoridades dos EUA quando soube da ordem de prisão. Ao chegar na capital federal, o militar foi recebido por agentes da PF e foi realizada uma busca pessoal. Foram apreendidos com ele três aportes, sendo um deles diplomático, e um celular. De lá, ele seguiu para o Batalhão da Guarda Presidencial, onde ou por audiência de custódia com um juiz e seguiu preso até essa sexta-feira (8). 

O coronel estava em Washington D.C., capital dos Estados Unidos, para missão até junho de 2025. De acordo com a PF, Correa Neto, à época assistente do Comandante Militar do Sul, teve "participação ativa" na organização de uma reunião em 28 de novembro de 2022, na capital federal. 

Na ocasião, ele selecionou para a reunião "apenas oficiais formados no curso de forças especiais", os chamados "kids pretos", que saberiam "de técnicas militares úteis para a consumação do golpe de Estado, e assistentes dos generais supostamente aliados". As informações foram encontradas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro. 

"No mesmo dia, às 20h02min, Bernardo Romão Correa Neto enviou para Mauro Cid minuta intitulada de "carta ao comandante do exército de oficiais superiores da ativa do exército brasileiro", que provavelmente fora discutida na reunião e utilizada como instrumento de pressão direcionado ao então Comandante do Exército, General Freire Gomes", acrescentou a PF.

As investigações citaram que o coronel agia como o "homem de confiança" de Cid, executando tarefas que o então ajudante de ordens de Bolsonaro "não conseguiria desempenhar, em virtude de seu ofício". Também estavam na lista de alvos de prisão da PF: Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência; o coronel Marcelo Câmara, que trabalhou no governo ado e foi ajudante de ordens de Bolsonaro; e Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército.