O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou nesta terça-feira (23) que exista problema na articulação política na relação entre o Governo Federal e o Congresso Nacional, mesmo com críticas de deputados e senadores.
"Eu, sinceramente, não acho que a gente tenha problemas no Congresso. A gente tem situações que são normais na política”, afirmou Lula, durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto. O jornal O TEMPO participa do encontro.
"Qual é a briga com o Congresso? É o normal da divergência da política, num Congresso Nacional que tem vários partidos políticos, que tem programas diferentes. A coisa mais normal é que, quando você dê entrada com um projeto de lei ou uma medida provisória, tenha gente que queira incluir ou tirar alguma coisa”, completou.
O petista destacou que não tem maioria no Congresso e, por isso, é preciso fazer negociações. Nesse sentido, destacou que a PEC da Transição foi aprovada, ainda durante a transição, antes de ele assumir a Presidência da República. E lembrou que, no ano ado, o Congresso aprovou a reforma tributária.
Nas últimas semanas, a tensão na articulação política escalou a tal ponto que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), chamou o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, de “desafeto pessoal” e “incompetente”. O político alagoano quer o ministro fora do cargo da articulação política.
Em meio à crise na articulação política, Lula conversou com Arthur Lira, fora da agenda oficial. Ele negou que tenha sido uma reunião com o presidente da Câmara. "Se eu fizesse uma reunião com Lira e eu quisesse que a imprensa soubesse, eu falaria para a imprensa", respondeu.
O petista disse que, caso fizesse uma reunião formal com o presidente da Câmara, ele chamaria os líderes de governo para participar. “Como foi uma conversa com dois seres humanos, eu não sou obrigado a falar a minha conversa com o Lira”, pontuou.
Lula deve se reunir com Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ainda esta semana para evitar que o Legislativo avance com as chamadas pautas-bomba.
O presidente da República disse ainda que uma reforma ministerial está fora de cogitação neste momento. Nas últimas semanas, interlocutores do governo e do Palácio do Planalto davam como certo uma mudança no alto escalão.
"O time está jogando, e está jogando do jeito que eu acho que deve jogar. Portanto, não existe nenhuma previsão de reforma ministerial na minha cabeça, nesse instante. A única coisa que existe na minha cabeça é que esse país tem que dar certo, porque o povo precisa disso”, respondeu.