No Dia da Acompanhante, celebrado neste 2 de junho, o Vitória foi às redes sociais com uma ação em apoio à causa, pedindo respeito, e dignidade para as profissionais que atuam no segmento do mercado adulto. O clube baiano, que tem a Fatal Model, plataforma voltada à conexão de acompanhantes, como patrocinadora máster, publicou em seus perfis oficiais uma campanha destacando o compromisso com a inclusão e o combate ao preconceito.
“Hoje é o Dia da Acompanhante, uma data que simboliza a luta de milhões de pessoas ao redor do Brasil. Profissionais honestos que exercem uma profissão legalizada, não devem e não podem ser marginalizados!
A @fatalmodel.br busca trazer um ambiente mais respeitoso, seguro e digno para tantos brasileiros. Acompanhados vamos mais longe!”, escreveu o Leão.
Parceria polêmica
A parceria entre Vitória e Fatal Model começou em 2023 e se tornou uma das mais comentadas do futebol brasileiro. A marca, que inicialmente ocupava as mangas do uniforme, hoje estampa o espaço principal da camisa do time masculino, campeão da Série B, e também do elenco feminino.
Desde o início da parceria, a repercussão foi imediata, dividindo opiniões e gerando debates nas redes. Em resposta, o clube ou a usar sua visibilidade para defender o direito ao trabalho digno e promover campanhas com os pilares “respeito, segurança e dignidade”.
A data e seu simbolismo
Pouca gente sabe, mas o 2 de junho marca o Dia Internacional da Trabalhadora Sexual, também conhecido como Dia da Acompanhante. A origem remonta a 1975, quando mais de cem profissionais do sexo ocuparam uma igreja em Lyon, na França, para protestar contra a violência e o preconceito. Foi o início de um movimento global por reconhecimento e direitos.
De acordo com o UNAIDS, mais de 1,4 milhão de acompanhantes atuam no Brasil, o equivalente a 25 Maracanãs lotados. Um levantamento da própria Fatal Model aponta que 69% das profissionais são chefes de família e 58% sustentam outras pessoas além de si mesmas.
Um estudo da Rede Brasileira de Prostitutas, em parceria com a Fiocruz, revelou que 85% das acompanhantes já sofreram violência física, psicológica ou digital. É esse cenário que a campanha do Vitória busca enfrentar, trazendo luz ao debate e usando o esporte como ferramenta de transformação.
Para a porta-voz da Fatal Model, Nina Sag, o esporte precisa assumir o papel de aliado no combate ao preconceito. “O respeito deve estar em campo, nas arquibancadas e fora delas. Toda profissão digna merece reconhecimento”, afirmou.