Amanda Bonuccelli Voivodic é gerente de conteúdos do FTD Sistema de Ensino da FTD Educação e mestre em geografia pela USP
A legislação que restringiu o uso de celulares nas salas de aula trouxe novos desafios para a implementação do ensino híbrido no Novo Ensino Médio. No entanto, essa abordagem continua sendo uma das mais relevantes na educação atual, permitindo que estudantes ampliem seu repertório, explorem diferentes linguagens e utilizem a tecnologia de forma pedagógica, seja qual for o aparelho ou plataforma utilizada.
Entende-se que atualmente o uso excessivo das redes sociais, por meio dos smartphones, chegou a uma situação-limite e que, para a maioria das escolas, o uso racional não está colocado como possibilidade. Assim, fortalecer o ensino híbrido e não perder toda a amplitude pedagógica conquistada com inovação e tecnologia nas escolas, nas últimas décadas, a por dois caminhos.
O primeiro é fortalecer as ferramentas tecnológicas de uso coletivo, como notebooks e Chromebooks, que ajudam a garantir o o a conteúdos digitais sem comprometer a interação e a dinâmica em sala de aula. O segundo caminho é a compreensão do papel da educação para o uso cidadão das tecnologias. O amadurecimento da relação estabelecida por nossa sociedade em relação ao uso dos smartphones é uma tarefa urgente, e a escola, assim como as políticas públicas e a família, tem um papel fundamental nesse processo.
A tecnologia está no centro da educação moderna, facilitando o ensino e proporcionando novas formas de aprendizado. Em milhares de escolas no Brasil, na rede pública e privada, por exemplo, plataformas educacionais e sistemas integrados de ensino são utilizados como ferramentas de ensino, permitindo que estudantes em conteúdos interativos e realizem atividades online.
A ausência do celular em sala de aula não inviabiliza o ensino híbrido. Pelo contrário, reforça a necessidade de investir em outras ferramentas tecnológicas que ofereçam experiências coletivas. Os Chromebooks, por exemplo, têm se mostrado eficientes ao permitir que estudantes em conteúdos educacionais sob orientação dos professores. Tablets e computadores também desempenham esse papel.
No contexto do Novo Ensino Médio, que entra em vigor a partir de 2026, mas já demanda preparação e atualização, a tecnologia é essencial para expandir os horizontes dos estudantes. O contato com a atualidade, o o a jornais e outras mídias, bem como a utilização de diferentes linguagens visuais e interativas, contribuem para a formação cidadã e a compreensão crítica do mundo.
Além disso, o ensino híbrido permite a personalização do aprendizado, utilizando ferramentas adaptativas que ajustam os conteúdos conforme o desempenho dos estudantes, favorecendo o desenvolvimento de forma individualizada.
A tecnologia na educação vai muito além da simples presença de dispositivos eletrônicos. Seu potencial está na capacidade de transformar a dinâmica do aprendizado, tornando-o mais interativo, inclusivo e eficiente. Com a restrição ao uso de celulares em sala de aula, o desafio está em garantir que outras ferramentas tecnológicas sejam utilizadas de maneira eficaz e promovam a aprendizagem colaborativa respeitando as diretrizes educacionais. Outro desafio é reforçar o papel de educadores e famílias na orientação dos jovens para o uso consciente e responsável dos smartphones.