Inelegível até 2030, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que será candidato a presidente em 2026. Ele comentou sobre o assunto em entrevista com jornalistas em Belo Horizonte, após participar de um comício da campanha de Bruno Engler (PL) que disputa o segundo turno para a prefeitura da capital mineira contra o prefeito e candidato à reeleição, Fuad Noman (PSD).
Bolsonaro foi questionado pela reportagem de O TEMPO sobre a fala recente de Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, citando que, mesmo sob impedimento, ele seria o candidato do partido à presidência. Além de confirmar que vai concorrer ao pleito, o ex-presidente citou uma falta de diálogo com a executiva da sigla.
“Infelizmente, eu não posso conversar com o Valdemar. Se pudesse, não teriam esses problemas. O Valdemar deu a sua opinião. É direito dele. Muitas vezes, por não conversar comigo, ele sai um pouquinho da normalidade. Mas eu sou candidato a presidente do PL em 2026”, disse Bolsonaro.
O ex-presidente não respondeu sobre os motivos pelos quais ele e Valdemar não conversavam. “Afinal de contas, por que estou inelegível? Porque me reuni com embaixadores? Abuso de poder político? O que eu ganhei de votos com essa reunião”, questionou Bolsonaro, ao referir-se aos processos que responde na Justiça Eleitoral.
Bolsonaro complementou a resposta citando que haveria uma suposta perseguição de candidatos ligados a ele. “Querem tornar alguns de nossos parlamentares e aliados inelegíveis, como Nikolas (Ferreira), meu filho Eduardo (Bolsonaro) e Gustavo Gayer. Estão com medo da gente, mas não podem ter medo do povo brasileiro”, finalizou o ex-presidente.
Em junho de 2023, por 5 votos a 2, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro à inelegibilidade pelo período de oito anos. Com o entendimento, o ex-presidente fica impedido de disputar as eleições até 2030. A defesa de Bolsonaro recorreu ao TSE e tenta que o processo seja julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a inelegibilidade.
A Justiça Eleitoral julgou a conduta de Bolsonaro durante reunião realizada com embaixadores, em julho de 2022, no Palácio da Alvorada, para atacar o sistema eletrônico de votação. À época, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que o ex-presidente usou a estrutura pública para fazer ataques ao Judiciário durante a reunião. Moraes também citou que Bolsonaro teria divulgado notícias falsas sobre as urnas eletrônicas.