Nesta quinta-feira (22), durante seu depoimento na sede da Polícia Federal (PF) em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro optou por permanecer em silêncio, conforme havia sido antecipado pela sua defesa. Sua presença na sede da PF durou menos de meia hora.
Segundo o advogado Paulo Bueno, o silêncio não foi "simplesmente pelo uso do exercício constitucional", mas uma estratégia baseada no fato de que "a defesa não teve o a todos os elementos que estão sendo imputados ao ex-presidente em determinados delitos". Conforme Bueno, "o único motivo é o fato de ele responder a uma investigação semi-secreta".
Ainda segundo o advogado, "a forma de o aos documentos, especialmente as declarações do tenente-coronel Mauro Cid e as mídias eletrônicas obtidas dos celulares de terceiros e computadores, impedem que a defesa tenha mínimo conhecimento de quais elementos o presidente é hoje convocado a esse depoimento".
Também advogado do ex-presidente, Fábio Wajngarten disse que "Bolsonaro nunca foi simpático a qualquer tipo de movimento golpista. Sobre os demais elementos que constam da investigação, a defesa só vai se manifestar quando tiver o a eles".
Ao todo, 23 pessoas foram intimadas pela Polícia Federal a depor no âmbito da Operação Tempus Veritatis. Entre eles está Jair Bolsonaro e quatro oficiais-generais de quatro estrelas.
Os depoimentos fazem parte da operação Tempus Veritatis, deflagrada pela PF há duas semanas. Segundo as investigações, Bolsonaro e seus aliados se articularam para promover um golpe de Estado e mantê-lo no poder, visando impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Um vídeo contendo a gravação de uma reunião foi descoberto em um dos computadores de Mauro Cid. Nesse vídeo, Bolsonaro é visto instruindo seus ministros sobre a necessidade de agir antes das eleições para evitar que o Brasil se torne "uma grande guerrilha" e "uma fogueira".