Em Brasília

Zema quer encontrar Haddad para discutir a dívida de Minas com a União

Governador de Minas e o secretário de Estado de Fazenda planejam visita a Brasília nesta quarta-feira; débito com a União chega a R$ 156 bi

Por Clarisse Souza
Publicado em 25 de outubro de 2023 | 11:03

O governador de Minas Romeu Zema (Novo) pretende se reunir nos próximos dias com o ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT), para tratar da dívida de R$ 156,2 bilhões que o Estado tem com a União. Além do chefe do Executivo, também deve participar do encontro o secretário de Estado de Fazenda, Gustavo Barbosa. Inicialmente, a reunião ocorreria nesta quarta-feira (25), mas a agenda foi cancelada a pedido do ministro, que vai receber  governadores do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul para tratar da reforma tributária.

A ida de Zema a Brasília deve ocorrer em meio à resistência encontrada pelo governo para aprovar a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Nessa terça-feira, o secretário de Estado de Fazenda esteve na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para defender o plano de recuperação econômica junto aos parlamentares. Ele itiu, porém, que, ao fim dos nove anos de regime, o valor devido à União - entre dívida direta e débitos que a têm como garantidora - devem saltar para R$ 201 bilhões por causa do acréscimo de juros e encargos. 

Apesar disso, Barbosa defendeu que, sem a adesão, o governo do Estado pagaria mais. “Se for aprovado o RRF, o total da dívida pago (durante os nove anos) seria de R$ 123,1 bilhões. Sem a adesão, o valor seria de R$ 149,3 bilhões”, argumentou.

Ainda na terça-feira, o secretário chegou a dizer, em pronunciamento à imprensa, que a manutenção dos investimentos em serviços como saúde e educação nos próximos anos só será possível com o RRF. “Sem ele, o Estado teria que arcar com o pagamento de R$ 18 bilhões em 2024, o que inviabilizaria o equilíbrio que temos hoje. Com o plano, vamos colocar o valor das parcelas dentro do que é a capacidade do Estado de pagar. Em nove anos, alcançaremos o equilíbrio para retomar o pagamento integral da dívida, sem afetar os serviços do Estado”, finalizou.