Privatização

Entenda o processo de 'venda' do metrô de Belo Horizonte

Privatização foi oficializada nesta quinta-feira (23), após início no ano de 2019

Por Juliana Siqueira
Publicado em 23 de março de 2023 | 20:22

Oficializada nesta quinta-feira (23), a privatização do metrô de Belo Horizonte ou por diversas etapas, muitas delas que impactaram a população da capital ao longo dos últimos meses, com várias greves. 

Em meio aos protestos e paralisações de funcionários da categoria, que temem por seus empregos com o serviço sendo gerido pela iniciativa privada, as documentações foram assinadas, dando início a uma nova fase do transporte público na capital mineira.

A partir desta quinta, o grupo Comporte é detentor do direito de operação da concessão do serviço sobre trilhos em Belo Horizonte e Contagem. O contrato de privatização foi assinado junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 

Em dezembro, o grupo venceu o leilão realizado na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, com uma oferta de R$ 25,755 milhões. Foram assegurados investimentos de R$ 3,5 bilhões ao longo dos 30 anos de concessão, que deverão ser utilizados, inclusive, para uma segunda linha do metrô. 

O processo de privatização do metrô, porém, teve início ainda em 2019. Na ocasião, o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PI) emitiu uma recomendação para que houvesse a desestatização da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), o que gerou polêmicas e um longo processo, além de discussões sobre o assunto. 

Movimentos grevistas

Foi assim que, em dezembro de 2021, metroviários protestaram em frente à Cidade istrativa, onde acontecia uma audiência pública para discutir o tema. Uma paralisação teve início no dia 23 de dezembro daquele ano.

Com isso, 2022 já iniciou com o metrô da capital mineira em greve até o dia 8 de janeiro. Três meses se aram até que uma nova paralisação teve início, de 21 de março a 1º de maio.

Em 25 de agosto, foi anunciada mais uma greve do metrô. Na ocasião, o que fez com que um novo movimento tivesse início foi a publicação, por parte do Tribunal de Contas da União, do edital de concessão da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) de Belo Horizonte. A paralisação se estendeu até outubro e, após alguns dias com pleno funcionamento do metrô, houve um novo movimento grevista. Neste ano, em fevereiro, o metrô parou mais uma vez, sendo que a greve terminou em março.

Privatização

Atualmente, o metrô de Belo Horizonte conta com 19 estações e 28,1 quilômetros de extensão. O objetivo é que com a privatização seja construída mais uma estação (Novo Eldorado, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte), além de uma linha 2, com 7 novas estações e mais de 190 quilômetros de extensão.

As expectativas são de que cerca de 50 mil pessoas utilizem a linha 2. O processo deverá ser totalmente finalizado em seis anos.