Movimentos populares de esquerda se reúnem na manhã deste sábado (23), na Praça Afonso Arinos, na região central de Belo Horizonte, para protestar contra a possibilidade de anistia aos participantes e organizadores dos atos de 8 de janeiro de 2023 na Praça dos Três Poderes, em Brasília. 

O ato é nacional e ocorre em outras 19 cidades. A maior concentração prevista deve ser em Salvador, na Bahia. Na capital mineira, o movimento teve baixa adesão. Os participantes ficaram na Praça Afonso Arinos e não houve necessidade de alterações no trânsito. 

Os detidos no 8 de janeiro e os organizadores estão sendo investigados e julgados por tentativa de golpe contra o governo democraticamente eleito. O processo tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), sob responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes. No Congresso Nacional, porém, foram apresentadas propostas que visam anistiar, ou seja, perdoar os envolvidos nos atos. Os manifestantes no ato.em Belo Horizonte querem garantir que todos sejam punidos.

“Este ato também é para lembrar os 60 anos do golpe militar que terminou com uma anistia aos golpistas. A nossa tarefa é não permitir que seja apagado da história o golpe de 64, que faz 60 anos. A anistia naquele momento, no fim da ditadura militar, reflete nos dias de hoje. Tentativas de golpe, com os mesmos golpistas da época, gente que continua influente hoje e não podemos permitir outras tentativas de golpe contra a democracia”, destaca Jeferson Silva, dirigente do Movimento Brasil Popular, um dos organizadores do ato.

O deputado federal Rogério Correia (PT), pré-candidato petista à Prefeitura de Belo Horizonte, que atuou na MI do 8 de Janeiro, no Congresso Nacional, diz que é um erro minimizar a tentativa de golpe de Estado.

“Na I ficou claro toda organização prévia, ainda no dia da diplomação do presidente Lula. Não houve um golpe, por causa da ação rápida da justiça eleitoral, dos presidentes da Câmara e do Senado, que reconheceram o resultado ainda no dia da eleição. Se houvesse agitação política após a eleição, o risco era real”, destaca Rogério. 

“Hoje o risco de um golpe é menor. Existe uma minoria, aproximadamente 140 deputados que ainda insistem em um impedimento do presidente Lula e tumultuam o processo democrático, mas isso não significa que a gente possa relaxar diante da defesa da democracia”, concluiu.

Outras bandeiras

Além de protestar contra a possibilidade de anistia aos participantes e organizadores, os manifestantes também defenderam o fim do conflito na Palestina e se colocaram contra o governo Romeu Zema (Novo).