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COLUNA

O futuro é consequência do presente

O sistema penal é uma parte crucial do ciclo de justiça e, se for pautado por práticas de recuperação, educação e apoio social, teremos um futuro melhor

Por Rodrigo Bustamante
Publicado em 07 de março de 2025 | 18:08

O futuro de qualquer sociedade não é algo que ocorre de forma aleatória. Ao contrário, ele é o resultado direto das decisões e escolhas feitas no presente. No campo da segurança pública, isso não é diferente. As ações tomadas hoje terão um impacto profundo na sociedade que construiremos amanhã. Por isso, é essencial entender como as escolhas atuais podem moldar um futuro mais seguro, justo e harmonioso, ou, o inverso, um cenário de mais violência e desconfiança. 

Quando pensamos em segurança pública, frequentemente a imagem que nos vem à mente é a de uma polícia armada, realizando operações ostensivas e enfrentando o crime diretamente. A repressão ao crime é uma parte importante do trabalho policial, mas não pode ser a única estratégia para garantir uma sociedade segura. Hoje, há uma crescente compreensão de que a segurança pública deve ser construída de forma mais ampla, com foco na prevenção, na inclusão social e no fortalecimento da confiança mútua entre os agentes de segurança e a população. 

O uso de tecnologias no combate ao crime também é fundamental. Ferramentas como câmeras de segurança, softwares de reconhecimento facial e análise de dados estão se tornando cada vez mais comuns. Elas podem, sem dúvida, ajudar a tornar a polícia mais eficiente, identificando criminosos e prevenindo delitos de forma precisa. No entanto, é essencial que, ao adotar essas tecnologias, as autoridades garantam que os direitos à privacidade e à liberdade não sejam violados.

Outro ponto importante é que o futuro do sistema de justiça criminal depende das ações de hoje. A forma como lidamos com a reintegração dos presos e a prevenção de crimes com certeza determinará o sucesso das políticas de reabilitação e a redução da criminalidade. O sistema penal é uma parte crucial do ciclo de justiça e, se for pautado por práticas de recuperação, educação e apoio social, teremos um futuro em que menos pessoas retornam ao crime. Caso contrário, o futuro será marcado por um círculo vicioso de criminalidade e punição. Se as decisões atuais promoverem inclusão social e equidade, o futuro será de uma sociedade com menos desigualdade e, consequentemente, menos violência. 

Em resumo, segurança pública e justiça criminal não são conceitos isolados, mas estão profundamente ligados ao presente que vivemos. As escolhas que fazemos agora, tanto na formação de policiais quanto nas políticas de segurança, determinarão o tipo de sociedade em que viveremos no futuro. Por isso, é fundamental que cidadãos e autoridades compreendam que o futuro é, de fato, consequência das ações de hoje. Se quisermos um futuro mais seguro e justo, devemos começar a construí-lo agora, com as bases que estabelecemos no presente.