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Gripe aviária: Governo já destruiu 20 milhões de ovos férteis
Volume equivale a 5% da exportação nacional de ovos pelo Brasil
As medidas tomadas pelo Ministério da Agricultura do governo Lula (PT) para conter os riscos de disseminação da gripe aviária já resultaram na destruição de 20 milhões de ovos férteis. Assim, em menos de uma semana, foi destruído um volume equivalente a cerca de 5% da exportação anual.
Além disso, 8.747 aves foram eliminadas na região do foco, em Montenegro (RS). Dessas aves, 7.389 tinham sintomas da doença. Outras 1.358 foram eliminadas posteriormente, como medida de precaução.
Rastreamento de ovos
Os ovos férteis estavam concentrados em três incubadoras industriais localizadas dentro da zona de vigilância sanitária de 10 km, em torno da granja contaminada, no município gaúcho.
O rastreamento feito pela pasta considerou todos os ovos distribuídos por essas incubadoras, a partir de 14 de abril de 2025, quando o caso foi confirmado.
Os ovos destruídos eram do tipo utilizado para reprodução de aves, não para consumo. O destino dessas unidades era a incubação, para produção de pintinhos. Eles são a matéria-prima da cadeia de produção avícola, para a produção de frangos de corte, seja nacional ou internacional.
A destruição imediata desses ovos faz parte das medidas de biossegurança estabelecidas no Plano Nacional de Contingência para Influenza Aviária. Havia risco de que esses ovos pudessem estar contaminados, já que foram coletados de um plantel onde houve detecção do vírus da influenza aviária.
Impactos econômicos da destruição de ovos
Em 2024, a produção nacional vendeu 377 milhões de ovos férteis a outros países, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio compilados pela Associação Brasileira dos Produtores de Pintos de Corte. Os 20 milhões de ovos descartados equivalem, portanto, a mais de 5% do volume anual que o Brasil costuma exportar a outros países.
O impacto econômico também é expressivo. Considerando um valor médio estimado de, pelo menos, R$ 0,50 por ovo fértil produzido em operações industriais, o prejuízo direto é de, aproximadamente, R$ 10 milhões, só neste descarte. Ainda não há detalhamento sobre como esse prejuízo será tratado pelos produtores.
As informações sobre cada ação tomada no Brasil têm sido enviadas aos países importadores, como a China. O país asiático responde sozinho por 10% das compras internacionais de frango brasileiro.
Ações durante crise sanitária
Desde o início da crise sanitária, a China mantém o bloqueio nacional à produção brasileira. O Brasil notificou o surto à Organização Mundial de Saúde Animal em 16 de maio.
O Mapa já solicitou, porém, que o parceiro asiático reveja esse critério e adote a regionalização, seja para o estado do Rio Grande do Sul, seja para o município de Montenegro.
Na quarta-feira (22), teve início o "período de vazio sanitário", prazo de 28 dias em que a granja de Montenegro deve permanecer inativa, para garantir erradicação viral.
O governo tem feito manutenção de perímetros de contenção da região, com uma zona de vigilância no raio de 10 km e sete barreiras sanitárias fixas. Há ainda o monitoramento de 540 propriedades rurais dessa área.
O Brasil deixa de exportar por mês 222 mil toneladas. Ao preço de US$ 1.811 cada, as receitas que não entram podem somar US$ 402 milhões por mês, como mostra o colunista da Folha Mauro Zafalon.
Nesta semana, o governo da Coreia do Sul decidiu organizar uma inspeção presencial no Brasil, para visitar frigoríficos de carne de frango, como condição para reabilitar o comércio com exportadores brasileiros que tiveram suas vendas suspensas após a confirmação do caso de gripe aviária em Montenegro, no Rio Grande do Sul.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), afirmou nesta quinta-feira (22) que nenhum país tem um nível de segurança sanitária como o Brasil, numa reação à crise causada pelo foco da gripe aviária no Rio Grande do Sul.
Veja onde há restrições a frangos e ovos brasileiros
Até quinta-feira (22), 46 países ainda seguiam com bloqueio das importações de frango de todo o território nacional, conforme informações da pasta.
Além dos 27 países da União Europeia, o embargo nacional é aplicado por China, México, Iraque, Coreia do Sul, Chile, Filipinas, África do Sul, Jordânia, Peru, Canadá, República Dominicana, Uruguai, Malásia, Argentina, Timor-Leste, Marrocos, Bolívia, Sri Lanka e Paquistão.
A suspensão restrita ao estado do Rio Grande do Sul tem sido aplicada por Arábia Saudita, Turquia, Reino Unido, Bahrein, Cuba, Macedônia, Montenegro, Cazaquistão, Bósnia e Herzegovina, Tajiquistão e Ucrânia.
Segundo o Mapa, Rússia, Bielorrússia, Armênia e Quirguistão decidiram retirar a suspensão do país todo e reduziram a restrição geográfica para o estado gaúcho.
Já a suspensão para o município de Montenegro (RS) está em vigor para os Emirados Árabes Unidos e Japão.