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Marta Suplicy e Boulos postam foto de mãos dadas; os dois selam acordo
Aliança para a disputa à Prefeitura de São Paulo ainda será oficializada; a ex-prefeita deve sair como vice do pré-candidato do PSOL

A ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, compartilhou em suas redes sociais uma foto junto com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), na tarde deste sábado (13). Os dois aparecem sorrindo, de mãos dadas, selando um acordo para que seja oficializada a aliança em São Paulo, em uma frente ampla contra o bolsonarismo. Marta recebeu o pré-candidato à prefeitura da maior cidade do país, para um almoço. Ela deve ser a vice dele, depois de uma articulação do presidente Lula (PT) para que ela voltasse ao Partido dos Trabalhadores e deixasse a gestão Ricardo Nunes (MDB).
“Recebi em minha residência, neste sábado (13 de janeiro), e me sinto muito honrada com a vinda de Guilherme Boulos e sua esposa, Natália, os amigos e companheiros de lutas Rui Falcão (deputado federal/PT) e sua esposa Cris”, escreveu no Instagram, no fim da tarde de sábado. Com poucos minutos de postagem, já havia mais de 130 comentários. Grande parte deles, enaltecendo a parceria.
No Instagram de Guilherme Boulos, o pré-candidato também postou a mesma imagem de mãos dadas, com o seguinte texto: "São Paulo merece mais! Estive hoje com Marta Suplicy para conversar sobre os desafios para SP". A postagem somava mais de 500 comentários em apenas 12 minutos. Um deles trazia a seguinte questão: "A esquerda confia em Marta?". A resposta vinha em seguida, no comentário de outro seguidor: "Contra a extrema direita, tá valendo".
Logo depois do almoço em São Paulo, Marta e Boulos apareceram na sacada, acenaram para as pessoas e deram as mãos. Em nota e, também, em algumas declarações feitas à imprensa na tarde de sábado (13), os dois exaltaram a importância de uma frente ampla, que atue, principalmente, para não deixar vencer candidatos ligados ao ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL).
Agora, faltam ainda algumas aprovações internas no PT para que a chapa seja, de fato, oficializada. O almoço foi realizado em uma região nobre de São Paulo, no bairro dos Jardins, onde fica o apartamento de Marta Suplicy e do marido dela, o empresário Márcio Toledo.
De acordo com Guilherme Boulos, essa aliança que está sendo construída tem como compromisso olhar para o presente e para o futuro. “Uma vez feito o processo de filiação e as confirmações que precisam ser feitas pelo Partido dos Trabalhadores, eu vou levá-la para um encontro com os movimentos sociais da cidade de São Paulo para que tenha essa reconexão da Marta”, afirmou.
Ainda conforme Boulos, Marta deverá agregar experiência istrativa e amplitude para a frente democrática que ele está construindo. Ao comentar sobre o almoço para discutir o acordo, o pré-candidato afirmou também que muitos partidos que não estiveram com ele em 2020, agora estão, citando, por exemplo, PT, PDT, Rede e PCdoB. Ainda neste final de semana, Guilherme Boulos deveria se encontrar também com o ex-marido de Marta Suplicy, o deputado estadual Eduardo Suplicy (PT).
A assessoria de Marta informou à imprensa, por meio de nota, que ela se sentiu “muito honrada” em receber Boulos e a mulher dele, Natália Szermeta, que também é coordenadora do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Após participar do almoço para selar o acordo pela aliança na disputa à Prefeitura de São Paulo, o deputado federal Rui Falcão descartou a possibilidade de prévias no partido para a escolha do vice do candidato do PSOL, como foi defendido pelo deputado Eduardo Suplicy.
Articulação
Ao articular essa aliança, o presidente Lula se inspirou na construção que levou à filiação de Geraldo Alckmin ao PSB para disputar o cargo de vice-presidente da República em sua chapa, no pleito de 2022. No ado, Lula e Alckmin foram adversários políticos e eleitorais, mas se juntaram com o discurso de pacificação, além de união contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Marta se desfiliou do PT em 2015, após 33 anos no partido, e fez duras críticas à sigla. Na época, que foi o auge da Operação Lava Jato (que investigou irregularidades na Petrobras), ela chegou a afirmar que o PT tinha protagonizado “um dos maiores escândalos de corrupção da nação brasileira”.
A ex-prefeita também já teve embates com o PSOL de Boulos, especialmente quando foi favorável ao impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016. Na ocasião, a deputada federal Luiza Erundina (PSOL), que foi candidata a vice de Boulos nas eleições de 2020, chamou Marta de “traidora do povo” e insinuou que a então senadora também traiu o PT “no momento mais trágico” da história do partido.